Wild West (tradução)
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Alexyus
Klauss Krugger
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Wild West (tradução)
Espaço destinado a distribuição dos trabalhos e de postar os progressos nas traduções e diagramações.
Klauss Krugger- Crias de Fenris
- Mensagens : 2494
Data de inscrição : 18/04/2011
Idade : 44
Re: Wild West (tradução)
Eu fico na torcida, meu inglês e horrível e não manjo nada de diagramação.
Klauss Krugger- Crias de Fenris
- Mensagens : 2494
Data de inscrição : 18/04/2011
Idade : 44
Re: Wild West (tradução)
Se não me engano, o Passolargo tinha começado a traduzir os dons, mas eu prefiro começar do começo mesmo, pegando o conto e o capítulo introdutório, se ninguém se opor!
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Klauss, edita sua primeira mensagem e coloca nela algum link com o Wild West em Inglês, pra quem tiver interesse em ajudar poder baixar também. A partir de segunda eu posso começar a traduzir,e seleciono um trecho para iniciar os trabalhos. Até lá vemos se alguém mais se interessa no projeto.
Alexyus, pode se comprometer com quanto do que citou e em que prazo aproximado?
Alexyus, pode se comprometer com quanto do que citou e em que prazo aproximado?
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Nossa, entrei no fórum para propor isso ao Midnight, que a gente começasse a traduzir o Wild West para o fórum.
Podem contar comigo.
Podem contar comigo.
Lua- Admin
- Mensagens : 1774
Data de inscrição : 28/07/2014
Re: Wild West (tradução)
"Bem-vindo a um lugar onde a divisão das fronteiras se escancara, onde o perigo é comum como Salsola e é insondável como um espírito que devora trovoadas para se alimentar. Esse é um tempo de guerra, um lugar de conflito. Esse é um lugar onde a Morte corre pela noite em quatro pernas rápidas, um lugar de fogo e aço e prata. É uma cena de um grande conto, e ainda é uma terra facilmente perdida nas sombras de uma nação emergente. Bem-vindo ao Oeste Selvagem."
Tradução iniciada! Me empolguei e resolvi adiantar um pouco o trabalho. Vou tentar organizar um pouco as coisas, aqui vai o link para download do livro em inglês, caso alguém tenha interesse: http://www.4shared.com/document/_-IylmQ_/Werewolf_-_The_Wild_West.html
Irei dividir a tradução do livro em tópicos, e nesse post irei manter o controle de quem está traduzindo o quê.
Prologo -
Profecia: A vinda da guerra -
- LIVRO UM (em andamento)
Capítulo um: Introdução - Midnight (em andamento)
Capítulo dois: Cenário -
Capítulo três: Contando histórias -
-LIVRO DOIS
Capítulo quatro: Regras -
Capítulo cinco: Criação de Personagem -
Capítulo seis: Traços -
-LIVRO TRÊS
Capítulo sete: A tempestade umbral -
Capítulo oito: Sistemas -
Capítulo nove: Drama -
Apêndice -
Conforme mais pessoas assumam determinados trechos e estes venham a ser finalizados, atualizo aqui. Caso mais da metade do livro seja traduzida começamos a planejar a diagramação do mesmo.
Tradução iniciada! Me empolguei e resolvi adiantar um pouco o trabalho. Vou tentar organizar um pouco as coisas, aqui vai o link para download do livro em inglês, caso alguém tenha interesse: http://www.4shared.com/document/_-IylmQ_/Werewolf_-_The_Wild_West.html
Irei dividir a tradução do livro em tópicos, e nesse post irei manter o controle de quem está traduzindo o quê.
Prologo -
Profecia: A vinda da guerra -
- LIVRO UM (em andamento)
Capítulo um: Introdução - Midnight (em andamento)
Capítulo dois: Cenário -
Capítulo três: Contando histórias -
-LIVRO DOIS
Capítulo quatro: Regras -
Capítulo cinco: Criação de Personagem -
Capítulo seis: Traços -
-LIVRO TRÊS
Capítulo sete: A tempestade umbral -
Capítulo oito: Sistemas -
Capítulo nove: Drama -
Apêndice -
Conforme mais pessoas assumam determinados trechos e estes venham a ser finalizados, atualizo aqui. Caso mais da metade do livro seja traduzida começamos a planejar a diagramação do mesmo.
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Como o Mid pegou o capítulo 1, vou começar com o prólogo e a profecia.
Acredito que duas semanas sejam suficientes para entregar toda essa parte.
Acredito que duas semanas sejam suficientes para entregar toda essa parte.
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Pessoal, tinha quase como certo que terminaria hoje a noite a tradução do primeiro capítulo mas isso, infelizmente, não vai acontecer.
Durante a tradução do Glossário, esbarrei no termo "gauntlet" (manopla) e, conforme fui traduzindo seu significado, notei ter a exata definição do que denominamos "película". Pesquisei a repeito e vi que o termo, de fato, foi traduzido dessa forma pela Devir. Essa foi a ponta do Iceberg. Inúmeros outros termos foram traduzidos de forma igualmente bizarra (a exemplo do que ocorreu com os Augúrios, que por si só já é um termo deturpado em relação a versão em inglês). É fato que para se traduzir uma obra são necessários ajustes para que a linguagem local seja adequadamente comportada, por isso é inviável fazer traduções inteiramente ao pé da letra. Mas isso é algo completamente diferente de trocar "ferrugem" por "domínio sombrio". Quando a Devir assumiu uma postura tão egoísta na tradução dos pouquíssimos livros que se dispôs a fazê-lo, nos fez reféns de suas obras ridiculamente forjadas, e isso complica demais a vida de quem queira traduzir os outros materiais da série. Dizer que o certo é manopla ao invés de película para um jogador de lobisomem é como pregar que dois mais dois é igual a cinco para qualquer pessoa sã.
Não bastasse esse já velho conhecido problema dos amantes do cenário, o werewolf: the wild west não recebeu uma versão revisada. Isso é algo bem complicado, já que a referência de praticamente todo mundo quanto a lobisomem é o cenário do apocalipse. Inicialmente pode não parecer um problema, mas existem termos que foram alterados, acrescentados ou removidos, e isso me pôs em xeque como tradutor: traduzir encorporando as edições revisadas da série, ou manter-me fiel ao livro original em questão?
Enfim, chegar até essas conclusões fez com que eu perdesse bastante tempo de trabalho nas traduções, e irei perder ainda mais pesquisando a respeito e revisando o texto que tenho em mãos com base no que conseguir apurar. Ainda que tenha ficado bastante frustrado com isso, continuo determinado a prosseguir com o projeto, mas precisarei do apoio de vocês. Como primeiro pedido em cima disso, gostaria que opinassem sobre como a tradução deve ser conduzida com base nessas duas perguntas:
1- Os termos adaptados pela Devir devem ser mantidos ou substituídos?
2- A tradução deve ser totalmente fiel ao material original ou levar em consideração as edições revisadas?
Durante a tradução do Glossário, esbarrei no termo "gauntlet" (manopla) e, conforme fui traduzindo seu significado, notei ter a exata definição do que denominamos "película". Pesquisei a repeito e vi que o termo, de fato, foi traduzido dessa forma pela Devir. Essa foi a ponta do Iceberg. Inúmeros outros termos foram traduzidos de forma igualmente bizarra (a exemplo do que ocorreu com os Augúrios, que por si só já é um termo deturpado em relação a versão em inglês). É fato que para se traduzir uma obra são necessários ajustes para que a linguagem local seja adequadamente comportada, por isso é inviável fazer traduções inteiramente ao pé da letra. Mas isso é algo completamente diferente de trocar "ferrugem" por "domínio sombrio". Quando a Devir assumiu uma postura tão egoísta na tradução dos pouquíssimos livros que se dispôs a fazê-lo, nos fez reféns de suas obras ridiculamente forjadas, e isso complica demais a vida de quem queira traduzir os outros materiais da série. Dizer que o certo é manopla ao invés de película para um jogador de lobisomem é como pregar que dois mais dois é igual a cinco para qualquer pessoa sã.
Não bastasse esse já velho conhecido problema dos amantes do cenário, o werewolf: the wild west não recebeu uma versão revisada. Isso é algo bem complicado, já que a referência de praticamente todo mundo quanto a lobisomem é o cenário do apocalipse. Inicialmente pode não parecer um problema, mas existem termos que foram alterados, acrescentados ou removidos, e isso me pôs em xeque como tradutor: traduzir encorporando as edições revisadas da série, ou manter-me fiel ao livro original em questão?
Enfim, chegar até essas conclusões fez com que eu perdesse bastante tempo de trabalho nas traduções, e irei perder ainda mais pesquisando a respeito e revisando o texto que tenho em mãos com base no que conseguir apurar. Ainda que tenha ficado bastante frustrado com isso, continuo determinado a prosseguir com o projeto, mas precisarei do apoio de vocês. Como primeiro pedido em cima disso, gostaria que opinassem sobre como a tradução deve ser conduzida com base nessas duas perguntas:
1- Os termos adaptados pela Devir devem ser mantidos ou substituídos?
2- A tradução deve ser totalmente fiel ao material original ou levar em consideração as edições revisadas?
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Cara penso qUE infelizmente estamos reféns da Devir. E que tentar trocar os termos que estamos acostumados apesar de errados fica bem complicado. Sem levar em consideração o tempo extra que será gasto na tradução. Mas como estou apenas na torcida o que vcs decidirem está ótimo.
Klauss Krugger- Crias de Fenris
- Mensagens : 2494
Data de inscrição : 18/04/2011
Idade : 44
Re: Wild West (tradução)
Mid, sou da opinião de que temos que seguir os termos aos quais os jogadores brasileiros estão acostumados mesmo, sob pena de limitar a utilidade do livro para quem lê-lo livremente.
Uma coisa legal de se fazer (que a Nação Garou também fazia em suas traduções) é criar um léxico de termos, um índice que mostre os termos em inglês e qual a tradução que nós optamos em usar, a fim de uniformizar o trabalho de todos os tradutores.
Aproveitando para inquirir: em qual formato vamos enviar as traduções? doc, pdf, txt ou post no forum mesmo?
Uma coisa legal de se fazer (que a Nação Garou também fazia em suas traduções) é criar um léxico de termos, um índice que mostre os termos em inglês e qual a tradução que nós optamos em usar, a fim de uniformizar o trabalho de todos os tradutores.
Aproveitando para inquirir: em qual formato vamos enviar as traduções? doc, pdf, txt ou post no forum mesmo?
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Atualização do quadro de tradução:
Prologo - Alexyus (em andamento)
Profecia: A vinda da guerra - Alexyus (em andamento)
- LIVRO UM (em andamento)
Capítulo um: Introdução - Midnight (concluído)
Capítulo dois: Cenário - Midnight (em andamento)
Capítulo três: Contando histórias -
-LIVRO DOIS
Capítulo quatro: Regras -
Capítulo cinco: Criação de Personagem -
Capítulo seis: Traços -
-LIVRO TRÊS
*Capítulo sete: A Umbra Tempestuosa -
Capítulo oito: Sistemas -
Capítulo nove: Drama -
Apêndice -
*Durante a tradução do termo em inglês, notei que "Umbra Tempestuosa" ficaria mais apropriado que "Tempestade Umbral"
Segue a baixo um rascunho do resultado final do primeiro capítulo traduzido e revisado:
1- O texto que integra a página 22 teve sua tradução adaptada. A versão original não possuía pontuação alguma, nem respeito a parágrafos ou qualquer estruturação textual. Traduzir de forma literal ou similar deixaria o trecho sem sentido algum.
2- Mantive os padrões da Devir na tradução e não apliquei as alterações do material revisado, mantendo fidelidade à obra original.
3- Esse é meu primeiro trabalho como tradutor e nunca estudei inglês formalmente (fazendo cursos ou coisas do gênero) mas me esforcei para fazer o melhor possível, mesmo não sendo fã de Wild West. É claro que isso é apenas o começo, mas conto com o apoio de vocês, especialmente pra revisar o texto, para tornar o livro o quão melhor for possível.
Alexyus, devo assumir que só há uma obra em que me lembro de ter visto a Nação Garou fazer algo semelhante. Quanto as traduções, vamos passando aqui no tópico mesmo os rascunhos, como acabei de fazer, quando terminarmos revisamos tudo e damos as formas finais.
Prologo - Alexyus (em andamento)
Profecia: A vinda da guerra - Alexyus (em andamento)
- LIVRO UM (em andamento)
Capítulo um: Introdução - Midnight (concluído)
Capítulo dois: Cenário - Midnight (em andamento)
Capítulo três: Contando histórias -
-LIVRO DOIS
Capítulo quatro: Regras -
Capítulo cinco: Criação de Personagem -
Capítulo seis: Traços -
-LIVRO TRÊS
*Capítulo sete: A Umbra Tempestuosa -
Capítulo oito: Sistemas -
Capítulo nove: Drama -
Apêndice -
*Durante a tradução do termo em inglês, notei que "Umbra Tempestuosa" ficaria mais apropriado que "Tempestade Umbral"
Segue a baixo um rascunho do resultado final do primeiro capítulo traduzido e revisado:
- Spoiler:
- -22
Livro Um:
O Oeste
Selvagem
-23
Querida Clarissa, parada. Alcançamos Laramie, no Wyoming.
Parada segura. Grandes coisas estão se movendo sob esta terra.
Parada. Encontramos mácula nas minas e veneno nos poços.
Parada. Fiz amizade com um nativo que se denomina Falante Orgulhoso.
Parada. Ele está me levando mais a Oeste. Amo você.
Parada. Isaiah.
Parada.
-25Capítulo Um: Introdução
Este é o Oeste. As coisas são diferentes aqui. Há apenas uma regra - o vencedor leva tudo. E eu pretendo levar isso.
-Modas, besteirol
Bem-vindo a um lugar onde as divisas fronteiriças são escancaradas, onde o perigo é comum como Salsola e insondável como um espírito que devora tempestades para se alimentar. Esse é um tempo de guerra, um local de conflito. Esse é um lugar onde a Morte corre pela noite em quatro pernas rápidas, um lugar de fogo e aço e prata. É o cenário de um grande conto, e ainda é uma terra facilmente perdida nas sombras de uma nação emergente. Bem-vindo ao Oeste Selvagem.
Lobisomem: O Oeste Selvagem é um jogo de contar histórias; um jogo sobre mística e maravilhas, ação visceral e intensa espiritualidade. É um jogo que permite a você rondar grandes contos de glória, perda, horror e triunfo. Se você não teve essa sorte de coisa antes, não se preocupe - isso virá naturalmente logo em breve.
O cenário para esse jogo é o Oeste Selvagem, uma mistura de horror primordial e genuína ação histórica. O Oeste Selvagem do Mundo das Trevas se espelha no nosso, mas é preenchido com monstros brutais que dormem entre a fronteira das cidades à noite. Aqui conflito e selvageria andam lado a lado com espiritualidade e misticismo. Aqui existem poucos supostos "bons garotos" como nós os conhecemos - mesmo os heróis desse tempo, os lobisomens, são monstros por si. Mas mesmo achando que eles são terrores sobrenaturais em seu próprio direito, os Garou (como eles se denominam) também são pessoas, reconhecidamente de uma diferente espécie. E tão terrível como eles são, ele encaram uma iminente catástrofe que ameaça atravessar a fronteira das trevas e devorar tudo no seu caminho. Esse é um lugar que está prestes a ser consumido por ventos de matança e monstros de metal, e os habitantes vão ter que fazer de tudo para manter seu território - se eles puderem.
E você está convidado a andar dentro dos contos do Oeste Selvagem como um jogador e participante.
Apronte a Sela.
-26
Contando Histórias
Contar histórias é uma antiga forma de entretenimento - e mesmo como tal, isso consegue ser muito mais do que uma simples maneira de passar o tempo. Isso pode transmitir informações, polir imaginações e ampliar horizontes. Os grandes contos de qualquer cultura popular dizem bastante sobre as pessoas que contam eles; é por isso que eles sempre valem a pena serem repetidos.
Contar histórias, é claro, vem na sua forma mais completa quando todos nós participamos, não apenas ouvimos. Você se contenta com simplesmente ouvir outro alguém contar histórias, ou ler outro romance barato - ou você quer inventar o seu próprio? Você quer ouvir as lendas da mais terrível pessoa (ou coisa) em Utah, ou você quer pegar o título para si? Você quer ouvir sobre a luta na fronteira, ou você quer se colocar lá?
É disso que esse jogo se trata. Lobisomem: O Oeste Selvagem toma um longo olhar para velhas lendas, e dá à todos nós a chance para redefinir elas para satisfazer nossos próprios desejos, para contar nossas próprias histórias com estes arquétipos ancestrais. Com esse jogo, você pode olhar para sua própria cultura e para você mesmo em um novo contexto - ou você pode, como diz o ditado, andar uma milha nos sapatos de outra pessoa. Ao longo do caminho, você pode ver coisas novas e descobrir novas perspectivas, tudo na companhia dos seus amigos. Você pode achar que isso simplesmente faz seu tempo valer a pena.
Dramatizando
Ainda assim, esse jogo não é precisamente 100% para contar histórias, ao menos não pela forma casual de definição de livro. Na maioria dos casos de desenvolvimento de histórias, o contador sabe como sua história vai terminar. Contudo, Lobisomem: O Oeste Selvagem possibilita um enredo fluído e de suspense genuíno - o resultado final depende das ações do seu personagem, e geralmente é incerto. Como um teatro de improvisação, você tem um cenário para agir e receber o resultado das ações também - mas você não tem um roteiro, e preenche as linhas na medida em que avança.
Não que interpretar seja toda a dificuldade. Crianças fazem isso a todo tempo, colocando toalhas em torno de seus pescoços e realizando suas super ações ou mimetizando tiroteios. Na realidade, ao tentar usar os sapatos de outra pessoa por um tempo, as crianças exercitam suas imaginações e tem uma ideia de quantas possibilidades o mundo tem para oferecer. Esse jogo é apenas uma versão sofisticada disso. Existem regras (assim você sabe quantas balas o garoto mau vai aguentar antes de cair acabado, e os eventos não irão parecer completamente arbitrários) e um cenário (assim todos sabem onde a história está ambientada, e se habilitam a julgar aonde podem ir). Trata-se disso.
Você pode jogar Lobisomem: O Oeste Selvagem com muitos amigos como se fossem uma matilha ao redor da mesa, mas isso tende a ser mais suave com seis jogadores ou menos. Dessa maneira, você continua podendo ter um grupo social de tamanho decente, mas pequeno o suficiente para todos poderem ter o que dizer.
O Narrador
Nenhuma plataforma de jogo no mundo é grande ou detalhada o suficiente para representar adequadamente o Oeste Selvagem, a Umbra Tempestuosa, e todos seus residentes e características. Nenhuma. O palco para esse show tem que ser ambientado na sua imaginação, e o Narrador é o diretor e o cenógrafo.
Note que nós não dissemos dramaturgo - Não é trabalho do Narrador colocar palavras na boca dos personagens dos jogadores. Não é seu trabalho dizer para onde os personagens irão e o que farão. O que ele providencia é um elenco de apoio, um enredo em construção (mas flexível) e um pacote conjunto de adereços. Cabe aos jogadores trabalharem para pegar o vilão no final (se pegar ele for tudo), mas eles obviamente não podem atirar nele com uma arma que não foi trazida para o palco, de uma forma ou de outra.
O Narrador conta aos jogadores o que cerca seus personagens, e descreve o que acontece a eles como resultado do que o jogador diz ou faz. O narrador tem o poder para julgar se o personagem acerta ou falha, se seu futuro é bom ou rum - mesmo se as circunstâncias acabarem o levando a morrer. O Narrador forma o verdadeiro mundo do jogo: não como um ídolo intocável, mas quase como um remunerador que você pode questionar.
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Naturalmente, a melhor medida para mensurar a qualidade de um Narrador é o apreciamento que seus jogadores fazem fora do jogo. Isso não significa que cada história deveria ter um final feliz, mas os comentários que seu grupo faz devem girar ao menos em torno de bons contos. Para esse fim, o narrador deve ser realista, imparcial e criativo; e se ele está apto a improvisar ao ponto de tirar o chapéu, melhor ainda. Além do mais, ele mantém o olhar na lógica interna e consistência - a ocasional coincidência absurda certamente preserva o sabor do jogo, mas algo muito anormal pode tirar a plausibilidade da crônica, tornando-a menos real para todos os envolvidos. O Narrador define as possibilidades, mas isso não se trata de um botão para encobertar qualquer coisa (pelo menos não sem uma boa razão).
Então aqui vai você. O Narrador veste dois chapéus (pelo menos): o do juiz, que interpreta e impõe as regras do jogo para manter as coisas justas e fluindo; e também o do contador de histórias, orador e artista. Isso parece um ato de malabarismo infernal inicialmente, mas esse livro existe para ajudá-lo. Em particular, o Capítulo Três: Contando Histórias entrará em maiores detalhes quanto as várias funções do Narrador, e oferece conselhos sobre a melhor de fazer esse trabalho.
Os Jogadores
A maior parte do grupo de jogo são jogadores, aqueles que agem como peças protagonistas da história. Embora eles tenham menos trabalho à frente, eles continuam tendo a responsabilidade de fazer o que puderem para manter o jogo agradável.
Ser um jogador envolve assumir a personalidade de um personagem, tipicamente um lobisomem, e depois interpretar as reações de seu personagem ao ambiente. Você escolhe aonde seu personagem vai, o que ele faz, do que ele gosta e do que ele não gosta. O que você fala, ele fala (a menos que você esteja fazendo uma pergunta ao narrador ou descrevendo suas ações). Quanto mais completamente desenvolvida sua personalidade, mais acreditável e divertido ele será para jogar.
Frequentemente, depois de descrever as ações que "você" quer tomar, você terá que rolar dados (o sempre popular elemento da chance) para ver se seu personagem realiza com sucesso essas ações. As características do seu personagem - descrições numéricas de suas forças e fraquezas- ditam o quão bem ele pode executar certas ações. Ações são o elemento básico de Lobisomem; elas descrevem como seu personagem afeta o ambiente e o curso da história.
Assim como na ficção e em filmes, os protagonistas são o foco da história. Eles alteram, direcionam e energizam o progresso da trama, e frequentemente adicionam novos elementos para a história. Os jogadores devem se sentir livres para oferecer ideias para o melhoramento da história, que o narrador pode adaptar ou rejeitar como lhe for conveniente. Ele pode gostar da sua sugestão de que trabalhar em um rancho seja um aspecto familiar para o seu personagem, ou talvez ele sinta que isso pode danificar a história. O que for mais apropriado deve ser o seu guia.
Personagens
Todos nós temos uma multidão de traços de diferentes personalidades, algumas das quais são frequentemente dominantes. Uma pessoa usa mil vozes, mil expressões faciais - todas diferentes, mas continua sendo a mesma pessoa. Seus personagens são uma variante literal disso; eles capturam certos elementos da sua personalidade, e logicamente crescem a partir dai. Através do curso do jogo, seus personagens evoluem como as pessoas fazem. Eles se tornam melhores, pessoas mais fortes, ou eles mudam para pior; mas assim como na vida real, suas experiências moldam eles.
Personagens Lobisomens são razoavelmente fáceis de criar; uma vez que você tenha uma ideia clara do que você quer, não deve levar mais do que meia hora para escolher os traços apropriados. Contudo, tornar um conjunto de estatísticas em vida, em um personagem que respira, geralmente demanda um pouco mais de tempo e esforço. Tudo o que você precisa para dar vida ao seu personagem, a centelha intensa de autenticidade, já está dentro de você. Tudo o que você tem de fazer é tocar isso.
(Curiosamente, muitos escritores assumem que seus mais bem constituídos personagens frequentemente desenvolvem uma vida por si mesmos, e tendem a se escreverem. Isso pode acontecer na interpretação também - um personagem bem definido pode acabar fazendo e dizendo coisas que são perfeitamente apropriadas para sua personalidade, mas sem que o jogador esperasse ver isso tudo! Se isso acontecer a você, parabéns; quando seu personagem desenvolver sua centelha de vida, o jogo se tornará o mais excitante possível).
A criação de personagens é discutida em maiores detalhes no Capítulo Cinco.
-28
Fim de Jogo
Então quando acontece o final do jogo, quem ganha? Bem, isso é bastante relativo; o jogo acaba quando é apropriado, e então não há vencedores claros. Os jogadores não estão em competição - longe disso. Alcançar as metas da história só é possível, normalmente, se os jogadores cooperarem. Mesmo se seu personagem morrer no decorrer do caminho, você ainda assim não "perdeu", ao menos não se você teve bons momentos.
Se seu personagem sobreviver, e for administrado para melhorar seu destino (seja através de autoaperfeiçoamento ou por ser bem sucedido em realizar qualquer meta pessoal que ele tenha), então você estará o mais próximo de vencer quanto for possível. Além do mais, sua matilha conquista certas vitórias sobre os antagonistas que estão contra vocês - Se vocês extirpam o culto a um vampiro adormecido em uma cidade do Arizona e destroem o sanguessuga responsável, vocês "ganharam", em uma outra sorte de vitória. Se ele acabar controlando ou matando toda a matilha, então os personagens terão certamente perdido a batalha. Mais uma vez, os membros da matilha são encorajados a aprender a confiar uns nos outros e trabalharem bem juntos. Uma casa dividida contra si mesma não pode ficar de pé, especialmente no Oeste Selvagem.
O quê Você Precisa
Lobisomem: O Oeste Selvagem foi desenvolvido para ser jogado em torno de uma mesa. Você não precisa de um tabuleiro ou cartas - apenas esse livro de regras, lápis, papel, fichas de personagem (faça uma cópia da que está no fim do livro, ou faça a sua) e dados. Esse jogo necessita de dados de 10 lados, que você pode encontrar em qualquer loja de jogos. O narrador talvez queira ter papel em mãos para esboçar um cenário ou um mapa rústico (isso faz com que descrever lugares para os jogadores seja mais fácil), auxílio visual, como fotos antigas ou daguerreótipos, ou quaisquer outros acessórios que vierem à mente (baralhos de pôker, lâmpadas de óleo, penas - qualquer coisas que faça da experiência mais vívida para o grupo).
O Lobisomem
Lobisomens não podem ser simplesmente descritos como humanos que podem se transformar em lobos, ou vice-versa - Eles são algo completamente diferente. Na forma humana, eles parecem como você e eu, mas eles são diferentes em um nível fundamental. Meio mortais e meio espírito, eles possuem habilidades místicas com as quais Gaia presenteou apenas suas crianças escolhidas.- Múltiplas Formas: Um lobisomem não está limitado a duas forma; ele pode andar como um homem ou como um lobo, bem como pode assumir formas mais combativas. A mais terrível delas é o meio-homem, meio-lobo: a forma Crinos, embora as enormes formas quase homem e quase lobo sejam praticamente tão potentes quanto.
- Regeneração: De qualquer forma, lobisomens podem ser cortados, levar tiros ou serem mutilados; eles sobrenaturalmente curam seus ferimentos em uma velocidade incrível (uma Nível de Vitalidade por turno). Apenas ferimentos fatais para humanos normais podem desacelerar um lobisomem por muito tempo. Contudo, lesões causadas por armas de prata, fogo e por garras e presas de sua própria espécie (ou outras criaturas sobrenaturais) são difíceis de serem curadas.
- Dons: Como mensageiros do mundo espiritual, lobisomens aprendem grandes poderes sobrenaturais presenteados à eles por espíritos.
- Percepção: Todos os lobisomens tem os afiados sentidos de um animal; suas audições e olfatos são quase incomparáveis, particularmente quando estão na forma de lobo.
- O Delírio: A forma de guerra Crinos preenche os humanos que a veem com uma cegueira por terror instintivo. Ninguém quer admitir que tais monstros existem, e a maioria das pessoas eventualmente esquece o que exatamente elas viram. Os Lobisomens enxergam essa amnésia seletiva, o Véu, tanto como escudo quanto como arma - muitos julgam melhor não matar ou aterrorizar aqueles humanos que podem se tornar incômodos.
- Frenesi: Lobisomens são praticamente a personificação da raiva, particularmente quando sob causas justificada como a de defender o que é deles. Quando suas emoções são mais fortes que eles, estes praticamente enlouquecem, despedaçando qualquer coisa que esteja em seu caminho. Os contos de lobos devoradores de homens atacando na lua cheia são geralmente formados por sua ira. Um Garou frenético, instintivamente, muda para sua forma de guerra, e esquece tudo sobre ligado a ser humano ou mesmo lobo - a demanda de sua fúria é tudo o que importa.
Ainda que um lobisomem comece uma vida como um humano ou lobo, ele logo descobrirá o quão diferente ele realmente é. Esse jogo lida com o que ele e sua espécie fazem depois de sua revelação; como eles reagem aos horrores que espreitam sob a pele do Oeste Selvagem, e por quem ou pelo quê eles escolhem lutar. E eles precisam lutar, pois as tempestades que irão ebulir no futuro não irão poupar ninguém.
Escuridão no Oeste
O clima geral de Lobisomem: O Oeste Selvagem não é o das velhas séries matinais de sábado, com chapéus brancos e aprumados xerifes incontestáveis. Este Oeste ficcional é um que poderia ter ocorrido, se ele não ignorasse as atrocidades que foram parte da nossa própria história. Aqui, mulheres e crianças inocentes morreram atravessados pelas baionetas da cavalaria ou por machadinhas de guerra. O homem branco faz de tudo a baixo de genocídio (e algumas vezes até isso) para tomar as terras que eles julgam serem suas por direito, e os nativos resistem de qualquer forma que eles sintam ser necessária. Para piorar a situação, há problemas vindo na frente espiritual, problemas que homens e mulheres normais não podem orar contra.
É aqui onde os Garou entram. Estes guerreiros estão em uma atmosfera volátil, onde um compromisso quase nunca é uma opção, onde acordos são mais comumente quebrados do que cumpridos. E os lobisomens tem o mais sensível desses finos gatilhos. Um lobisomem pode explodir a qualquer minuto, possivelmente chacinando inteiramente uma vila mineradora em um frenesi furioso. Tudo o que é preciso para isso é ir longe demais - e nessa atmosfera áspera, muitas provocações vem fácil. Os Garou são monstros, criaturas que caçam e matam pela noite. A qualquer lugar que eles vão, há grandes chances de alguém morrer.
Entretanto, mesmo lobisomens superam suas manchas de fúria e ascendem para se tornarem heróis, lendas da sua própria forma. Além do mais, é esperado que os personagens façam exatamente isso; sem os esforços de heróis, o estado do Oeste Selvagem ficará apenas pior. Apenas através da virtude, coragem e união os Garou manterão uma chance de sobreviver. É pedir demais, e quase tudo está sobre os ombros dos Garou, possam eles enfrentar o desafio ou não.
Glossário
Lobisomens podem se comunicar instintivamente com lobos, e a maioria aprende ao menos uma ou duas línguas humanas. Em todo caso, os Garou tem sua própria língua, e até mesmo seus próprios jargões para termos específicos que não são comportados pelas línguas humanas (pelo menos não sem nenhuma perda de precisão). O dicionário a seguir contém termos amplamente usados pela maioria dos lobisomens. O grande número de culturas em que os Garou se integram (ou assistiram se despedaçar) contribui grandemente para a diversidade etimológica da sua linguagem. De qualquer maneira, esses termos dão uma ideia mais profunda de como os lobisomens se definem.
Jargão Comum
Essas palavras são comumente usas por lobisomens nativos e imigrantes de forma idêntica.
Ádito: Um portal espiritual entre as Terras Médias e os Céus; veja Membrana.
Apocalipse: A era da destruição, talvez o fim da própria Gaia - um tempo em que os Garou profetizam que virá quando a Wyrm tentar engolir Gaia para sempre. A maioria dos Garou acredita que essa será a batalha final- e muitos olham para as destruições da Umbra Tempestuosa como uma prova de que o Apocalipse está vindo, se é que já não chegou.
Augúrio: A fase da lua sob a qual um Garou nasce, que guia sua personalidade e seu dever sagrado. Os Augúrios são: Ragabash (Lua Nova; Trapaceiro), Theurge (Lua Crescente; Vidente), Philodox (Meia Lua; Juiz), Galliard (Lua Minguante; Dançarino da Lua), Ahroun (Lua Cheia; Guerreiro).
Maldito: Um termo genérico para um espírito maligno, corrupto; a prole da própria Wyrm. A variedade de Malditos é espantosa, e eles frequentemente têm "raças" entre si.
Divisa: Uma área de fronteira do caern, onde os Garou mantém um olhar cuidadoso sobre os mortais locais.
Domínio Sombrio: Qualquer área corrompida, seja no mundo espiritual ou na realidade física.
Raça: Os antepassados de um lobisomem, sejam eles lobos, seres humanos ou outros Garou.
Caern: Um lugar sagrado, um ponto de encontro onde os Garou entram em contato com o mundo espiritual.
Celestinos: Os maiores espíritos; as coisas mais próximas de deuses que os lobisomens conhecem. Alguns exemplos são Luna (a Lua) e Hélios (o Sol).
Conclave: Um grande encontro multi-tribal, convocado para discutir os mais graves e abrangentes problemas. Quase não houveram conclaves convocados no último século.
Pacto, O O acordo que todas as tribos fizeram há quase nove mil anos atrás; o fim do Impergium. A tradição é mantida desde que foi estabelecida até hoje.
Crinos: O homem-lobo, a aterrorizante forma de guerra dos Garou.
Umbra Profunda: Outro termo para Céus.
Delírio: A loucura que se apodera dos humanos azarados o suficiente para ver um lobisomem em sua forma Crinos.
Domínio: Um mini-Reino nas Terras Médias , comumente conectado a um Reino maior nos Céus.
Fera: Gíria para lupus.
Gaffling: Um simples espírito servo de um Jaggling, Incarna ou Celestino. Gafflings raramente são conscientes.
Gaia: O universo, tanto físico quanto espiritual (termo geralmente usado para se referir a locais lindos); Mãe Terra.
Garou: Como a maioria dos lobisomens se denomina; algumas vezes desdenhado como um eufemismo desnecessário.
Película: A barreira entre o mundo físico da Terra e o mundo espiritual da Umbra. Ela é mais forte ao redor de áreas tecnológicas, com domínio da Weaver, e mais fraca em torno de caerns e nos corações dos lugares selvagens.
Céus, Os: Os mais distantes reinos da Umbra; as regiões que estão do outro lado da Membrana. A realidade se torna menos coesa quanto mais longe as viagens nos Céus forem.
Hispo: O enorme lobo pré-histórico ou a forma quase-lobo dos Garou.
Hominídeo: Um Garou de linhagem humana, algumas vezes usado de forma desdenhosa por lupus - por exemplo: "Eu nunca vi um hominídeo que pudesse seguir uma pista." Quando maiúscula, refere-se a forma humana em que todos os lobisomens podem se transformar.
Impergium: Os três mil anos que se seguiram ao surgimento da agricultura, período em quê os lobisomens abatiam grupos humanos para manter controle sobre sua população.
Incarna: Espíritos poderosos; mais fracos que os Celestinos, mas ainda assim grandes espíritos em qualquer medida.
Jaggling: Um espírito servo de um Incarna ou Celestino.
Kenning: Uma forma de uivo com conotação emocional.
Parente: Humanos e lobos que são relacionados aos Garou, e que são resistentes ao Delírio.
Klaive: Uma adaga - ou espada-fetiche, geralmente de grande poder espiritual e quase sempre feita de prata.
Litania, A O tradicional e ancestral código de leis dos lobisomens.
Lupus Um lobisomem nascido de origem lupina; quando maiúscula, a forma de lobo que todos os Garou podem assumir.
Membrana, A A barreira entre as Terras Médias e os Céus; normalmente transponível apenas por meio de um Ádito ou pela Zona Onírica.
Impuro: A estéril, deformada e geralmente injuriada prole de dois Garou.
Terras Médias: O mundo espiritual que cerca o Reino de Gaia; também chamado de Umbra Rasa.
Aberrações: Humanos ou animais possuídos por malditos que ganham estranhos poderes de seus "patronos", mas são completamente corruptos.
Ponte da Lua Um portal entre dois caerns; muitas vezes abertas durante assembleias.
Assembléia: Uma reunião de seita ou de tribo que acontece em um caern.
Mulo: Gíria para impuro.
Umbra Rasa: Veja Terras Médias.
Matilha: Um pequeno grupo de Garou espiritual e socialmente ligados um ao outro por laços de amizade ou por uma missão quando culturalmente opostos.
Pebumbra: "A Sombra da Terra"; o mundo espiritual nas cercanias imediatas do mundo físico. Muitos, mas não todos, os aspectos do terreno na Penumbra são os mesmos.
Protetorado: O território reivindicado e patrulhado por uma matilha ou seita.
Terras Puras: O termo geralmente usado pelos Garou nativos para se referirem as Américas; refere-se a crença de que os Garou haviam banido as influências da Wyrm antes da chegada dos europeus.
Os Puros: Os Garou das Terras Puras; Os Croatoan, Uktena e Wendigo.
Reinos: Os mundos de realidade "sólida" no interior da Tellurian. A Terra é chamada de o Reino.
Seita: Uma pequena comunidade de lobisomens que vive próxima e cuida de um caern em particular.
Percorrer Atalhos: Entrar no mundo espiritual. Idêntico a Alcançar.
Devoradora de Tempestades, A: Um grande espírito, parte Weaver e parte Wyrm, que devora as energias da Wyld para se alimentar. Alguns vêem seu despertar como um sinal do Apocalipse.
Tellurian: Toda a realidade; geralmente usado para se referir tanto ao bem quanto ao mal.
Totem: Um espírito associado a uma matilha ou tribo e que representa a natureza da mesma. Os totens tribais são Incarna, enquanto os totens de matilha são avatares de um Incarna (o equivalente a um Jaggling).
Tíade, A: A Weaver, a Wyld e a Wyrm; a trindade de forças cósmicas primordiais.
Tribo: A maior comunidade de lobisomens, ligados por um totem em comum, estilos de vida similares e frequentemente por relações sanguíneas.
Umbra: O mundo espiritual.
Véu, O: A amnésia que afeta a maioria das pessoas que caem no Delírio.
Tradições, As: Os costumes, histórias e segredos da sociedade dos lobisomens.
Weaver, A: A mais pura, maior manifestação e símbolo de ordem e padrão. Sua influênica na Terra manifesta-se na lógica, tecnologia e muitas outras formas de "progresso".
Wyld, A: Manifestação e símbolo de mudança pura, caos, criatividade, metamorfose e força elemental. Frequentemente associada com os lugares selvagens, e muito venerada pelos lobisomens.
Wyrm, A: Antes a força cósmica do equilíbrio, agora a manifestação da entropia, corrupção e decadência. Espelhada e alimentada por assassinatos, profanações e poluições, entre outro males.
Portadores da Wyrm: Termo dos Uktena e Wendigo para os europeus, os quais os nativos julgam terem trazido a Wyrm para as Terras Puras.
Covil da Wyrm: Um local que foi espiritualmente profanado pela Wyrm; invariavelmente um lugar de poderosa corrupção.
Gírias
Esses termos favorecem os Garou jovens, que preferem um "discurso claro" a formalidades exageradas. Anciões geralmente vêem eles como desrespeitosos.
Símio: Gíria para humano ou hominídeo, incomum entre Os Puros. "Macaco" implica ainda mais desprezo.
Lobo Solitário: Um lobisomem que escolheu ou foi forçado a deixar a sociedade Garou, Perdendo toda sua posição social e respeito comunal. O termo no Jargão Arcaico é Ronin.
Corrida: Uma caçada ritual ou festim que ocorre após a conclusão de uma assembléia.
Ovelhas: Humanos.
Umbra Tempestuosa: A selvagem e caótica Penumbra do Oeste Americano; também usado para descrever as áreas nas Terras Médias que sofreram com a mácula da Devoradora de Tempestades.
Fazer a Garganta: Vencer alguém em combate ritual (por exemplo: "Eu fiz a garganta do infeliz!").
Carrapato Um dos muitos termos pejorativos para vampiros; aqui usado no sentido de "parasita inútil que é difícil de matar". Outros termos comuns incluem Sanguessuga, Cadáver, Pele Morta e Carcaça.
Jargão Arcaico
Estes termos eram falados nos dias antigos e foram mantidos vivos por historiadores; Geralmente usada pelos Fianna para incrementar suas frases. Lobisomens usam esses "termos exagerados" muito infrequentemente, mas virtualmente todos conhecem essas palavras e suas definições.
Adren Um pupilo ou estudante que está aprendendo com um mentor.
Airts: Os caminhos mágicos do mundo espiritual (Trilhas Espirituais, Tilhas da Lua etc.)
Aisling: Um jornada no mundo espiritual; igualmente, uma premonição.
Anamae: "Alma amiga"; geralmente vinculado a um totem de matilha.
Anruth: Um Garou que viaja de um caern para outro mas não está ligado a nenhum deles; uma prática perigosa no Oeste Selvagem.
Athro: Professor, mentor.
Brugh: Qualquer tipo de lugar místico, seja um caern, uma clareira espiritual intocada ou mesmo um Covil da Wyrm.
Charach: Um Garou que se deita ou se deitou com outro Garou; um insulto.
Chiminage: Oferendas ou serviços para apaziguarem espíritos instrutores ou aliados; um termo também usado para descrever um pedido que a seita pode fazer para qualquer Garou que está usando seu caern.
Cliath: Um Garou jovem, ainda sem posto significativo.
Fomori: Malditos.
Fostern: Seus irmãos e irmãs de matilha; a família escolhida pelos lobisomens que vai além do sangue.
Gallain: Parentes.
Harano: Uma enigmática, quase sobrenatural, depressão que afeta alguns lobisomens. Dizem ser luto pelo sofrimento da Mãe Terra.
-ikthya: "Da Wyrm"; um sufixo acrescentado a um nome.
Inceptor: O Garou que orienta outro lobisomem durante um ritual; muito frequentemente chamado de mestre do ritual.
Kinain: A relação entre Garou aparentados por intermédio de um ancestral; um termo de carinho e orgulho, nunca usado para se referir a impuros.
Pericarpo: A parcela da Umbra Rasa em volta de cada Reino.
Febe: Um Incarna de Luna, representante da Lua.
Praenomen: O espírito totem de uma matilha.
-rhya: "De posto superior"; sufixo acrescentado a um nome.
Ronin: Veja Lobo Solitário.
Urrah: Garou que valoriza demais a civilização e o "progresso"; também usado para maculados.
-yuf: "Honorável igual"; sufixo acrescentado a um nome. - Múltiplas Formas: Um lobisomem não está limitado a duas forma; ele pode andar como um homem ou como um lobo, bem como pode assumir formas mais combativas. A mais terrível delas é o meio-homem, meio-lobo: a forma Crinos, embora as enormes formas quase homem e quase lobo sejam praticamente tão potentes quanto.
1- O texto que integra a página 22 teve sua tradução adaptada. A versão original não possuía pontuação alguma, nem respeito a parágrafos ou qualquer estruturação textual. Traduzir de forma literal ou similar deixaria o trecho sem sentido algum.
2- Mantive os padrões da Devir na tradução e não apliquei as alterações do material revisado, mantendo fidelidade à obra original.
3- Esse é meu primeiro trabalho como tradutor e nunca estudei inglês formalmente (fazendo cursos ou coisas do gênero) mas me esforcei para fazer o melhor possível, mesmo não sendo fã de Wild West. É claro que isso é apenas o começo, mas conto com o apoio de vocês, especialmente pra revisar o texto, para tornar o livro o quão melhor for possível.
Alexyus, devo assumir que só há uma obra em que me lembro de ter visto a Nação Garou fazer algo semelhante. Quanto as traduções, vamos passando aqui no tópico mesmo os rascunhos, como acabei de fazer, quando terminarmos revisamos tudo e damos as formas finais.
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Olá. Desculpem nāo ter me manifestado antes mas estou tendo uma semana infernal. Escrevo do celular, estou sem internet. Concordo em seguir a traduçao da Devir, pelos motivos ja expostos. e com a ideia do lexico, ou ao menos notas sobre os termos com traducoes mais controversas.
Seguindo a divisao de capitulos, fico com o 3, Contando Historias. Nāo darei prazo por enquAnto porque nāo terei a internet para tirar duvidas e isso pode atrasar um pouco. Ainda nāo sei oque ocorre, entao nāo sei o tempo que ficarei sem acesso. Ponho prazo assim que possa.
Abraços.
Seguindo a divisao de capitulos, fico com o 3, Contando Historias. Nāo darei prazo por enquAnto porque nāo terei a internet para tirar duvidas e isso pode atrasar um pouco. Ainda nāo sei oque ocorre, entao nāo sei o tempo que ficarei sem acesso. Ponho prazo assim que possa.
Abraços.
Lua- Admin
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Data de inscrição : 28/07/2014
Re: Wild West (tradução)
Já com internet.
Como disse, fiquei com o capitulo 3, Contando histórias.
Creio que duas semanas está bem para traduzi-lo.
Abraços.
Como disse, fiquei com o capitulo 3, Contando histórias.
Creio que duas semanas está bem para traduzi-lo.
Abraços.
Lua- Admin
- Mensagens : 1774
Data de inscrição : 28/07/2014
Re: Wild West (tradução)
so posso fazer sonen positivo para que de certoe ja planejar um persona bem loko pra nos divertimos beeeeeemm ate umas horas, e taca-lhe pau nesse wild west
Veu Cinza- Portadores da Luz Interior
- Mensagens : 233
Data de inscrição : 12/09/2012
Idade : 42
Localização : sao paulo
Re: Wild West (tradução)
Terminei a tradução da profecia antes do prólogo, porque ela é bem mais fácil.
Estou empacando em alguns termos descritivos confusos e algumas ações dos personagens que parecem estranhas mesmo em inglês, e isso atrasa um pouco o ritmo da tradução.
Mas estou confiante de que até domingo à noite eu entrego tudo que prometi.
Estou empacando em alguns termos descritivos confusos e algumas ações dos personagens que parecem estranhas mesmo em inglês, e isso atrasa um pouco o ritmo da tradução.
Mas estou confiante de que até domingo à noite eu entrego tudo que prometi.
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Vou deixar aqui a tradução da Profecia.
- Spoiler:
- PROFECIA
A VINDA DA GUERRA
Ó, meus irmãos e irmãs, meus filhos e netos, ouçam-me. Eu tenho andado em lugares estanhos em meus sonhos, e eu tenho visto coisas terríveis. Eu tenho encontrado com poderosos espíritos, que me msotraram horríveis visões do amanhã, e das estações ainda não nascidas. Eu digo a vocês agora que essas coisas são muito importantes e vocês devem ouvi-las atentamente. O mundo está indo para uma mudança breve, como o tempo, mas a mudança pode ser eterna.
Eu canto de um tempo quando a Weaver irá ameaçar enredar todo o Povo e todas as terrasem suas teias.
Onde seu olhar fixo cair, suas crias de olhos vazios irã enxamear, e eles quebrarão montanhas sob seus trovões tecidos. As montasnhas e rochas irão voar pelo ar, caindo em pequenos pedaços, e aqueles de olhos vazios irão escolher os pedaços de seus gostos.
Ela tecerá poderosas armas para suas crias, e as preencherá de mágica da Weaver.
Elas serão ferramentas sem espíritos, ainda que cuspirem a morte tão certamente quanto qualquer fetiche.
Suas teias de metal irão envolver tudo no mundo físico, e grandes Bestas da Weaver correrão suavemente pelos fios. Ela os tecerá mesmo nos lugares sagrados, quebrando-os e deixando-os então vazios.
Ela está vindo.
Eu tenho visto essas coisas, e elas tem me assustado.
Eu canto de um tempo quando a Wyrm irá uma vez mais arrastar suas espirais fedorentaspelas terras que nós chamamos de Puras.
Onde quer que suas escamas imundas tocarem, ali haverá doenças, e suas famílias irão enfraquecer e morrer diante da força do veneno dela. Espíritos da praga irão dançar obre suas tribos moribundas, e nem mesmo os mais fortes de nosso clã estarão a salvo.
Muitos homens de longe virão com a Wyrm em seus corações e bocas. Suas línguas serão feitas de mentiras, e suas crenças serão sempre vazias; eles comerão tudo que puderem pegar e nunca ficarão satisfeitos. Eles beberão fogo e isso os deixará sempre sedentos, então eles beberão sempre mais. E a Wyrm em suas bocas e sob suas peles irá tocar o Povo, e o Povo também se tornará faminto e sedento como esses homens moribundos.
A Wyrm virá como uma fera insana entre o rebanho, e ela matará os animais e deixará seus corpos para apodrecerem. HAverá grandes montões de ossos e carne apodrecida, e as pessoas não terão nada para comer.
E quando a mão da Wyrm apertar bastante os corações desses estrangeiros, eles serão enchidos de crueldade. Eles correrão através da terra com suas longas, longas pernas, matando qualquer um que eles encontrarem. eles serão devorados pela ganância, e então eles matarão. Eles serão devorados pelo ódio, e então eles matarão. A Wyrm fará uma poderosa e terrível guerra contra as pessoas, e ela nos tentará nos levar para as águas e por sob as montanhas até que tenhamos ido.
Está vindo.
Eu tenho visto essas coisas, e elas tem me assustado.
A pior de todas as coisas também irá acontecer. Os outros, os há muito desaparecidos lobos metamorfos que são como nós e também são muito diferentes de nós, irão retornar. Eles correrão com as pessoas de barrigas vazias e com as pessoas más e com as pessoas de olhos vazios, e lutarão contra as crianças das Terras Puras. Eles dirão que não são da Weaver nem da Wyrm, e mesmo assim quebrarão cegamente os velhos selos e iradamente lutarão contra nós por nossos lugares sagrados. Apenas depois de muitas estações eles verão quão tolos eles terão sido, e então as Terras Puras não mais serão. A terra estará doente e nosso povo terá fome e frio.
Eles estão vindo.
Eu tenho visto essas coisas e elas têm me assustado.
Ouçam-me e não esqueçam as minhas palavras, ó minhas tribos e povo. A Wyrm está vindo, e ela traz seu povo. A Weaver está vindo, e ela traz seu povo. Eles vêm para escravizar a Wyld e mesmo eu não posso dizer se eles terão sucesso.
Eu estou assustado; eu não posso ver mais.
- O Lamento de Voz-do-Inverno, último theurge dos Croatan.
Então essas são as palavras que foram dadas aos meus pais, e assim eles as ouviram de seus pais, e assim foi dito pelo Irmão do Meio em seu último suspiro. Eu vejo o brilho em seus olhos; você ouviu as palavras e sabe que o Irmão do Meio falou a verdade. As pessoas de olhos vazios vieram e suas famílias Garou vieram com elas. Eles mataram o búfalo e roubaram os caerns, e nós não temos osnúmeros para combatê-los.
Nós somos fortes, mas muito poucos. Nós temos de ser sábios também. Eu não sei se todos esses estrangeiros são maus; talvez muitos deles sejam crianças tolas queagem como agem porque não aprenderam nada melhor.
Eu verei se eles escutam a voz da Terra. se eles ouvirem, então devem ser informados para se comportarem, ou mesmo nossa Mãe irá pegar a estranha doença da fraqueza deles, e o Fim dos Tempos estará sobre nós. Se eles não ouvirem, então certamente nós deveremos combatê-los até que eles voltem para as águas ou morram, pois a Mãe não pode tolerar as mãos severas deles. Eu irei oferecer-lhes paz se eles a tiverem. Senão, eu lhes darei guerra até que as estrelas caiam do céu.
- Orador Orgulhoso, Galliard Uktena
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Alexyus, depois vou dar uma lida mais calma no que traduziu, mas já tem um ponto em que devemos fazer um acerto na tradução. "Proud Speaker" foi traduzido por você como "Orador Orgulhoso" e por mim como "Falante Orgulhoso". Acho que a tradução que usou é bem mais fluída, mas optei pela mais rústica por, ao meu ver, retratar melhor as raízes indígenas do Garou em questão. Não vejo problema em nenhuma das duas formas, mas temos que chegar a um consenso. O que me diz?
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Concordo com o Míd, (apesar de eu não ter capacidade de traduzir por rã nenhuma) no caso das coisas ditas pelos puros fazer uma tradução mais carregada/rústica Afinal de de contas eles estão aprendendo uma línguagemas nova aos poucos e no caso dos garou do velho mundo nesse caso sim usar um linguagem mais fluida.
Klauss Krugger- Crias de Fenris
- Mensagens : 2494
Data de inscrição : 18/04/2011
Idade : 44
Re: Wild West (tradução)
Mid, eu até concordaria com "Falante Orgulhoso", mas esse personagem já apareceu no Livro da Tribo Uktena 2e edição, que a Devir traduziu em português como "Orador Orgulhoso". Eu optei por seguir o que já tinha sido feito, mas vai do consenso da galera.
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Pra ser bem sincero, o único livro da 2ª Edição que li foi o da Wyrm, então não tinha a menor ideia disso. É ótimo que tenha essa referência, vamos usar "Orador Orgulhoso" mesmo, assim mantemos a coesão com as outras obras, como já havíamos estipulado. Vou editar o nome dele na parte que já traduzi.
E Klauss, foi exatamente isso o que pensei, mas já havíamos concordado em manter um padrão com as obras já traduzidas pela Devir, então é uma questão de coerência para com os termos que estipulamos até aqui. Ainda assim, valeu pela colaboração, isso vale mais do que possa imaginar.
Aproveitando o post para dizer que não tenho como dar um prazo para o trecho que estou traduzindo. No primeiro capítulo eu tive um esforço enorme para traduzir com o tempo em que fiz, e ele é bem menor do que o segundo, e ultimamente tenho deixado as traduções praticamente em hiato por estar tendo dias corridos. Creio que no meio dessa semana possa ter mais tranquilidade para adiantar o processo, mas até lá, não posso adiantar nada.
E Klauss, foi exatamente isso o que pensei, mas já havíamos concordado em manter um padrão com as obras já traduzidas pela Devir, então é uma questão de coerência para com os termos que estipulamos até aqui. Ainda assim, valeu pela colaboração, isso vale mais do que possa imaginar.
Aproveitando o post para dizer que não tenho como dar um prazo para o trecho que estou traduzindo. No primeiro capítulo eu tive um esforço enorme para traduzir com o tempo em que fiz, e ele é bem menor do que o segundo, e ultimamente tenho deixado as traduções praticamente em hiato por estar tendo dias corridos. Creio que no meio dessa semana possa ter mais tranquilidade para adiantar o processo, mas até lá, não posso adiantar nada.
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
A semana foi pior do que eu pensava, então deixo aqui as duas primeiras partes do Prólogo.
Nota 0: O termo "Eastern" indica alguém do leste dos Estados Unidos. Uam tradução aceitável seria "oriental", mas poderia gerar confusão com pessoas da raça asiática que nos EUA são "asians" e pra nós são "orientais" genéricos. Eu usei o termo Lestista, bem incomum, mas o mais exato que eu pude encontrar.
Nota 1: Alguns termos de pôquer (como dealer, que eu traduzi como carteador) podem ter erros devido à meu conhecimento rudimentar do jogo.
Nota 2: Não traduzi nomes próprios de personagens ou lugares para não descaracterizar totalmente a obra original. A taverna Old Stone poderia ser traduzida como "velha pedra", mas é uma referência ao taverneiro Ezekiel Stone, sendo este seu sobrenome.
Nota 3: O termo "tinhorn" que nomeia a segunda parte é uma gíria sem tradução exata, significando mais ou menos "trapaceiro que finge ter dinheiro". O termo tinhorn é uma referência aos chifres de lata onde jogadores exibidos costumam girar os dados antes de lançá-los. Eu usei o termo "almofadinha", que está longe de ser correto, mas pareceu o mais adequado.
Nota 4: Os diálogos dos personagens seguem o padrão americano, sinalizados entre aspas ("fala"seguida de descrição). Me lembro vagamente da Devir manter esse formato, apesar de ser muito mais comum na língua portuguesa o dois pontos seguido de travessão (fulano fala: - Eu falo.). Acredito que seja uma decisão estilística que, se por um lado facilitaria para o leitor brasileiro a compreensão da estrutura narrativa, por outro envolveria um trabalho grande de adaptação da pontuação que provavelmente aumentaria o número de linhas ocupadas pelo texto.
Nota 5: As fontes usadas são extremamente complicadas, tendo tipagem própria nos títulos e nos recortes dos jornais. É um trabalho para a diagramação que com certeza vai ser bem trabalhoso.
- PRÓLOGO:
- HAVIA ALI UM MONTE DE DINHEIRO, MAS NENHUM DELE ERA PRATA.
Quatro homens e uma mulher - bem, três homens, uma mulher e um garoto - sentaram-se ao redor da mesa de feltro verde e olharam bem para suas cartas. Poucos passos além, o garçom estudiosamente ignorava a conversação dos jogadores enquanto polia uma já reluzente bancada. Uma linha de garrafas e copos estavam ordenados como estalagmites à frente do bar espelhado, que, incidentalmente, refletia ambas as portas vai-e-vem na frente do salão e o conjunto de largas janelas localizadas em cada lado. Havia também outras mesas, usadas para carteado, mas vazias agora no calor da tarde. Lá fora, os cavalos dos jogadores cutucavam-se uns aos outros em esforços fúteis para dominar o cocho de água; no segundo andar, um freguês roncava numa ressaca.
As cadeiras eram de madeira e incompatíveis; mais pareciam como se tivessem sido tiradas de algum vagão-restaurante, com almofadas vermelhas desbotadas e arranhões na madeira. Um lustre balançava no teto escuro por ora, aguardando pacientemente pela noite.
Os jogadores de pôquer não notavam nada disso. O primeiro, um homem musculoso num uniforme desbotado da Cavalaria dos Estados Unidos, fazia caretas intensamente para sua mão de cachorro orelhudo. Rosto brilhante do sol, ele ostentava um bigode vermelho caído e uma face enrugada o bastante para servir como um mapa de baixo-relevo para as terras selvagens. Ele fora o último a chegar, e os outros tinham percebido que ele caminhava com um mancar distinto. Aquilo por si mesmo era o bastante para erguer sobrancelhas e provocar especulações; ele levara algum tipo de ferimento para mutilar permanentemente alguém de sua raça. Entretanto, nenhum dos outros foi rude a ponto de perguntá-lo sobre a questão; eles tinham certeza que Jonas Moon, reformado no 15° regimento da Cavalaria de Nova York - como ele mesmo se introduzira - iria contar a história no seu próprio tempo.
À direita de Moon sentava-se a única mulher do grupo, abanando-se com suas cartas para quebrar o calor do meio-dia. Ela tinha a compleição e a graça de uma dançarina, mas suas mãos eram calosas de trabalho duro. Cabelos pretos e olhos negros mas numa pele suave, ela tinha sido a primeira dos cinco a aparecer; os outros a tinham encontrado já sentada e bebericando um copo de cerveja. Aprende-os-Velhos-Caminhos (ela dissera a eles que seus amigos humanos a chamavam de Janice) usava roupas de homem, peles de gamo e couro que pareciam ter passado por mais de um dono. Havia algum tipo de amuleto indígena em seu pescoço, mas nenhum dos outros o reconheceu.
O garoto tinha sido o vencedor da última rodada, e tratava as cartas como se tivesse trabalhado num salão por anos. Mas aquilo tinha sido o fim do seu profissionalismo. Ele sentava-se, olhos sombreados por um chapéu vários números maior, e segurava as cartas um pouco forte demais. Todas as suas roupas diziam uma coisa: Lestista. Elas eram muito novas, muito limpas, muito macias para terem sido usados ao longo da fronteira, e não tinham o caimento certo. de vez em quando ele se incomodava com um botão ou perdia um bolso de um jeito que dizia que ele não estava acostumado com aquelas roupas.
O garoto - como ele mesmo se introduzira, dando a certeza aos outros que ele queria capitalizar o "garoto" - tinha armas, é claro. Brilhantes, atritando contra o couro dos coldres de tão novas que guincharam contra a velha mobília quando o garoto se sentou. Quando o garoto afastou-se, Aprende-os-Velhos-Caminhos silenciosamente apostou com seu vizinho esquerdo que as armas nunca tinham sido usadas.
Os outros jogadores tinham tomado o garoto como um blefador fedido e assistiam suas tentativas com indiferença. Moon dobrou sua aposta. O outro homem fez o mesmo depois de Janice, um camarada de aparência escorregadia cujo colete, calças, botas, chapéu e luvas estavam suspeitamente livres da poeira da estrada. Alguém grosseiro poderia chamar o camara de um dândi. Alguém de visão mais aguçada poderia notar os entalhes nos tambores das armas do camarada e refrear-se do insulto. Bigodes loiros inclinados caíam sobre seus lábios e seus olhos eram de um perfurante azul morto.
Durante o curso das amabilidades do jogo, ele tinha deixado escapar (na fala lenta de um cavalheiro da Georgia) que era Aaron Anda-com-Aço. Moon murmurou mais tarde que, não importava com que o camarada andava, não havia nem homem nem lobo na face verde de Gaia que pudesse ser tão bom jogador de cartas. Àquilo, Aaron meramente sorriu um sorriso de lobo e remexeu o pote com a outra mão. Magnanimamente, ele deixou cinco dólares no pote para cobrir os pingos das próximas rodadas. ele frequentemente fazia isso, como uma questão de fato, mas como ele vencera a maioria de todas as mãos, ele podia se dar ao luxo.
O último homem na mesa, um pequeno camarada com olhos matreiros e dedos rápidos de um jogador de cartas com prática, tinha, na verdade, passado a maior parte da tarde perdendo. Suas roupas, todas manchadas com sombras marrons, claramente feitas de tecido barato, tinham uma característica incomum: seu colete era manchado na cor da areia do deserto, exceto um remendo do lado esquerdo - um remendo na forma de uma estrela de seis pontas.
O último homem não se incomodara em apresentar-se. Quando pressionado, ele murmurou algo sobre fazer algum trabalho para os Pinkertons, e deixou a questão morrer. O garçom parecia conhecer o homem, e ninguém mais pensou em trazer a questão à tona de novo. Ninguém quer ser o pior jogador da mesa, afinal de contas.
O garçom tinha observado todos entrarem e se sentarem com apenas uma suave pontada de curiosidade. Não era incomum para um certo tipo de pessoas especiais usarem seu salão para todas as sortes de encontros - de dia ou de noite. De fato, ele tinha um pouco de orgulho da reputação de seu salão ser desfrutado entre seu clã; a palavra do Texas até o 54° Paralelo era que o Old Stone´s em Shilo era um bom lugar para negócios de "família".
E se algum negócio de família parecesse que ia ficar feio, o que ele mantinha no porão mantinha mesmo as cabeças mais quentes mais ou menos frias. Havia algumas coisas mais importantes que lutar, sabia?
Ele soube logo de cara que aquele ia ser um daqueles encontros especiais, um que ele deveria ficar de olho, por um monte de razões. Enquanto o garçom não atravessara a Primeira Mudança (e nunca iria), ele vigiava um monte de outras, e o garoto parecia ter recém-atravessado a Primeira Mudanças sozinho. Mesmo pior, o garoto tinha todos os sinais de ter lido muitos romances baratos sobre a fronteira - e acreditado em até o último deles.
Então lá estava o colar indígena que a mulher lupina estava usando: o garçom sem problemas com índios (a menos que não pagassem a conta), mas às vezes uma matilha inteira que não entendia o delicado arranjo que ele fizera com os Uktenas locais vinha gritando e uivando e geralmente tentava queimar o lugar por conta do que ele tinha no porão. A maioria deles era a tribo dos Comanches, mas havia alguns outros, e eles tinham magias antigas como aquele que a mulher lupina tinha. Talvez ela fosse uma batedora para uma matilha diferente que estivesse se preparando para tomar outra surra no caern que ele vigiava. Podia ser, podia ser.
Mais, havia o fato de que o companheiro de disfarce com o bigode triste estava trapaceando, mas Stone não se preocupava muito com isso. Depois de tudo, se os outros não eram espertos para roubar, quem era ele para dedurar o esquema do homem?- Recorte de Jornal:
- ATAQUE COMANCHE FRUSTRADO
Chegou ao conheicmento desta redação que os nobres residentes da pequena cidade de Shilo valentemente repeliram um aytaque dos selvagens das tribos Comanche na quina à noite da última semana. Os traiçoeiros bárbaros atacaram com a cobertura da escuridão e poderiam muito bem ter abatido toda a cidade, salva pela intervenção da mãe natureza. Testeminhas relatam que logo antes do ataque começar , lobos começaram a uivar na pradaria, despertando os pacíficos cidadãos a tempo de ver a aproximação dos Comanches. Os filhos de Shilo aproveitaram o alarme e repeliram os atacantes com vontade.
Taverna tem luta dificil
Curiosamente, os relatos dizem que a feroz luta centrou-se ao redor da taverna Old Sotne, no centro da cidade. Felizmente, na noite do ataque, Stone tinha a casa cheia de viajantes cansados, que estavam mais do que dispostos a ajudar os valentes locais em sua valorosa defesa. O coronel da Cavalaria Jonas Moon, cujos heróicos esforços dominaram as conversas das senhoras de Shilo, ofereceu a noção de que os índios atacaram o salão em resposta a mercadeores desonestos que venderam whiky ruim para as tribos locais. O coronel também descartou a ideia de que os lobos tenham ajudado na defesa da cidade. "Eu conheço lobos", disse o coronel, "e eles não ajudam pesoas na cidade. Não que eu tenha visto, de qualquer maneira."
Dono promete reconstruir
Apesar deste ter sido o quarto ataque indígena que Shilo viu este ano, o dono da Stone, Ezekiel Stone, prometeu que irá reconstruir seu estabelecikmento, que foi parcialmente danificado pelo fogo. "Você cria raízes," disse Stone, "e você não quer ficar pra cima e pra baixo. É melhor aqueles comanches lembrarem que esta é nossa terra agora, e nós não estamos brincando."
O ALMOFADINHA
"Três cartas," disse Aprende-os-Velhos-Caminhos, "e sem olhá-las dessa vez." O garoto ruborizou e deslizou as três cartas no feltro verde enquanto ela o presenteava com um sorriso predatório. Com dedos calosos ela as puxou para sua mão, e sua expressão rapidamente mudou para uma carranca. "Droga."
"Dobra de novo, cara senhorita?" perguntou Aaron, o georgiano.
"Não é da sua maldita conta."
"Ah, eu esqueci meus modos. Perdoe-me"
"Cale-se e deixe-a jogar", interrompeu o garoto. Os outros viraram-se para ver que ele estava meio de pé em sua cadeira. Uma mão estava na mesa, a outra estava a meio caminho de seu coldre. As cartas se espalharam por todas as direções. Lentamente, Aaron ergue seu olhar para encontrar os jogadores.
"Garoto, você realmente acha que é rápido o bastante? Inferno, você acha mesmo que o que você tem no bolso vai me retardar?" Os olhos de Aaron fixaram-se nos do garoto, enquanto seus dedos rastejavam na direção de seus próprios coldres.
"Talvez não, mas você não vai mais aborrecê-la. E eu vou tentar a sorte com você, seu metido." O tom do garoto era desafiador, ams suas mãos estavam tremendo.O sorriso de Aaron ficou mais amplo.
"Não é como mnos romances baratos, é, garoto?" Moon disse suavemente. "Está bem. Você pode se sentar de novo e vamos voltar a jogar."
"Não antes que você se desculpe com Janice." pediu o garoto.
Moon moveu sua cabeça lateralmente, seu olhar passando da obviamente aborrecida Aprende-os-Velhos-Caminhos para o dândi. "Aaron, você se importaria de se desculpar para podermos continuar com lisso?"
Caminha-com-Aço sacudiu sua cabeça, lentamente. "Eu adoraria, meu caro coronel, mas temo que não possa. Iriam dizer que eu amoleci para esse imprestável. Eu seria piada em cada mesa daqui até Sacramento. Agora, veja você, eu vou permitir que ele se desculpe comigo. Nós podemos até tornar tão formal como niguém gosta, e depois continuar com as coisas. Eu realmente gostaria disso., de fato.'
"O inferno que vou! Ponha suas mãos onde eu possa - uuurrrkk!"
E repentinamente o garoto estava sentado de volta com as duas ambas as mãos sobre a mesa. Aprende-os-Velhos-Caminhos mais tarde jurou que realmente vira o estranho gancho nos tornozelos do garoto em seus pés colocá-los de volta em sua cadeira, mas os outros viram apenas um borrão.
"Garoto," disse o Pinkerton numa voz de infinito cansaço, "sente-se e cale-se."
"Mas ele..."
"Eu disse: cale-se." O garoto caiu num silêncio taciturno enquanto Aaron nem mesmo tentou disfarçar o sorriso irônico do outro lado da mesa. "Agora deixem-me explicar algumas coisas sobre o que vocês acabaram de fazer. Primeiro de tudo, vocês viram que o bom homem atrás do bar colocou suas mãos onde vocês não podem vê-las? Ele é o garçom, e a razão pela qual vocês não podem ver suas mãos é porque elas estão onde ele mantém a espingarda de estimação dele. Se vocês continuassem a fazer bagunça, ele teria enchido suas nucas de chumbo grosso. Não é mesmo, Zeke?" O garçom assentiu e voltou a polir os copos.
"Segundo, você nunca, jamais, larga suas cartas no meio de uma mão, especialmente se você for o carteador. Há um monte de dinheiro sobre a mesa; você quer calcular o que pertence a quem? Em companhia menos amigável, eu já vi homens arrancarem as unhas do carteador por fazerem o que você fez."
"Inferno, eu tinha três reis, a mão era minha de qualquer jeito." O tom do garoto era choroso e petulante, de repente ele parecia mais jovem do que 18 anos.
"Não é este o ponto, e com suas cartas todas pelo chão seria difícil provar isso de qualquer jeito. As cartas são sagradas aqui, entendeu? E outra coisa..."
"Há quanto tempo foi sua Primeira Mudança, garoto?" Foi Aprende-os-Velhos-Caminhos quem falou, encarando intencionalmente por cima da mesa. "Um mês? Dois?"
"E-e-e-eu não sei do que você está falando."
Aprende-os-Velhos-Caminhos ignorou-o, virando-se para Moon. "Pássaro da Weaver, Moon, o garoto não pode ter mudado mais do que algumas semanas atrás. e sem ninguém aqui para ajudá-lo...Eu não quero nem pensar nisso."
"Um filhote perdido..." o estranho murmurou. "Não é supresa eu ter sido atraído pra cá."
"Isso pode não ser agradável. Então, Aaron Enfia-no-Orifício ou seja lá qual como você chama a si mesmo, sente-se." Moon fez uma careta dura e virou sua face para o garoto. "Então, você tem duas escolhas. Você pode nos deixar ajudar você ou você pode continuar sendo um impostor pé-no-saco, pegar suas estribeiras e dar o fora. Em qualquer caso, eu prevejo que você estará morto em uma semana. Muitos dos índios locais não gostam da nossa aparência, e os amigos deles gostam menos ainda de nossas verdadeiras faces."
A face do garoto se torceu numa carranca de confusão. "Coronel, eu não faço ideia do que você está falando, senhor. Nenhuma ideia mesmo, e se o senhor não se importa, vou me retirar, com sua licença." Ele começou a se levantar mas foi impedido por um comentário de Aaron.
"Deixe-me adivinhar. Alguns meses atrás, você começou a ter sonhos. Bem estranhos. Sobre correr, caçar, matar - e então uma noite, algumas semanas atrás, você descobriu que não eram sonhos. Você tinha a cara cheia de sangue e alguém morto a seus pés. E você poderia ter corrido rpa casa pra mamãe e pro papai - eles são ricos, não são? Fácil de ver - mas você estava assustado. Você não queria que seus preciosos papai e mamãeo vissem com as entranhas de algo, podia ser alguém, que você tinha matado cobrindo toda sua cara. então você correu, pegou algum dinheiro do papai e fugiu de todas as maneiras de lá, porque vocêleu alguns romances baratos e pensou que podia lidar com a grande fronteira malvada, não foi? Quando dinheiro do papai você roubou, hein, garoto? Quanto ainda sobrou, hum?"
A mão de Moon desceu sobre a mesa como um trovão. "Chega, Anda-com-Aço, chega. Não vê que o garoto está apavorado?"
Era verdade. O garoto afundara de volta em seu assento, olhos grandes e trêmulos. "Não foi assim," ele sussurrava, de novo e de novo. "Eu juro que não foi assim."
Aprende-os-Velhos-Caminhos olhou para Aaron com puro desprezo. "Brilhante. Você estava tentando deixar o lunático fora de si? Nós temos um filhote perdido aqui e tudo que você quer é intimidá-lo. Quanto renome acha que vão te dar por essa performance? Oh, eu tenho certeza de que vão cantar sobre isso em cada assembleia pelos próximos 10 anos. O Conto de Aaron e sua Gloriosa Vitória sobre a Criança Assustada - soa bem, não acha?"
Com exagerado desinteresse, o espertalhão bocejou. "O garoto precisava de uma lição. Eu estava dando a ele. Alguém tem algum problema com isso?"
"Eu acho", e a dançarina olhou para o garoto, "que nós podemos fazer melhor do que isso. Concorda, Moon?"
O soldado assentiu. "Certamente. Posso começar?"
"Por favor, faça."
"Certo." O grandalhão estralou seus punhos, e os outros estremeceram com o som. "Filho, deixe-me dizer algumas coisas sobre quem você é."- Recorte de Jornal:
- Herdeiro da Fortuna Sperling desaparecido!
Recompensa Oferecida por seu Retorno!
O Hon. Jos. A. Sperling aumentou hoje para $50.000 a recompensa por informações sobre o paradeiro de seu filho desaparecido, Arthur. O rebento da família Sperling foi visto pela última ves na noite de 18 de junho, acompanhado da senhorita Pamela Fielding, filha do Visconde Reginald Fielding, numa apresentação da ópera de Rossini "La Gazza Ladra" na Academia de Música. Desde então, nem seus pais, Jos. A e Elizabeth Sperling da Sociedade Hill nem ninguém mais viu o jovem Sperling.
A polícia não descarta uma travessua no desaparecimento do jovem, já que sua janetal foi encontrada aberta na noite do desaparecimento. O ancião Sperling diz que nenhum resgate foi pedido e afirmou ainda que não poupará esforços para recuperar seu filho desaparecido. Sperling sustenta que seu filho é um rapaz de boas maneiras e que não tinha inimigos, sendo bem-quisto por todos que o conheciam.
Quem tiver informações sobre o desaparecimento de Arthur Sperling pode contatar o senhor Jo. Sperling em seu escritório na rua chestnut, 1604, entre as 8 da manhã e as 5 da tarde.
A HISTÓRIA DO SOLDADO
"Agora, filho, a primeira coisa que preciso te dizer é o que nós somos. Nós somos o que você chamaria lobisomens. Garou em nossa própria linguagem. Isso explica um pouco o que aconteceu na outra noite? Bem, eu espero que possa.
"Seja como for, você pode esquecer aquelas horríveis coisas baratas que você leu sobre o que os lobisomens são, e o que eles fazem, e o que não fazem. Ela não são mais exatas do que aqueles almanaques que você leu sobre a fronteira. Nós não somos monstros, e não somos o tipo que destrói cabines e abate posseiros. Em vez disso, temos uma missão - ordens, se você preferir - e fazer o que nós fazemos é o único jeito de cumpri-la.
"Agora, você deve estar sentindo muita pena de si mesmo. Você acha que sua vida está arruinada, que nunca verá seus conhecidos novamente, que passará o resto dos seus dias em fuga. Você acha que o que descobriu sobre sua vida é que você é amaldiçoado.
"Disparate.
"Você recebeu um dos maiores presentes que Gaia - ou Deus, se você não quiser chamá-lo de Ela - pode derramar sobre um espírito mortal. Você tem a força de um Sansão, a aptidão para toda sorte de truques mágicos, e a habilidade para falar com os espíritos à nossa volta. E a que custo? Não muito, filho, não muito. Ao menos não muito se você é um soldado.
"Você vê, se você pensa que a Guerra entre os Estados foi alguma coisa, bem, você vai ficar surpreso. Aquilo pelo que lutamos - e saiba, filho, que isso transcende ianques e confederados, nativos e novatos, e talvez até brancos e índios - é o mundo. Nós temos o compromisso, veja, de salva o mundo de algo que quer destruí-lo, como Sherman destruiu a Geórgia." Aaron tossiu ao ouvir aquele final.
"O mundo todo? Isso é impossível! Digo, como qualquer um poderia fazer qualquer coisa com o mundo inteiro?" O garoto estava incrédulo, mas alguma cor já voltava às suas faces.
"Eu disse alguém, garoto? Não. Eu disse algo. Hmmm ... parece que vou ter que voltar um passo ou dois.
"Há três forças no mundo, filho, com Gaia..."
"Pense Nela como a Mãe Natureza, e vai ficar mais fácil de entender." concordou Aprende-os-Velhos-Caminhos.
"...acima de todos eles," continuou Moon. "Mas abaixo dela há aqueles três poderes; nós os chamamos de a Tríade. Há a Weaver, que representa a ordem. Ela tece padrões no mundo. Então você tem a Wyld, que é o espírito do caos - mas de um bom jeito, lembre-se. É a criatividade, espontaneidade - aquele tipo de centelha que se vê nos olhos de um bom soldado. Finalmente, há a Wyrm, que é a destruição.
"Agora, o jeito como as coisas deveriam funcionar é que a Wyld sonha algo, a Weaver faz disso algo útil e a Wyrm as descarta quando não são mais úteis. Agora, lembre-se, isso é como as coisas deveriam funcionar. Elas não funcionam mais desse jeito.
"Ninguém tem muita certeza de como aconteceu, mas eu ouvi que a Weaver ficou um pouco fora de controle e tentou enredar a Wyrm em suas obras. A Wyrm, que no melhor dos casos é uma grosseirona, não aceitou bem isso e resolveu que ia sair e destruir tudo. E a Wyld, bem, ela não estava prestando muita atenção. Pensando bem, acho que ela nunca esteve.
"Então, aqui é onde estamos agora mesmo. A Weaver tentando costurar toda a fronteira enquanto a Wyrm tenta destruir tudo, e eu não estou certo de que a Wyld tenha sequer notado."
"Eu posso ser lento, sir, mas eu ainda não estou entendendo. O senhor disse que um grande verme tentava devorar o mundo? Bem, eu não vi muitas coisas ainda, mas eu não tenho visto vermes gigantes em minhas viagens, e o senhor vai me desculpar se eu duvidar de que chegarei a ver qualquer um."
Moon suspirou. "Filho, eu acho que você não está me entendo aqui, talvez deliberadamente. A Wyrm - escrita com "y", lembre-se - é um espírito. Um tipo de ideia, mas uma ideia que se move e pensa e devora tudo em seu caminho. E mesmo que você não veja este espírito batendo na sua porta, você vê as coisas que recebem ordens dela. Aqueles que cedem à ganância ou ao ódio, espíritos menores, mas extremamente malignos - nós chamamos de Malditos. Pessoas que são possuídas por estes Malditos e se transformam em monstros - no Velho Mundo nós os chamamos de fomori, depois de algo sobre uma lenda, mas aqui eles são chamados de Aberrações. E todas essas pessoas e bichos e coisas no meio do caminho, bem, elas podme pensar que estão fazendo o que querem fazer, mas sempre q1ue eles matam um homem honesto, ou queimam uma casa de família, ou envenenam um poço, ou matam algumas milhares de cabeças de búfalos sem nenhuma boa razão e deixam os cadáveres apodrecendo, eles estão fazendo o trabalho da Wyrm por ela. Agora você entende?"
Silenciosamente, o garoto assentiu. Quase tão quietamente, o estrangeiro limpou sua garganta. "Eu acho que você desviou um pouco do assunto, Moon. Se importa se eu interrompê-lo?"
O soldado estendeu as mãos num gesto de rendição. "Não me ofendo. Não sou um contador de histórias, nem mesmo um jornalista. Lembre-se, eu estava lá no dia em que Meade pôs aquele camarada pra fora do acampamento em Richmond, mas isso é outra história."
"O senhor estava com Meade? E Grant?" interrompeu o garoto. "Oh, eu adoraria ouvir essa história!"
"Bem, eu não estava o tempo todo com Meade..."
"Moon." A voz do estrangeiro cortou o soldado como uma chicotada. "Sua vez acabou. Quieto."
Pego no meio da frase, Moon olhou para todo mundo como um peixe fora d´água. "Claro, você está certo, me perdoem," foi tudo que ele conseguiu articular antes de cair num silêncio cabisbaixo.
O estrangeiro sorriu com os lábios apertados. "Muito obrigado, Coronel. Agora, se não houver mais interrupções?" Ele olhou para toda a mesa. Aprende-os-Velhos-Caminhos encontrou seu olhar com um desafio p´roprio dela; nenhum dos outros ergueu os olhos da mesa. "Certo. É isso, então. Agora, um pouco de lições práticas."- Recorte de Jornal:
- HORROR NOS TERRITÓRIOS!
Barões do gado atordoados!
Estão aumentado os relatos de Wyoming, Colorado e outros territórios de uma horrível série de incidentes envolvendo mutilações sem sentido de gado e outras criações. Nos últimos oito meses, literalmente milhares de cabeças de gado têm sido atacadas em seus currais, vítimas de indízeis mutilações. Os incidentes têm sido relatados de locais tão distantes como o leste do Texas e Montana, como se o perpetrador desses atos sem sentido estivesse vagarosamente movendo-se para o noroeste.
Muitos ranchos de gado têm culpado os ranchos de ovelhas por estes horríveis incidentes, e muitas das assim chamadas "guerras de ranchos" têm sido deflagradas por estas acusações. OS criadores de ovelhas negam as acusações, alegando que seus rebanhos têm sido atacados também, e que a pura selvageria dos incidentes vai muito além de suas capacidades. Um criador de ovelhas dise: "Inferno, se eu quisesse destruir a criação de um homem, eu simplesmente atiraria no maldito gado, sem necessidade de ir arrancar suas línguas uma por uma. Isso é doentio. Além disso, um homem logo seria um procurado se tentasse isso. Não, se você me perguntar, alguma coisa não natural passou por aqui. Eu só estou feliz por ela ter ido embora."
O CONTO DO ADVOGADO
"Agora, garoto, você vai ter algo do básico debaixo do seu cinto. É meu dever dar a você o resto deles, porque Moon não pode deixar de contar suas histórias." disse o estrangeiro. Houve um tossir chocado do outro lado da mesa, mas nada mais. "Há leis e regras para o que nós fazemos, e você terá que aprendê-las antes que a gente deixe você se perder. Outros iriam apenas te enviar para a morte, mas eu não quero que seu fantasma venha me assombrar."
O jogador da Georgia ergueu uma sobrancelha cautelosa. "Peregrino? Eu deveria ter adivinhado. seu tipo adora brincar com o oculto."
"Sim. Peregrino silencioso. Você tem algum problema com isso? Achei que não. Agora, a primeira ordem do dia é deixar o garoto saber o que significa a perdição." O advogado girou seu olhar e fixou-o no garoto de novo. "Garoto, a primeira coisa que você precisa saber sobre ser garou é que nós não somos todos os mesmos.. Nós estamos divididos em tribos, assim como os índios. Muito tempo atrás, nós nos dividimos de acordo com nossos sentimentos e interesses, e mais ou menos nos separamos em 13 tribos."
"Dezesseis," interveio Aprende-os-velhos-Caminhos. "Conte a ele a história completa."
O estrangeiro derrubou seu chapéu. "Isso, dezesseis. Desculpe, madame. De qualquer forma, nós nos separamos em 16 tribos, das quais duas ou três já se foram agora. Agora, cada tribo pegou seu próprio pedaço do bolo, de acordo com sua própria especialidade. Minha tribo, os Peregrinos Silenciosos, bem, nós somos viajantes.Indo de lugar em lugar, sem realmente se estabelecer. Nós tendemos a levar um bocado de mensagens e notícias, coisa assim. Claro, há algumas outras coisas sobre ser um Peregrino, como o fato de que você geralmente tem fantasmas com você como um cachorro tem pulgas, mas é tudo parte do território." Por um segundo, ele olhou para baixo no chão onde sua bagagem estava. "É uma troca, eu acho. Mas é assim que as coisas são."
"De qualquer jeito, nós não somos a única tribo por aí. Há os Fianna, que geralmente são irlandeses e que geralmente" - ele lançou um olhar significativo para Moon - "geralmente contam as melhores histórias; os Roedores de Ossos, que são realmente a escória da terra, mas ao menos não choramingam muito sobre isso; os Cavaleiros do Ferro, que estão um pouco perto demais da Weaver se você me perguntar; e assim vai."
"Fúrias Negras, Roedores de Ossos, Garras Vermelhas, Cavaleiros do Ferro, Fianna, Senhores das Sombras, Peregrinos Silenciosos, Portadores da Luz Interior, Presas de Prata, Cria de Fenris e Filhos de Gaia." O tom da dançarina era claro e conciso. "Cada um com seus próprios... peculiaridades, pecadilhos, hábitos desagradáveis."
"Mas são só 11", protestou o garoto. "Você disse 16 ou 13, não 11."
A cabeça de Aaron guinou para o lado, uma expressão surpresa em seu rosto. "Contou rápido. Bom com números, não é garoto?"
O garoto deu de ombros. "Eu não acho grande coisa. Apenas contar, é isso."
O jogador de cartas apertou os lábios. "Sabe, garoto, se você é bom com números, eu posso ter uma proposta para vpcê quando esse jogo terminar.."
"Mesmo? Bem, eu só trabalhei no escritório do meu pai por dois anos, mas ele disse que..." Um olhar congelante de Janice e um inesperado "Harumph" de Moon foram suficientes para levar o entusiasmo do garoto a cair no silêncio.
O ex-advogado suspirou e levantou uma sobrancelha para o garoto como se dissesse "Você já acabou?" Quando o garoto assentiu, ruborizado, o Peregrino manteve seu olhar por um longo minuto antes de continuar. "Há duas outras tribos anando por aí, mas elas não estão realmente felizes com nossa raça. Chamam a si mesmas de "os Puros", sem nenhuma boa razão ao meu ver, e eles nascem dos índios e das matilhas de lobos nativos. Eles não gostam muito da nossa raça, não que eu os culpe muito por isso, mas do modo como eu vejo, você não pode ficar no caminho do progresso. Os Wendigo e os Uktena - são esses os nomes que eles dão a si mesmos - não vêem bem dessa forma. Então essas são as 13 que ainda estão por aí."
"E as outras? O que aconteceu com elas?"
Aaron deu uma gargalhada amarga. "Mortos, ou pior, meu menino. Mortos ou pior. Eu não conheço todas as histórias, mas eu sei o suficiente. Do jeito que eu ouvi, os Croatan - Puros como os Wendigo - sacrificaram-se a si mesmos alguns séculos atrás, e agora são apenas um uivo e uma lembrança. Agora, meu entendimento é que eles fizeram isso para levar consigo alguma fera a Wyrm ou outra coisa - se eles pudessem ver o que as terras são agora, bem, eu suspeito que eles mudariam de ideia." Aprende-os-velhos-Caminhos lançou uma olhar aterrorizado ao carteador, mas o homem continuou. "Oh, e saiba você que toda nossa raça se importa com o fato de que Virgínia Dare foi perdida também, mas lembre-se, são os vencedores que escrevem os livros de história. Então há os Uivadores Brancos. Eles foram para o outro lado, bem, deve ter sido há nove ou dez séculos atrás, mas quem está contando? Eles são chamados Dançarinos da espiral Negra agora, e você deve rezar para nunca encontrar um, garoto. se você pensa que nós somos assustadores, bem, espere até encontrar um daquela tribo."
"Não é exatamente como eu disse, mas é mais ou menos essa a verdade." O Peregrino Silencioso suspirou profundamente. "Nós estamos longe de ser perfeitos. Gaia sabe que eu me lembro disso toda noite. Mas de qualquer jeito, essas são as tribos. Cada tribo tem seu próprio tipo particular de humanos - ou lobos - associados a elas. Exato, garoto, nós viemos de ambos os lados. É necessário para manter a mistura de sangue humano e lupino ou as coias ficariam um pouco mofadas.
Agora, lembre-se nem todo mundo tem o dom. Stone lá atrás, ele é da linhagem, mas a lua simplesmente nunca inclinou-se e o beijou. Então ele é o que chamamos Parente, assim como nossa família. Nós protegemos nossos Parentes, trabalhamos com eles, formamos famílias com eles, e mesmo se o próprio Stone não passar pela mudança, bem, talvez um de seus filhos passe.
"Claro, nós meio que temos que manter famílias com os lobos ou os humanos - não vire seu nariz para as lobas, filho. Quando você correr nas quatro patas na época certa do ano, você vai ter a noção do quanto elas são atraentes. Não acredita? Você vai. Mas onde eu estava?"
"Parentes," a dançarina apoiou com um sorriso afetado, "E aquela conversa delicada que o pai do garoto deveria ter tido com ele anos atrás."
"Graças a você, Janice." A dançarina ruborizou e o advogado sorriu. "Nós temos de procurar fora da matilha por parceiros, porque nós simplesmente não podemos procurar dentro. Um Garou querendo se estabelecer com outro, é problema, problema dos piores, garoto. As crianças nascerão deformadas e estéreis; nós a chamamos de impuras. E mesmo que essa crueldade com os filhotes seja a pior coisa que você possa fazer, a vida também não é fácil para os pais do pobre filhote deformado. Então se você tem qualquer ilusão de resgatar Aprende-os-velhos-Caminhos do malvado jogador de pôquer e correr rumo ao pôr-do-sol com ela, esqueça." Um rubor no rosto do garoto revelou ao Peregrino que ele tinha acertado.
"Mas por que?" O rosto do garoto estava ainda mais corado que o de Moon, apesar da vermelhidão está lentamente esmaecendo. "Digo, você quer cavalgar os melhores cavalos, você consegue o melhor com o melhor. Você quer ter os melhores lutadores, por que não, err, humm..." Ele calou-se e corou de novo.
"Porque é assim que as coisas são, e essa é a única razão, garoto. Não há outro jeito de dizer isso. E não há lição mais importante para aprender sobre ser um garou. Você obedece as leis, não importa quão estranhas elas pareçam. Ela são leis, afinal, e parte do preço que você tem que pagar. Agora, nós temos todas as leis ju8ntas em algo chamado Litania, que você vai acabar aprendendo. É uma canção, na verdade, mas alguns a têm por escrito nesses dias, para facilitar as coisas para filhotes como você.
"De qualquer formas, as regras básicas são as seguintes: Garous não devem cruzar com Garous, que era sobre o que eu estava falando; Combater a Wyrm Onde Quer que Ela Esteja e Sempre que Proliferar, que me parece um senso comum..."
Um alto e tétrico ronco de Aaron a palestra do Peregrino como uma serra enferrujada no aço. O Pinkerton parou abruptamente e olhou-o fixamente, mas o carteador permaneceu resolutamente indiferente.
"Se não se importar, Aaron?"
"Inferno, eu não me importo. Eu sí temo que você entedie seu último filhote até a morte aqui. Você realmente espera que ele lembre toda a maldita Litania, ou apenas gosta de ouvir o som da própria voz, Peregrino Silencioso?"
Houve alguns momentos de eternidade silenciosa enquanto os dois olhares se encaravam, então subitamente o Pinkerton desviou o olhar. "Reconheço que você está certo, Aaron. Nós estamos dando muita coisa ao garoto. Mas então, se importaria de finalizar apropriadamente?"
"Nem um pouco." Anda-com-Aço estava magnânimo com a vitória.
"Agradeço imensamente. de qualquer forma, há uma grande lista de leis na Litania. A última é provavelmente a mais importante aqui e agora: Não Tomar Qualquer Ação que Cause a Violação de um Caern. Esta é provavelmente a mais difícil de explicar. Caerns são lugares sagrados, pontos onde podemos ter um pouco mais do toque de Gaia. Na verdade, Stone construiu este lugar sobre um deles. Costumava ser guardado por um grupo de Puros, ams quando nós vimos, Stone tomou-o." Houve uma rápida lufada de ar do outro lado da mesa. "Esta é a verdadeira razão pela qual esta cidade minúscula sofre tantos ataques de índios. Não são os Comanches que vem aqui, são os Wendigo, e eles querem o caern deles de volta."
Aprende-os-Velhos-Caminhos cuspiu uma obscenidade. "Vocês roubaram esse caern? Como se atreveram?"
O Peregrino Silencioso deu de ombros. "Seria nós ou os caras a ferrovia, e nops pareceu que os locais não queriam uma estrada e ferro sobre esse lugar. Isso certamente o teria destruído. Então Stone, eu e alguns outros, bem, nós nos metemos no acampamento da ferrovia e fizemos umas brincadeiras nos mapas da planta. No tempo que eles gastaram construindo 20 milhas na direção errada, nós começamos a construir a ciade no lugar para ter certeza de que eles nunca poderiam voltar aqui de maneira alguma. Além disso, se nós não tivéssemos não tivéssemos tomado o caern, eles não poderiam tê-lo mantido à força."
"Qual o seu nome, Perefino?" A voz da dançarina era gelo.
"Tenho um monte deles. Qual você quer?"
"Aquele que você quiser na sua lápide, bastardo."
"Bem, meu nome de nascimento era Lukas, mas o que vale é Supera-Seus-Erros."
"Não este."
"Provavelmente não," concordou o Peregrino. "Entretanto, você pode esperar até acabarmos aqui para matar Stoney e eu? Não importa o que você ache de nós, há o menino a considerar, e até onde eu sei, Stoney precisa de tempo para ver legalmente a disposição de suas propriedades."Antes que Aprende-os-Velhos-Caminhos pudesse replicar, um uivo gemeu, trazido pelo vento sobre a rua fora da Stone´s. Instantaneamente, todos os garous estavam de pé, vigiando a porta. Lá fora, os cavalos escoiceavam em pânico, com olhos selvagens. "Há um riso no vento." Aaron murmurou e ninguém o contradisse.
"Malditos passando, provavelmente," disse Moon. Os outros homens assentiram, mas Aprende-os-Velhos-Caminhos sacudiu a cabeça. "Não." ela disse suavemente. "Eu não sinto nenhuma mácula," mesmo quando o assobio do vento aumentou muito. Nenhum dos outros a ouviu, como se uma dúzia de demônios da poeira estivesse descendo a rua. Então, subitamente, se foi. A poeira assentou sobre o chão com um riso distorcido entreouvido à distância.
"Hunh. Me pergunto o que foi tudo isso." A confusão de Moon era quase cômica. Vagarosamente, eles retornaram a seus assentos. "Mais tarde," prometeu a dançarina, e o ex-advogado simplesmente assentiu.
"Então onde nós estávamos?" Supera-Seus-Erros disse. "Tribos, Litania..."
"Você estava trabalhando no seu jeito sobre as raças. Eu acho." replicou o carteador. "Os pássaros e as abelhas e de onde os impuros vêm." O garoto corou de novo e Lukas fez uma careta.
"Certamente, era aí que estávamos. Agora, raças são a parte fácil. Sua raça é a pele com que você nasceu humano, você é hominídeo. Você nasceu um lobo, como eu apostaria que Aprende-os_velhos-Caminhos nasceu, você é da raça lupina. Ambos os pais são garous, você é um impuro. É simples assim. Agora, sua raça não impede você de mudar de pele e confraternizar com outra raça. Que é o ponto de onde começamos. Lembre-se, eu te disse que sua raça tende a influenciar sua perspectiva em algumas questões, mas vendo as coisas de nenhuma outra perspectiva que a minha própria, eu não quanto disso é verdade."
"Verdade suficiente," disse a mulher lupina secamente. Lukas tirou o chapéu para ela.
"Eu fiquei - ou sentei - corretamente. De qualquer jeito, Eu acho que já falei o suficiente e ouvi bobagens suficientes destes bons amaradas. Por que não toma a palavra, Aaron? Compartilha seus pensamentos com o menino?"
Eu não tenho inclinação para tomar," Aaron disse como se desenrolasse a si mesmo, "assim como eu não amo particularmente ouvir a minha própria voz. Mas, vendo o trabalho mal feito que você está fazendo nessas questões, eu devo também educar um pouco o menino. depois de tudo, vocês dois, "e ele sacudiu um dedo longo e magro para Moon e Lukas num gesto escolástico, "estão esquecendo todas as questões importantes."- RECORTE DE JORNAL:
- Linha Atcheson-Topeka destroçada!
Tragédia mal foi evitada
Um terrível acidente mal foi evitado esta noite quando o trem 5:23 de Topela quase descarrilou perto de Springfield. O trem, que transportava vários vagões Pullman cheio de passageiros, correspondência e outras cargas, foi capaz apenas de parar a tempo após um alarme sinalizando que os trilhos à frente do trem tinham sido destroçados. Os heróicos esforços do engenheiro Devin P. Roseqwald de Stokie, Illinois, para evitar a catástrofe não podem ser compreendidos.Foi ele quem lutou para parar o trem metros antes que o limpador de trilhos passasse pelos trilhos retorcidos. Passageiros relataram que Rosewald freou o trem tão fortemente que as rodas realmente brilhavam pelo calor. Outras fontes dizem que o limpador de trilhos e a chaminé brilhavam também, apesar desses relatos terem seido descartados como mera fantasia.
O acidente foi apontado por um colhereiro de carvão, Lukas Atkins, um mulato que tinha acabado de assinar com a estrada de ferro dias antes. Atkins então alertou Rosewald, que começou a salvar o trem e todos a bordo. Enquanto Rosewald pode esperar ser recompensado por seu papel de salvar o trem, nenhum sinal foi achado de Atkins, que aparentemente deixou seu emprego algum tempo imediatamente após a quase batida.
Autoridades especulam que um grupo de sioux nômades podem ter sido responsáveis por destroçar os trilhos que foram lançados a incrível distância de 30 pés. Além disso, os dormentes foram arrancados do leito da ferrovia, deixando somente cascalho e aço torcido.
O CONTO DO JOGADOR
"Agora, a primeira coisa que os outros esqueceram de mencionar, garoto (e você vai ter que se virar com algo melhor que aquilo, eu receio) é o que é um auspício. Agora, apesar das velhas histórias estarem erradas e nós não mudarmos de forma sempre que é lua cheia - o que, eu posso atestar, seria extremamente inconveniente - nós ainda temos uma forte ligação com a lua. Veja você, a fase da lua sob a qual você nasceu determina seu auspício, um tipo de combinação de sua personalidade e a descrição de seu trebalho entre os garous. ènse neles como sendo um horóscopo com uma importante diferença: é real.
Agora eu nasci sob a lua nova, o que me faz um ragabash." ("Nunca teria adivinhado", resmungou Moon.) "Nós, ragabash, somos os trapaceiros dos garous. Nosso trabalho é guardar todo o resto de levar a si mesmos tão malditamente a sério. Deixe me dizer, é bem trabalhoso às vezes."
"ser um ragabash é igual ao raciocínio dele ao roubar nas cartas," falou pausadamente Lukas. Como Aaron estalou, o peregrino silencioso virou-se para os outros e piscou. "Lançador de cartar, manga direita. Ouvi-la clicar contra a mesa quando nós todos ns levantamos antes. Oh, está tudo bem, pare de estalar, Aaron. Vi como você estava planejando devolver tudo de qualquer forma, sem ninguém pedir, certo? Volte ao que estava dizendo antes que o garoto fique velho o suficiente para ter barba."
Com um ar de dignidade ferida que era quase felino, o jogadordobrou suas mãos sobre a mesa. "Muito bem, mestre Lukas, posso continuar a lição?" Como o peregrino assentiu, um sorriso sem graça tomou posse da face de Aaron. "Muito bem. Agora, há outros auspícios também. Theurges são aqueles nascidos sob a lua crescente. Eles são os videntes e loucos - para não mencionar as loucas - dos garous. Eles são aqueles que falam aos espíritos e às vezes os escutam, e julgando pela cor da face de Lukas, eu acho que acabamos de descobrir seu auspício.
"Depois vem a meia-lua, o Phillodox. Eles são os pacificadores dos garous, o que siginifica que eles são os segundos depois dos raganash em termos de quantas pessoas desgostam deles. Veja você, isso é porque nós somos um povo argumentativo e não gostamos de compromissos. Isso soa muito como rendição, eu arriscaria dizer.
"Então temos os Galliards, os dançarinos da lua minguante. Eles são os cantores, os artistas e, mais importante, os mestres do conhecimento. Eles são aqueles que guardam os Registros Prateados, a história de tudo que nós fizemos ou fomos. eles também conhecem as histórias que não entratam nos Registros, por isso a ameaça de Janice mais cedo de me embaraçar na próxima assembleia. Ser humilhado na frente de todos os garous das vizinhaças é a mais potente ameaça possível.
"E antes que você pergunte, uma assembleia é um encontro ritual de garous que seus pais provavelmente descreveriam como "ritos nativos primitivos' ou algo assim. Não é isso o que elas são, claro, mas tentar explicar qualquer coisa assim para um humano não vai levá-lo a lugar algum. O que? Não tente defendê-los. De qualquer forma, não fale. Você está aqui para ouvir.
"Por último mas não menos importante, nós temos os Ahrouns, os valentões, os guerreiros, marcados pela lua cheia e cheios de si mesmos; eles matarão algo assim que aprenderem o nome daquilo." Aaron virou-se para o soldado, que escutava com austero divertimento. "Então Billy Yank, você um ahroun? É isso que o levou através da Guerra de Agressão do Norte?"
"Realmente." resmungou Moon."De jeito nenhum. eu sou um phillodox, mas acabei nas fileiras de qualquer jeito. Contudo, foi na guerra que eu ganhei esse mancar; você pensaria que um homem da cavalaria teria evitado isso."
O jogador bufou debochadamente. "Vi muito disso pessoalmente, obrigado. Eu estava apenas tentando imaginar como isso poderia ter acontecido."
"Muito simples, realmente. Minha brigada estava numa expedição de pilhagem e chegamos a uma casa de fazenda cujos residentes não queriam particularmente ser pilhados. Imagine, eles não tinham nem chumbo pras balas, mas eram pessoas ricas e derreteram sua prataria para fazer balas."
"A-ha! Está tudo claro. Atiraram na coxa com a prata, acertei?" O soldado assentiu assim como Aaron virou-se para o garoto. "Isso é algo que Lukas esqueceu de mencionar. Nós podemos curar a maioria dos ferimentos, com o tempo e a energia suficientes, mas prata - ahh, prata faz coisas desagradáveis conosco. Fique longe, tão longe dela quanto puder, mas conhecendo o pouco que conheço, eu duvido que você irá."
"Curar qualquer ferimento? Isso é incrível!" O rosto do garoto era uma pintura de descrença.
"Nçao qualquer ferimento, garoto. Se eu abrir sua garganta, você não vai se curar antes de sufocar com seu próprio sangue. Por outro lado, eu tive a honra singular de ser alvejado 14 vezes num único dia e não tenho nem mesmo a cicatriz para prová-lo."
"Quatorze vezes? Ninguém pode sobreviver a isso. Você deve estar mentindo."
O tom de brincadeira do jogador desapareceu, substituído por monótono cortante e vingativo. "Tome muito cuidado com quem você chama de mentiroso sem provas, garoto. é uma forma muito boa de acabar muito morto. E sim, eu fui alvejado 14 vezes num único dia. As circunstâncias eram muito simples: Havia um vagão Pullman cheio de homens que me queriam morto e que planejavam me matar assim que nosso trem estivesse longe o suficiente da estação. Eu fiquei sabendo disso e fui avisá-los de que seu plano era desaconselhável. eles sacaram as armas, e eu os matei."
"Matou-os?"
"Até o último homem, e com minhas próprias mãos. Imagine, eu tive que desconectar o vagão do resto do treem, virá-lo para fora dos trilhos e atear fogo paraq esconder as evidências, mas eu psso dar a você os nomes da linha, da companhia, do trem e de cada homem que estava no vagão - se você duvida da minha palavra."
O garoto olhou sobriamente. "Não, senhor," foi tudo que ele disse.
Abruptamente, Anda-com-Aço sentou-se ereto. "espere um minuto. Ragabash, phillodox, galliard, theurge - fogo do inferno e danação, garoto, sob qual lua você nasceu? Não, você estava muito ocupado nascendo para notar. Quando é o seu aniversário?"enquanto o garoto balbuciava, Aaron chamou o garçom. "Stoney, pegue seu almanaque. Me diga em qual signo esse garoto nasceu, e vou apostar toda minha grana que foi na lua cheia."
"Sem apostas," disse o garçom enquanto começava a folhar um almanaque cheio de orelhas. "Eu não posso poerder mais dinheiro." Houve silêncio por um minuto e então o pesado som do livro acertando o canto. "Você está certo, Aaron. Lua cheia. Que diabo há de errado com você?"
A última parte foi dita num tom meio preocupado, meio irado, porque o ragabash tinha desabado num ataque de riso convulsivo. "Oh, isso é simplesmente muito valioso. Me leve pra casa e me chame de capacho, mas é tudo um plano!"
"O que é?" perguntou Moon, carrancudo.
"Por que, este fim de mundo, esse jogo, esse encontro, tudo. O garoto é nosso ahroun, não vê? Gaia, em sua inifinita sabedoria, olhou pra baixo, achou os cinco garous menos compatíveis da fronteira inteira e decidiu fazer uma matilha com a gente. E com o ahroun mais magricela que o mundo jamais viu! É impagável!"
"Não estou certa sobre isso," interpôs Aprende-os-Velhos-Caminhos. "Há um longo caminho a percorrer antes que eu me junte numa matilha com o Lukas ali. Mas não há aqui nem lá; há ainda muito a dizer ao garoto antes do pôr-do-sol."- RECORTE DE JORNAL:
- Lee e Grant cerram fileiras
Era um dia sossegado na Virgínia do Norte até que os generais comandantes simplesmente cerraram fileiras. Pouco combate real foi travado e relatos chegaram de apenas um único conflito de cavalaria ao redor de uma residência privada. As tropas confederadas abrigaram-se num casarão e abriram fogo nas tropas federais em missão de patrulha. Não há pronuncimanto sobre baixas confederadas.
Lista de baixas
Mortos: Corp. Paul Channey, Priv. Chadwick Mckee, Priv. Michael o´Conner
Feridos: Col. Jonas Moon, Capt. Elmer P. Wyllie, Priv...
A HISTÓRIA DA DANÇARINA
"O que acontece no pôr-do-sol?", perguntou o garoto. "Nós todos...mudamos..ou seja lá o que for, então?"
Com alguma satisfação, Aprende-os-Velhos-Caminhos notou que o garoto parecia ter recomposto sua postura. ele realmente estava encarando bem as coisas; podia at´ter alguma esperança pra ele.
"Não, eu tenho que encontrar alguns amigos ao pôr-do-sol. Mas sobre essa outra questão, bem, não, nós mais ou menos controlamos quando mudamos. Nós temos cinco formas e você pode qual delas você quer usar. Lembre-se, cada uma tem altos e baixos, e é melhor pegar suas roupas e uni-las a você."
"O que acontece se eu não fizer?"
"Bem, então na próxima vez que você mudar você vai rasgar todas as suas roupas, e quando você voltar a sua forma origina vai estar pelado e congelando suas partes. Roupas por aqui são caras, também - você não vai querer ter que substituí-las com muita frequência." O garoto ficou vermelho de novo, provavelmente imaginando Aprende-os-Velhos-Caminhos vendo-o nu. Ela suspirou. Provavelmente a modéstia do garoto não ia durar muito fora dali. "Mas as roupas não são a questão," continuou ela. "As formas são. Você já conhece hominídeo e lupino - humano e lobo - eu acho. Aquelas entre essas são mais feitas para lutar, mas a real forma de guerra é Crinos. Nove pés de altura e tão sutil quanto um trem-postal - garoto, você só deve assumir a forma crinos quando você tiver que matar algo ou alguém. As mentes dos humanos normais simplesmente não são fortes o suficiente para aceitar a ideia de que há coisas como nós lá fora. Então se um humano vê uma criatura dessa natureza, sua mente apenas lhe diz que ele viu algo diferente. Ele pode se lembrar de ver um grande hombre, mas não um lobisomem."
"Então é isso?" perguntou o garoto. "Tudo leva pra isso? Vá lá fora e encontre as coisas da Wyrm, ou sejá lá o que forem, e bata nelas?"
Aprende-os-Velhos-Caminhos riu. "Dificilmente. Você não aprendeu nada sobre espíritos ou totens ou a Umbra. A primeira coisa que você tem que entender é que tudo tem um espírito. Árvores, rochas, animais, emoções - todos eles têm espíritos. Se você jogar as cartas certas, você pode falar com esses espíritos, talvez aprender coisas com eles, talvez chamá-los pra ajudar você. Se for realmente sortudo, você pode dizer a um deles para residir dentro de um objeto por um tempo; nós chamamos isso de fetiche, e são algo poderosos pra se ter. Não espere pôr suas patas sobre um por anos, garoto - mas é importante saber que eles estão lá, então quando você ver um xamã Oglala convocando relâmpagos com um bastão, você vai saber o que realmente está acontecendo."
"Agora, alguns espíritos tem um pouco mais de afinidade com a a nossa raça que os outros, e alguns são mais poderosos que outros. Há uns poucos que podem ter interesse especial por nós, e nos ajudar de vez em quando. esses espíritos são nossos totens, e cada matilha é adotada por um.
"Não dá pra izer que esses espíritos fazem isso pela bondade em seus corações. Você precisa barganhar com eles, e atender o desejo dels. Uma pedra colorida, uma canção de guerra - pode ser qualquer coisa. Espíritos podem não ser tão brilhantes, mas são perigosos o bastante quando se trata disso.
"Outra parte do pacote são os Dons. Você tem dons de seu augúrio, você tem dons de sua raça, de sua tribo, e metade do tempo eu penso que você tem alguns pela sua cor de cabelo. Totens dão outra ajuda, mas você você recebe primeiro seus dons de quem você é principalmente, e você os aprende começando com seu Rito de Passagem.'
"Bem, isso é ótimo," disse o garoto, "mas tem uma coisa faltando aqui. O que são Dons?"
"Dons são mágica, mais ou menos," dise Aprende-os-Velhos-Caminhos. "Formas especiais de fazer coisas como purificar água ou falar com os espíritos ou convocar tempestades ou assobiar o vento. Dependendo de quem você é - não - é mais o que você é, você tem vertos talnetos para fazer coisas. Os dons à sua disposição, eu suspeito, tem mais a ver com guerra e luta. É tudo parte de ser um ahroun."
"Que ótimo saber," disse o garoto amargamente. "Algum jeito de saber o que esses dons são, ou eu tenho que esperar até o Natal?"
"Você simplesmente saberá, garoto. É tudo que posso te dizer. Haverá um tempo quando você precisará fazer algo, algo que seu cérebro diz que é impossível, e de algum jeito você encontrará um tutor que lhe dará exatamente o que você precisa. Foi o que aconteceu comigo: eu estava perdida e quase morta de sede quando eu encontrei o Vovê Joe. Tive o cantil cheio, graças a ele, mas ele não me ofereceu nada até eu aprender com ele como chamar as águas por mim mesma." Ela sorriu pesarosamente com a lembrança. "Mais um dia e eu teria certamente morrido. E alguma vez o velho bastardo me ofereceu um gole? Nenhuma. De qualquer jeito, Gaia o abençoe por me ensinar."
"Acho que entendo." O rosto do garoto se torceu numa careta. "Não significa que eu tenho que gostar dele, né?"
"Nem um pouco," Aprende-os-Velhos-Caminhos o tranquilizou. "É quase como a medicina. Agora, sua última lição: a Umbra. Assim como esse é o mundo real, há um mundo espiritual. NA verdade, há mundos espirituais, mas aquele com o qual lidamos chamamos de Umbra. É onde os espíritos habitam, e se parece muito, bem, muito mesmo como este lugar deveria ser. Quero dizer, se um lugar é maculado pelo ódio ou medo, na Umbra ele parece arruinado e imundo. se um lugar é muito organizado e civilizado, haverá ali espíritos da Weaver por toda parte na Umbra. Eles parecem aranhas, a maioria, e espalham teias por todo lado.
"E se um lugar tem um caern, bem, na Umbra ele brilha. Nós chamamos o entrar na Umbra de "percorrer atalhos", o que é um nome tão bom quanto qualquer outro. Isso economiza tempo de viagem, mas não é fácil e pode ser perigoso. Isso, entre outras razões é porque eu tenho um cavalo." Ela sorriu trsitemente. "Não como um sentimento natural, mas levanata questões acaloradas."
"Ela não está contando toda a história de novo, filho." Moon interveio com um olhar preocupado na face. "O que ela está falando é da Umbra no leste, e no Velho Continente. Fora daqui, bem, a Umbra é diferente, mais resistente. É como se houvesse uma tempestade caindo lá, e isso me diz que há uma tempestade pra cair no mundo real também."
A´rende-os-Velhos-Caminhos tinha um olhar amargo em seu rosto. "Eu concordo. Há algo despertando fora daqui, e o fato de atingir a Umbra primeiro nos diz de onde está vindo." Aaron ergueu uma sombracelha cética àquilo, e ela olhou fixamente pra ele. "Isso mesmo. Há um espírito acordando em algum lugar, um dos grandes. É isso que significa. Eu só queria saber o que ou onde, ou qualquer coisa." Ela desceu seu punho sobre a mesa, mas o som foi abafado pelo feltro verde. Embaraçado, o grupo inteiro ficou silencioso por um momento. À distância, havia o rugido do que poderia ser um trovão ou um trem.
"Algo mais?" inquiriu Lukas. "Porque parece que o dia foi cansativo, e eu tenho o sentimento engraçado de que deveria ir quando o sol se pusesse. Alguém quer companhia na trilha essa noite?"
"Vamos cavalgar e ver o que acontece. Eu estou firmemente convencido que fomos reunidos por uma razão, e todo bom jogador de cartas sabe que o Destino não tenta te convencer." Aaron estava a meio caminho do bar, uma pilha de dinheiro na mesa atrás dele. "Pela minha mesa, Stone. Mantenha a mudança contra a próxima vez." Atrás dele, Moon estava mancando em direção ao cocho de água.
"Aprende-os-Velhos-Caminhos? Seria uma vergonha me matar aqui e sujar o bar do Stone." O sorriso debochado do peregrino era triunfante, e a galliard percebeu que estava amolecendo só um pouco a despeito de si mesma.
"Só até o final da trilha. Gaia decide depois disso." E ela logo estava porta afora, deixando apenas Stone, o peregrino e o garoto.
"Então, garoto, você vem?" Lukas falou suavemente. O garoto assentiu, hesitante, como se não conseguisse acreditar que alguém realmente o queria por perto. "Bom. Você é o foco da coisa toda de qualquer jeito. Por falar niso, você tem um nome? chamar você de garoto está ficando velho rápido."
"Arthur," disse o garoto. "Me chame de Arthur."
"Arthur do que?"
"Apenas Arthur. Eu não tenho nada mais de valor ainda."
Lukas deu-lhe um tapinha nas costas. "Justo. Venha, Arthur, VAmos sair daqui antes que Stone enjoe das nossas caras. Até mais, Stone."
Nota 0: O termo "Eastern" indica alguém do leste dos Estados Unidos. Uam tradução aceitável seria "oriental", mas poderia gerar confusão com pessoas da raça asiática que nos EUA são "asians" e pra nós são "orientais" genéricos. Eu usei o termo Lestista, bem incomum, mas o mais exato que eu pude encontrar.
Nota 1: Alguns termos de pôquer (como dealer, que eu traduzi como carteador) podem ter erros devido à meu conhecimento rudimentar do jogo.
Nota 2: Não traduzi nomes próprios de personagens ou lugares para não descaracterizar totalmente a obra original. A taverna Old Stone poderia ser traduzida como "velha pedra", mas é uma referência ao taverneiro Ezekiel Stone, sendo este seu sobrenome.
Nota 3: O termo "tinhorn" que nomeia a segunda parte é uma gíria sem tradução exata, significando mais ou menos "trapaceiro que finge ter dinheiro". O termo tinhorn é uma referência aos chifres de lata onde jogadores exibidos costumam girar os dados antes de lançá-los. Eu usei o termo "almofadinha", que está longe de ser correto, mas pareceu o mais adequado.
Nota 4: Os diálogos dos personagens seguem o padrão americano, sinalizados entre aspas ("fala"seguida de descrição). Me lembro vagamente da Devir manter esse formato, apesar de ser muito mais comum na língua portuguesa o dois pontos seguido de travessão (fulano fala: - Eu falo.). Acredito que seja uma decisão estilística que, se por um lado facilitaria para o leitor brasileiro a compreensão da estrutura narrativa, por outro envolveria um trabalho grande de adaptação da pontuação que provavelmente aumentaria o número de linhas ocupadas pelo texto.
Nota 5: As fontes usadas são extremamente complicadas, tendo tipagem própria nos títulos e nos recortes dos jornais. É um trabalho para a diagramação que com certeza vai ser bem trabalhoso.
Última edição por Alexyus em Seg 20 Abr 2015 - 9:35, editado 7 vez(es)
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Continuando a progressão dos termos, deparei-me com um trecho onde o nome local dos fomori (desse jeito mesmo em inglês) é mockeries (traduções possíveis são "zombarias, escárnios, troças, burlas, chacotas, mofas, arremedos ou esforços vãos").
São sinônimos, mas como se referem a uma criatura específica, precisa-se usar somente uma das traduções para que o jogador lusófono possa identificar. Então, para manter a uniformidade ao longo do livro, qual termo vocês preferem usar?
São sinônimos, mas como se referem a uma criatura específica, precisa-se usar somente uma das traduções para que o jogador lusófono possa identificar. Então, para manter a uniformidade ao longo do livro, qual termo vocês preferem usar?
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
Re: Wild West (tradução)
Esse termo foi padronizado como "Aberrações" pelas traduções tanto da Devir quanto do Nação Garou. Aliás, é um dos traduzidos no glossário que já postei.
Midnight- Mensagens : 136
Data de inscrição : 09/01/2015
Re: Wild West (tradução)
Um pedido senhora e senhores... favor sempre dar preferencia as atualizações dos posts atrasados a tradução, pois há jogadores e narradores que dependem de suas atualizaçõés.
Klauss Krugger- Crias de Fenris
- Mensagens : 2494
Data de inscrição : 18/04/2011
Idade : 44
Re: Wild West (tradução)
Bom, eu já tentava fazer isso mesmo, priorizar os jogos e deixar a tradução em segundo lugar.
Faltam duas páginas pra eu terminar a minha parte, assim que arrumar meus pcs eu concluo e pego a segunda missão!
Faltam duas páginas pra eu terminar a minha parte, assim que arrumar meus pcs eu concluo e pego a segunda missão!
Alexyus- Presas de Prata
- Mensagens : 1783
Data de inscrição : 14/09/2012
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