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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Qui 21 Abr 2016 - 2:20

Nadira estava no Aeroporto Internacional de Vancouver esperando seu vôo de volta ao Brasil. Havia chegado bem cedo, foi uma das primeiras a fazer check-in e agora esperava o embarque. O local estava um pouco movimentado pois alguns vôos anteriores se haviam atrasado pelo mau tempo.

Nadira passeava os olhos pelo saguão despreocupadamente quando foi atraída pelos magnéticos olhos verdes de uma mulher loira de cabeça raspada. Sentiu, com um calafrio, que ela já estava observando Nadira muito antes.

Um grupo de pessoas passou e fez com que Nadira perdesse a mulher de vista por uns instantes, mas logo ela ressurgiu mais a frente. Estava acompanhada por uma garota também loira, de cabelos lisos e longos e aspecto entediado. A mulher, ao contrário, realizava todos os passos para o embarque tranquilamente, como se já conhecesse aquele aeroporto ou estivesse bastante acostumada a viajar. A mala pequena, de excelente qualidade mas um pouco gasta pelo uso parecia reforçar essa hipótese. A menina trazia uma mala enorme.

Spoiler:

Nadira já estava acomodada entre duas pessoas, na poltrona do meio da fila que lhe correspondia, quando uma jovem magrinha abordou-a, dizendo:

- Sua amiga me pediu o favor de trocarmos de lugar para que você possa ir com ela.

Nadira olhou na direção indicada pela jovem e viu, de novo, a mulher loira de cabelo raspado. Esta sorriu. Nadira não a conhecia mas era um lugar melhor do que o dela e, ademais, sabia que se não fosse, o resto do vôo seria torturada pela curiosidade.

Sentou-se a seu lado, no assento do corredor. A adolescente mal a olhou, tinha a cara enfiada na janela. A mulher, ao contrário, sorriu satisfeita e disse:

- Gato! Definitivamente, gato. Quando eu te vi antes de embarcar senti que era… hum… especial – baixou a voz, conseguia falar incrivelmente baixo sem sussurrar – Só não tinha certeza se era gato ou lobo. Ainda sinto algo de lobo em você…

Fez um gesto com os dedos como se atraísse o ar para si mesma enquanto dizia a última frase. Mas naquela forma não poderia olfatear tão bem. O que percebia em Nadira, portanto, não era um odor.

- Ah, desculpe. Deixe me apresentar: sou Serena Kipling e esta é Sapphire, minha pupila. – continuou. Tinha um português razoável, com sotaque anglo-saxão.

- E filha biológica. – completou a adolescente, estendendo um pouco o “ó” para mostrar sarcasmo. Depois voltou a enfiar a cara na janela.

- Demasiadas mudanças… - explicou a mulher a Nadira. Depois disse, mais para si do que para a menina: “Um ano passa rápido”…

Enquanto falava, havia tirado uma bela caneta tinteiro e desenhado o glifo dos Bagheera na borda da página de uma revista.

Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro 256wsnn

Estendeu-a para Nadira e, em seguida calou-se.

Nadira podia sentir que aqueles olhos verdes ardiam de curiosidade para saber seu nome, sua tribo e etc., mas Serena conteve-se e deixou para Nadira a decisão de falar. Sapphire fingia indiferença com o rosto colado à janela, mas quase era possível sentir suas orelhas se mexendo debaixo do cabelo.

***

Após a conexão nos Estados Unidos, um rapaz passou por elas no corredor do avião.

Spoiler:

Cumprimentou Serena sutilmente com um meio sorriso e seguiu até seu lugar.

- Veja só. – murmurou a  mulher para Nadira – Há tão poucos de nós no mundo mas neste avião somos quatro. Às vezes a mão Dela chega tão próximo que é comovente, não é mesmo?

E, independentemente do que Nadira tenha dito antes, continuou, em tom sério:

- Seremos mais aonde vamos… Você gostaria de participar de um sarau?
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Qui 21 Abr 2016 - 10:20

Nadira passeava os olhos pelo saguão despreocupadamente quando foi atraída pelos magnéticos olhos verdes de uma mulher loira de cabeça raspada. Sentiu, com um calafrio, que ela já estava observando Nadira muito antes.

Um grupo de pessoas passou e fez com que Nadira perdesse a mulher de vista por uns instantes, mas logo ela ressurgiu mais a frente. Estava acompanhada por uma garota também loira, de cabelos lisos e longos e aspecto entediado. A mulher, ao contrário, realizava todos os passos para o embarque tranquilamente, como se já conhecesse aquele aeroporto ou estivesse bastante acostumada a viajar. A mala pequena, de excelente qualidade mas um pouco gasta pelo uso parecia reforçar essa hipótese. A menina trazia uma mala enorme.

Após os eventos ocorridos em Vancouver, Nadira já estava de malas prontas para retornar ao Brasil e ao seu trabalho na Polícia Civil já imaginando se seu companheiro Hilton estaria dando cabo de todos casos complicados que o delegado Machado sempre lhes incumbiam. Esperar o embarque era até uma boa forma de em se concentrar em todas as coisas que teria que fazer quando uma mulher lhe chamava a sua atenção, como era policial ela conseguia notar quando estava sendo observada, porém Nadira era paciente evitaria fazer qualquer movimento precipitado, especialmente por ela estar acompanhada por uma jovem ainda muito jovem.

" Deve ser devido ao meu porte... esse efeito... já é esperado quando sua forma sokto é similar à sua forma humana..."

Nadira já estava acomodada entre duas pessoas, na poltrona do meio da fila que lhe correspondia, quando uma jovem magrinha abordou-a, dizendo:

- Sua amiga me pediu o favor de trocarmos de lugar para que você possa ir com ela.

Nadira abaixava os óculos escuros, que usava para esconder seus olhos hipnóticos e penetrantes...olhar típico dos felinos. Nadira encarava a mulher já imaginando que fosse algo incomum, pois quando se é policial e um ser espiritual nada em sua vida é comum. Nadira sorria para a mulher e se dirigia até a cadeira onde a mulher do saguão estava.

-- Tudo bem... não sabia que ela viria nesse voo.

- Gato! Definitivamente, gato. Quando eu te vi antes de embarcar senti que era… hum… especial – baixou a voz, conseguia falar incrivelmente baixo sem sussurrar – Só não tinha certeza se era gato ou lobo. Ainda sinto algo de lobo em você…

Fez um gesto com os dedos como se atraísse o ar para si mesma enquanto dizia a última frase. Mas naquela forma não poderia olfatear tão bem. O que percebia em Nadira, portanto, não era um odor.

- Ah, desculpe. Deixe me apresentar: sou Serena Kipling e esta é Sapphire, minha pupila. – continuou. Tinha um português razoável, com sotaque anglo-saxão.

- E filha biológica. – completou a adolescente, estendendo um pouco o “ó” para mostrar sarcasmo. Depois voltou a enfiar a cara na janela.

- Demasiadas mudanças… - explicou a mulher a Nadira. Depois disse, mais para si do que para a menina: “Um ano passa rápido”…

Nadira sentava ao lado da mulher e a olhava com o seu olhar penetrante levemente cor de mel, antes de colocar o óculos novamente. Por um momento pensou se tratar de garou porém a fala inicial da mulher a deixou mais calma. Nadira estava curiosa sobre a mulher e sua infante acompanhante, Nadira olhava de relance a menina que não desgrudava da janela do avião imaginando que ela fosse uma filhote ainda por isso estava sobre a tutela daquela mulher.

--Acertou... estive recentemente com uns lobos...mas isso é outra história. Sei como se sente Sapphire...quando se anseia por...mais liberdade...todas nós entendemos como se sente. Nadira Kaif, prazer. Imagino que esteja curiosa em saber sobre o que uma descendente de indianos que vive no Brasil estava fazendo no Canadá...

Nadira ria um pouco ao atiçar a curiosidade daquelas duas bastes, porém dificilmente daria alguma informação gratuita para elas. Porém ao ver o glifo que ela desenhara Nadira logo percebeu que estava diante de uma juíza dos Bastes, era um costume entre os bastes usar os glifos como forma de passar informações verdadeiras. A felina puxava a manga da camisa e exibia uma pequena tatuagem na parte interna do pulso, era o grifo dos Khan... os orgulhosos guerreiros dos Bastes.

-- Somos poucos... mas mantemos nosso orgulho firme.

- Veja só. – murmurou a mulher para Nadira – Há tão poucos de nós no mundo mas neste avião somos quatro. Às vezes a mão Dela chega tão próximo que é comovente, não é mesmo?
- Seremos mais aonde vamos… Você gostaria de participar de um sarau?
Nadira olhava para o homem que passara no corredor, a felina se surpreendia ao saber que ele era um deles também. E para seu espanto e alegria finalmente um convite tão esperado chegara... explicando o motivo dela ter lhe observado no saguão... um sarau.

-- Um... sarau...é claro que quero participar. Eu já assisti um quando era pequenina, como você Sapphire, porém naquela época eu só assisti... mas hoje tem algo para compartilhar com os meus irmãos e irmãs.
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Mensagem  Lua Sex 22 Abr 2016 - 13:36

Serena sorriu satisfeita ao ver que Nadira aceitara o convite.

Durante o resto do vôo a conversa seguiu agradável e superficial. Após ter confirmado que Nadira era bastet e que aceitava seu convite, Serena preferiu dirigir a conversa para assuntos mais triviais, deixando os temas bastet para quando estivessem sozinhos. Parecia ter um grande controle sobre sua curiosidade mas Nadira viu um ligeiro brilho em seus olhos ao mencionar que era Khan.  Sapphire foi bem menos discreta e isso ajudou a quebrar o gelo e a que ela participasse da conversa. Falaram sobre Brasil, India e Canadá. Serena mencionou que sua família estivera por décadas na Índia mas não se aprofundou, desviando-se habilmente de qualquer pergunta. Talvez por ser inglesa ela evitasse o tema político.

Nadira desembarcou em Guarulhos com os bastet, em vez de seguir até o Rio. Ali soube que o americano se chamava Tyler Hunt e era um pumonca.

Serena já tinha um carro alugado e os quatro viajaram até Iporanga, na divisa com o Paraná. Pediram mais um quarto no pequeno hotel que haviam reservado, deixaram a bagagem – sob o protesto de Sapphire, que queria levar ipad, secador, maquiagem e todos os penduricalhos dos adolescentes – e, sem descansar, continuaram o caminho.

Serene explicou que aquela região se chamava Vale do Ribeira e que tinha uma energia espiritual enorme. Ali vivia o balam anfitrião do sarau.

Deixaram o carro em local seguro e fizeram o resto do caminho a pé, até um vila abandonada em uma antiga área de mineração.

spoiler:

Não demorou muito e um homem emergiu silenciosamente das sombras.

Caetano:

Cumprimentaram-se e Serena disse:

- Caetano, eu trouxe uma convidada. É Nadira Kaif, brasileira como você e uma Khan.

Caetano observou Nadira em silêncio uns segundos e depois balançou a cabeça afirmativamente. Como policial, ela tinha um bom faro para pessoas e intuiu que ele era do tipo calado mas confiável. Um balam pryio noite provavelmente.

Andaram na mata por tempo suficiente para que, mesmo em glabro, ela se sentisse cansada. Foi ficando cada vez mais frio e então amanheceu. Sempre em silêncio atrás de Caetano, sentiram que a luminosidade aumentava e um solzinho gostoso começou a aquecer suas costas quando aparecia entre as copas das árvores. Finalmente chegaram até a entrada de uma gruta. Era ampla e tinha luminosidade suficiente para um garou movimentar-se sem muitos acidentes. Andaram. até que Caetano parou diante um pequeno lago subterrâneo e disse:

- Usem a forma em que mergulhem melhor, tomem um bom fôlego e me siguam. - A maioria foi a shokto. Caetano mergulhou e eles saltaram atrás dele. A água estava gelada. Cruzaram por baixo do chão de pedra, tentando  não perdem o balam de vista,  e surgiram do outro lado, ao ar livre. Após respirar um pouco, nadaram até a margem.

Nadira saía das águas com sua costumeira graça, quando se deparou com a última coisa que podia esperar naquela selva: uma mulher elegantemente vestida e maquiada.

Spoiler:

Era negra e belíssima e olhava Nadira com uma expressão arrogante. Parecia avaliá-la, medindo seu porte com o olhar.

Talvez fosse a companheira de Caetano mas esta impressão se desfez quando ele passou por ela e foi se encontrar com uma jovem de aparência bem mais humilde, que Nadira nem tinha notado. Caetano roçou suavemente o rosto da moça com a cabeça inclinada, como fazem os felinos com suas fêmeas, e esta sorriu em resposta. Pareciam não se importar que a mulher elegante fizesse as honras da casa.

- Bem-vindos. – disse ela com uma voz rouca e sensual. Sorria com simpatia mas sem perder a altivez.

- Chioma, está é Nadira Kaif. – apresentou Serena – Ela é uma Khan, não é excelente?.

Os olhos escuros de Chioma chisparam, embora ela sorrisse:

- Aahhh. – disse ela - Eu pensava que os Khan tivessem se matado entre si até a extinção…
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Sex 22 Abr 2016 - 16:19

Nadira também preferiu conversar trivialidades, tanto Serene quanto ela eram boas em guardar segredos e dificilmente saltariam alguma informação de forma leviana. Nadira puxava o celular, já imaginando alguma desculpa para contar ao seu parceiro Hilton. A jovem felina tateava o teclado virtual do celular, assim evitava ter que falar pessoalmente com ele, Nadira enviava uma mensagem dizendo que ficaria alguns dias na casa de uma prima que estava muito doente e que depois lhe cobriria e lhe compraria uma torta.

Serena já tinha um carro alugado e os quatro viajaram até Iporanga, na divisa com o Paraná. Pediram mais um quarto no pequeno hotel que haviam reservado, deixaram a bagagem – sob o protesto de Sapphire, que queria levar ipad, secador, maquiagem e todos os penduricalhos dos adolescentes – e, sem descansar, continuaram o caminho.
Serene explicou que aquela região se chamava Vale do Ribeira e que tinha uma energia espiritual enorme. Ali vivia o balam anfitrião do sarau.

No quarto de hotel, Nadira deixava sua bagagem no quarto que Serena lhe havia reservado. Com certo contra gosto ela deixava a arma porém ficava com seu distintivo. A felina como uma boa carioca que ficou um bom tempo nas gélidas terras canadenses ela sentia falta do calor e das roupas mais leve do que os pesados casacos dos quais teve que usar. Nadira vestia uma legging longa cinza claro e um top negro e para finalizar um casaco branco com o desenho de uma mandala em forma de flor.

Não demorou muito e um homem emergiu silenciosamente das sombras.
Cumprimentaram-se e Serena disse:
- Caetano, eu trouxe uma convidada. É Nadira Kaif, brasileira como você e uma Khan.
Caetano observou Nadira em silêncio uns segundos e depois balançou a cabeça afirmativamente. Como policial, ela tinha um bom faro para pessoas e intuiu que ele era do tipo calado mas confiável. Um balam pryio noite provavelmente
--... Er... Prazer... me chamo Nadira Kaif...er...então Caetano.. você será o nosso guia...
Nadira era apresentada à um homem chamado Caetano, provavelmente seria ele o guia deles até o sarau, a bastet olhava o balan de cima abaixo não conseguia esconder o fato dele ser muito bonito... um negro de porte atlético e olhar direto que cuja pele brilhava sobre a luz, era até difícil para a bastet esconder os olhares que ela lançava para ele. Mesmo não estando no cio, algo que ocorria apenas um período por ano, Nadira suspirava enquanto seguia Caetano sempre imaginando os dois à sós naquela cidade abandonada.

Andaram na mata por tempo suficiente para que, mesmo em glabro, ela se sentisse cansada. Foi ficando cada vez mais frio e então amanheceu. Sempre em silêncio atrás de Caetano, sentiram que a luminosidade aumentava e um solzinho gostoso começou a aquecer suas costas quando aparecia entre as copas das árvores. Finalmente chegaram até a entrada de uma gruta. Era ampla e tinha luminosidade suficiente para um garou movimentar-se sem muitos acidentes. Andaram. até que Caetano parou diante um pequeno lago subterrâneo e disse:

- Usem a forma em que mergulhem melhor, tomem um bom fôlego e me siguam. - A maioria foi a shokto. Caetano mergulhou e eles saltaram atrás dele. A água estava gelada. Cruzaram por baixo do chão de pedra, tentando  não perdem o balam de vista,  e surgiram do outro lado, ao ar livre. Após respirar um pouco, nadaram até a margem.

A caminhada foi longa e cansativa realizada em meio a mata durante a noite, mesmo em sua forma sokto a bastet sentia o cansaço daquela empreitada. Nadira seguia logo atrás de Caetano, a bastet não tirava os olhos no guia especialmente quando o sol nascia e tocava a pele de Caetano fazendo uma mistura de ébano e ouro. Ao chegarem na entrada da caverna Nadira se esticava, fazendo uns alongamentos antes de se jogar nas frias águas do lago. O mergulho era complicado mesmo para ela que era um khan, um dos poucos felinos que eram nadadores excepcionais, Nadira se esforçava em não perder Caetano de vista.. quando finalmente chegava daquela jornada.

Nadira saía das águas com sua costumeira graça, quando se deparou com a última coisa que podia esperar naquela selva: uma mulher elegantemente vestida e maquiada.
Talvez fosse a companheira de Caetano mas esta impressão se desfez quando ele passou por ela e foi se encontrar com uma jovem de aparência bem mais humilde, que Nadira nem tinha notado. Caetano roçou suavemente o rosto da moça com a cabeça inclinada, como fazem os felinos com suas fêmeas, e esta sorriu em resposta. Pareciam não se importar que a mulher elegante fizesse as honras da casa.

Nadira saía da água de forma graciosa e se surpreendia ao ver aquela mulher vestida de forma tão atípica para estar em uma caverna, Nadira logo olhava para suas roupas molhadas e retirava o casaco para torce-lo quando ao buscar Caetano, o via ao lado de uma jovem trocando carícias... a decepção no rosto da felina era evidente, com um sorriso forçado ela se voltava para a anfitriã do sarau.

- Bem-vindos. – disse ela com uma voz rouca e sensual. Sorria com simpatia mas sem perder a altivez.
- Chioma, está é Nadira Kaif. – apresentou Serena – Ela é uma Khan, não é excelente?.
Os olhos escuros de Chioma chisparam, embora ela sorrisse:
- Aahhh. – disse ela - Eu pensava que os Khan tivessem se matado entre si até a extinção…

-- ...É um prazer ser convidada para um sarau senhorita Chioma. felizmente ainda persistimos nesse mundo, mesmo não sendo muitos. Esses foram erros que esperamos terem ficado no passado...
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Sáb 23 Abr 2016 - 12:36

Estavam estirados ao sol, em trajes de banho ou simplesmente com as roupas de baixo. Recebiam sol brasileiro preguiçosamente, um pouco para secar as roupas molhadas mas sobretudo porque eram gatos.

De barriga para cima, Nadira e Serena apreciavam a carícia do sol, o canto das aves, o perfume da mata, a beleza do entorno. Sapphire mexia no celular.

- Não tem sinal. – exasperou-se.

- Nem sinal, nem wi-fi, nem eletricidade. Conversamos sobre isso, Sapphire. – falou Serena.

- Eu sei, mas não pensava que ia ser tão difícil aguentar!

Estavam ali há menos de uma hora.

- Você está sempre pendente do conhecimento virtual de outros lugares, Sapphire. Estávamos no outono canadense e você só prestava atenção aos selfies de seus amigos australianos na praia. Agora estamos neste paraíso tropical e você quer ver as fotos das folhas caindo no Canadá. Nunca vai conhecer a magia do mundo se não estiver completamente presente em um lugar.

-Ããinnnn! – fez Sapphire com cara de vomitar. Depois levantou-se e foi puxar conversa com Tyler. Serena observou-a afastar-se impassível.

- Já tive outros pupilos antes mas acho que com o próprio sangue é mais difícil… Meus irmãos [parentes] a mimaram em excesso. Mas ela vai aprender, todos aprendem.

Estou tentando ensinar-lhe Consciência, Nadira. A habilidade de reconhecer poderes sobrenaturais e magia. Este é o lugar ideal. O Vale do Ribeira é uma confluência de seres sobrenaturais e de iniciados em magia. Ao longo dos séculos o sangue metamórfico e diferentes saberes mágicos foram sendo trazidos pelo colonizador português e pelos escravos africanos, e misturado aos dos índios guaranis e mais tarde caboclos e caiçaras. Também vieram sangue metamórfico, feitiçaria e outras artes místicas com os imigrantes açorianos, irlandeses, alemães, austríacos até mesmo americanos e japoneses, que foram trazidos em diversas tentativas de povoamento.

Você pode encontrar de tudo e de todos aqui. Chioma, por exemplo, é uma simba. Isso é um segredo bastet, nem mesmo os poucos garous que respeitamos sabem que há um simba tão próximo.

Por isso ela tem esse ar de rainha!
– Serana riu - E também uma relação muito estranha com Caetano. Os dois cresceram juntos e ela atua como se ele fosse o macho-alfa e ela a primeira leoa. Ele nem se incomoda; não é assim que os jaguares funcionam. Caetano tem suas parentes onças livres e dispersas em seu território e uma favorita, a parente humana Delfina. Roubou-a há alguns anos e a trata com devoção de súdito. Agora, passada a euforia inicial do amor, está deixando que se afaste um pouco e visite a cidade, por exemplo, mas ainda é a luz de seus olhos.

Nadira observou Delfina cuidando da carne que estava assando e arrumando tudo para o almoço. Avaliou-a com olhos de caçadora: Delfina era ainda uma adolescente, mas não muito bonita. Isso poderia revelar diferentes coisas sobre Caetano.

Delfina:

Serena prosseguiu:

- Chioma trata toda fêmea nova que chega como subalterna ou rival. Obviamente você não é uma subalterna, assim que ela vai pegar no seu pé. Você fez bem de tratá-la com respeito, desarmou-a porque ela queria uma briga. Mas não se intimide, ela não é melhor do que ninguém aqui. No fundo as leoas me dão pena. Os leoes são os únicos gatos que se escravizam entre si. A Mãe teve suas razões ao criá-los assim, certamente, mas eu ainda acho que deveríamos deixar obediência e hierarquia para os lobos, que são tontos e gostam de ter alguém pensando por eles.

Serena olhou para os demais gatos e viu Sapphire conversando muito próxima a Tyler. Suspirou. Nadira pensou que ela ia falar algo a respeito mas a preocupação da mentora era outra.

- Não posso perder a oportunidade de ensinar-lhe Consciência, Nadira. Ela não me ouve mas escutou você no avião. Não gostaria de tentar convencê-la a desenvolver esta habilidade? Eu ensinaria também a você, em troca.  
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Sáb 23 Abr 2016 - 22:04

Nadira se esticava no sol, a felina não trouxera roupas de banho mas sim apenas roupas de ginásticas que agora estavam molhadas, sem se preocupar a javem felina ficava apenas de roupa íntima. Nadira aproveitava o sol brasileiro que tanto sentiu falta enquanto esteve no Canadá, deitada em meio a relva com uma das de suas pernas torneadas levemente flexionada enquanto a outra se mantinha levemente esticada, a felina escorava o seu corpo em uma árvore enquanto seus olhos percorriam entre todos os visitantes do sarau.

- Já tive outros pupilos antes mas acho que com o próprio sangue é mais difícil… Meus irmãos [parentes] a mimaram em excesso. Mas ela vai aprender, todos aprendem.

Nadira olhava a pequena filhote se afastar, por alguma razão a felina sorria talvez se imaginando com sua própria prole protegendo-a e lhe ensinado a se proteger nesse mundo... mesmo sendo apenas um sonho ou desejo...Nadira conseguia entender o zelo que Serena tinha com sua filha Sapphire. Era o instinto lhe dizendo que a hora já estava mais do que próxima para ela mesmo perpetuar a nova geração de Khans.

-- Você tem sorte... teve seus pupilos e agora uma filha linda e esperta. Espero um dia ter os meus próprios filhotes...Serena, não ligue os jovens são assim mesmo, nunca dão a devida atenção as coisas importantes.

Você pode encontrar de tudo e de todos aqui. Chioma, por exemplo, é uma simba. Isso é um segredo bastet, nem mesmo os poucos garous que respeitamos sabem que há um simba tão próximo.

Por isso ela tem esse ar de rainha!– Serana riu - E também uma relação muito estranha com Caetano. Os dois cresceram juntos e ela atua como se ele fosse o macho-alfa e ela a primeira leoa. Ele nem se incomoda; não é assim que os jaguares funcionam. Caetano tem suas parentes onças livres e dispersas em seu território e uma favorita, a parente humana Delfina. Roubou-a há alguns anos e a trata com devoção de súdito. Agora, passada a euforia inicial do amor, está deixando que se afaste um pouco e visite a cidade, por exemplo, mas ainda é a luz de seus olhos.

Nadira se espantava com as palavras de Serena, pois não esperava que Chioma fosse uma Simba. Para Nadira aquilo explicava muita coisas sobre ela. Quando Serena falava em Caetano, a jovem felina pareceu demostrar um pouco mais de interesse, Nadira sorria ao saber um pouco da relação de ela e Caetano, por um segundo a felina se imaginava como a favorita dele, porém se lembrava da proibição da Litânia e logo a sensação de solidão a tomava... não tinha parentes e a pessoa mais próxima que ela tinha ela mentira pois não podia contar-lhe a verdade. Nadira exibia um sorriso triste enquanto observava a filhote de Serena, mesmo os gatos sendo solitários chegava um momento na vida das fêmeas que pedia por um pouco de companhia.
-- Uma...Simba... por essa eu não esperava, isso explica o 'jeito' dela..com todo aquele arzinho de superioridade. Esse leões dão pena... é um tanto triste ver como eles gostam tanto dessa hierarquia como os garou. Mas... isso é verdade?... Que ele era o macho alfa dela, isso... não é proibido?
Serena podia ver um pequeno brilhos nos olhos de Nadira, pois a mesma imagina que ao manos ali a Litânia talvez podia ser menos rígida ali ou durante o sarau.
Não posso perder a oportunidade de ensinar-lhe Consciência, Nadira. Ela não me ouve mas escutou você no avião. Não gostaria de tentar convencê-la a desenvolver esta habilidade? Eu ensinaria também a você, em troca.

-- Ensinaria...a mim? é uma grande oportunidade que me concede Serena... farei o meu melhor em fazer a pequena filhote compreender um pouco sobre o mundo que a rodeia e suas obrigações para com Nala.

Nadira se levantava e tirava um pouco de folhas secas que estavam em suas nádegas e coxas e se dirigia até Shapphire, a felina sorria para o casal que estavam conversando e se aproximava de Sapphire e Tyler.

-- Não fique assim Sapphire, sei como deve estar se sentindo sem o seu celular... mas você deve abrir os seus olhos... para outras coisas tão fantásticas quanto, não concorda Tyler? Eu poderia roubar a Sapphire só um pouquinho... quero contar lhe uma coisa... muito especial...
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Ter 26 Abr 2016 - 12:57

Mas... isso é verdade?... Que ele era o macho alfa dela, isso... não é proibido?
Serena podia ver um pequeno brilhos nos olhos de Nadira, pois a mesma imagina que ao manos ali a Litânia talvez podia ser menos rígida ali ou durante o sarau.


Os olhos verdes das duas bastet se encontraram por um breve instante. Serena falou.

- Não, você entendeu mal. Chioma age como se Caetano fosse seu macho-alfa. Mas ele a vê como uma irmã, deixa que faça seu showzinho de primeira-leoa mas não a inclui entre as fêmeas disponíveis. Eu sei que, ao menos teoricamente, Caetano é contra o cruzamento entre dois bastets. Até porque, vamos ser sinceras… nunca faltam parentes que lhe meneiem a cauda…

Se é proibido… Depende. Nós gatos não saímos por aí vigiando os lençóis uns dos outros., cada um faz o que julga correto e ninguém vai te queimar viva porque deu à luz um filhote métis. O mais provável é que alguém lhe dê uma mãozinha se você o ajudou em alguma dificuldade antes ou prometa fazê-lo depois. Mas eu, pessoalmente, considero incorreto. O Karoush recomenda evitar as enfermidades dos cruzamentos consangüíneos e, por outro lado, eu sou mãe, Nadira. Gosto muito de apostar com a sorte mas não no que se refere a um filhotinho indefeso. E isso é uma loteria. Você pode terminar tendo nos braços um lindo gatinho albino ou sem bigodes mas eu já vi um métis sem os quatro membros e isso é suficiente para te manter desinteressada por outros gatos.

E não pense que um bebê desses não te trará desonra. Sim, trará. Não por ter dormido com outro gato, mas por ter sido estúpida de engravidar. Os machos se esfumaçam mais rápido que dizer papai e por mais forte e independente que você seja, sempre vai despertar uma certa comiseração o que, convenhamos, cai muito mal em uma bastet.

Dito isso…


Serena aproximou seu rosto lentamente, estirando o corpo com a elasticidade e elegância de que só os bagheera são capazes e completou com um sussurro:

- … eu não conheço um gato que vá desprevenido a um sarau.

Antes que Nadira respondesse algo ela já estava de volta ao lugar com cara de desentendida.

***

Nadira pensava nas palavras de Serena enquanto se aproximava de Sapphire e Tyler. Algumas folhinhas ainda caíam de suas pernas e ela notou que Tyler acompanhou a trajetória de uma com o olhar.


-- Não fique assim Sapphire, sei como deve estar se sentindo sem o seu celular... mas você deve abrir os seus olhos... para outras coisas tão fantásticas quanto, não concorda Tyler?


- Plenamente… - respondeu o rapaz e Nadira teve a impressão de que foi em duplo sentido.


Eu poderia roubar a Sapphire só um pouquinho… quero contar lhe uma coisa… muito especial...


- Sem problemas. - sorriu Tyler de um modo mais sério. - Conversamos mais depois Sapphie. Há tempo para isso.

O pumonca afastou-se. Sapphire ficou olhando com uma expressão aborrecida.

- Ãinnn… já sei… - disse ela em um tom depreciativo - Mommy-kuasha te mandou me convencer a aprender algum rito ou coisa assim, não é mesmo?! Mas é um sarau! São férias… uuuhh!

E fez uma cara capaz de demover os anseios maternais de Nadira.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Ter 26 Abr 2016 - 21:28

Nadira pensava nas palavras de Serena enquanto se aproximava de Sapphire e Tyler. Algumas folhinhas ainda caíam de suas pernas e ela notou que Tyler acompanhou a trajetória de uma com o olhar.

" Bem... o que ela falou é verdade...um filhote impuro com certeza seria uma barra... mas também quem hoje em dia não sabe evitar uma gravidez... bem... o que posso fazer se Caetano se destaca tanto por seu porte... seu ar sério... e claro.. por ser uma pedaço de mal caminho... Droga...foco... fazer uma adolescente adorar o nosso mundo perigoso e violento... Aff! Ela fala aquilo por que tem um monte de parentes...os meus morreram na Índia... FOCO!"

Plenamente… - respondeu o rapaz e Nadira teve a impressão de que foi em duplo sentido.

Nadira tentava conversar à sós com Sapphire, ficava imaginando o que poderia dizer ou fazer para chamar a atenção da jovem menina. Nadira notava o jeito com que Tyler o olhava, a jovem bastet dava-lhe um sorriso após notar o jeito ambíguo com que ele lhe respondia. A felina sentia-se muito mais falante e receptiva aos demais bastes, talvez fosse devido ao tempo em que ficara com os garou e agora ela estava cercada por outros bastet sendo vítima do ar sedutor que os mesmos possuíam.

- Ãinnn… já sei… - disse ela em um tom depreciativo - Mommy-kuasha te mandou me convencer a aprender algum rito ou coisa assim, não é mesmo?! Mas é um sarau! São férias… uuuhh!
E fez uma cara capaz de demover os anseios maternais de Nadira.

" Que fofinha... eu sei que tenho vontade de ter os meus filhotes, mas... aturar a adolescência é dose..."
A felina colocava a mão sobre os ombros da jovem e a conduzia para a borda do lago se afastando dos bastes ali presentes. Nadira sentava no chão e colocava os pés na água, a felina pedia para que a menina sentasse ao seu lado. Nadira hesitava nunca fora mãe e muito menos mentora e por isso parecia não saber por onde começar.
-- Você é bem esperta... ela me pediu isso mesmo... e bem... você está certa... é uma festa... mas sabe por que é uma festa? Nós gatos vivemos muito isolados... e o Sarau é um raro momento onde podemos... nos ver... conversar...trocar ideias... e por que não conhecer uns gatos. Essa história é bem fresquinha... e você saberá dela antes de todos aqui... eu estive com os lobos recentemente e vi coisas incríveis que Nala velou aos gatos. Aprendi truques que provavelmente nenhum gato conhece...Aposto que você está achando isso bem chato.... e é... mas quando estive com eles... senti a dificuldade que era não ter... acesso ao outro lado como eles...sabe... Nadira olhava para o seu pé dentro das águas geladas do lago. -- Consciência é tipo... olhar para as águas límpidas de um lago... ou se preferir poder ver o que se esconde no mundo dos espíritos. Sabe o bom disso... essa é a base para poder entrar no mundo espiritual... quem sabe um dia você consiga... e poderá simplesmente desaparecer quando estiver com alguém chato como agora... Vai me dizer que sumir as vezes não é algo bom... Nadira suspirava e sorria para a menina e logo se levantava limpando de alguma sujeira que ficasse em suas coxas e nádegas. -- Não queria interromper a sua conversa com o Tyler, mas dê uma chance para sua mãe...e o mais importante... e ai... o que achou do Tyler? Ele parece até um surfista não acha?
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Ter 3 maio 2016 - 9:22

-- Você é bem esperta... ela me pediu isso mesmo... e bem... você está certa... é uma festa... mas sabe por que é uma festa? Nós gatos vivemos muito isolados… e o Sarau é um raro momento onde podemos... nos ver... conversar...trocar ideias... e por que não conhecer uns gatos.  


Sapphire deu um sorrisinho de cumplicidade ao ouvir as últimas palavras.


Essa história é bem fresquinha... e você saberá dela antes de todos aqui... eu estive com os lobos recentemente e vi coisas incríveis que Nala velou aos gatos. Aprendi truques que provavelmente nenhum gato conhece...Aposto que você está achando isso bem chato.... e é... mas quando estive com eles... senti a dificuldade que era não ter... acesso ao outro lado como eles...sabe... Nadira olhava para o seu pé dentro das águas geladas do lago. -- Consciência é tipo... olhar para as águas límpidas de um lago... ou se preferir poder ver o que se esconde no mundo dos espíritos. Sabe o bom disso... essa é a base para poder entrar no mundo espiritual... quem sabe um dia você consiga... e poderá simplesmente desaparecer quando estiver com alguém chato como agora... Vai me dizer que sumir as vezes não é algo bom


Nadira viu como os olhinhos da menina foram brilhando enquanto ela falava.


... Nadira suspirava e sorria para a menina e logo se levantava limpando de alguma sujeira que ficasse em suas coxas e nádegas. -- Não queria interromper a sua conversa com o Tyler, mas dê uma chance para sua mãe...e o mais importante... e ai... o que achou do Tyler? Ele parece até um surfista não acha?


- Ei, fica aqui… - disse a garota ao vê-la levantar-se - Senta aqui do meu lado.

Esperou que Nadira sentasse.

- Serena não me disse que Consciência é a base para entrar no mundo dos espíritos. Velha fdp., ela sabe andar entre o mundo espiritual e o físico e é por isso que quer me ensinar Consciência, para me preparar para aprender também no futuro. Esse era o segredinho dela… Acho que ela não pretende desaparecer de todo da minha vida… que saco. Vai vir me oferecendo um dom de encher os olhos quando eu for mais velha…

Bem, mas você é legal. Agora vamos fazer o seguinte, vamos ficar sentadas aqui falando de garotos mas fazendo um ar bem sério para ela achar que você está tendo um trabalhão em me convencer, ok? Assim ela vai ficar bem contente quando eu disser que vou aprender consciência e você pode explorar isso para arrancar mais coisas dela, hehe.


Sapphire chacoalhou os pezinhos na água.

- O Tyler é lindo. Ele é instrutor de trekking e montanhismo. Pena que é um gato. Em todo lugar que vamos é isso, só bastet; já não posso conhecer garotos como antes e em todos os lugares que Serena me leva, só tem bastet. Acho que com você acontece o mesmo, não? Eu vi que você estava olhando o Caetano. Que mau gosto, ele é chato. Ei, você vai contar sobre os lobos no sarau?

Nadira viu que Serena as observava.


Off:
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Ter 3 maio 2016 - 21:04

- Ei, fica aqui… - disse a garota ao vê-la levantar-se - Senta aqui do meu lado.

Nadira sorria e sentava, agora bem mais próxima, ao lado da jovem como se fossem grandes amigas de longa data, mesmo tendo passado apenas alguns poucos minutos. A felina ria por dentro da travessura da filhote imaginando o quanto ela era esperta e consequentemente preparada para a dura vida que teria como os olhos de Lana e guardiã de segredos.

- Serena não me disse que Consciência é a base para entrar no mundo dos espíritos. Velha fdp., ela sabe andar entre o mundo espiritual e o físico e é por isso que quer me ensinar Consciência, para me preparar para aprender também no futuro. Esse era o segredinho dela… Acho que ela não pretende desaparecer de todo da minha vida… que saco. Vai vir me oferecendo um dom de encher os olhos quando eu for mais velha…

Bem, mas você é legal. Agora vamos fazer o seguinte, vamos ficar sentadas aqui falando de garotos mas fazendo um ar bem sério para ela achar que você está tendo um trabalhão em me convencer, ok? Assim ela vai ficar bem contente quando eu disser que vou aprender consciência e você pode explorar isso para arrancar mais coisas dela, hehe.

Nadira assumia o papel que Sapphire havia lhe dado fazendo um olhar mais sério e taciturno, porém por dentro a jovem ria com aquela peça em Serena. Nadira colocava o braço sobre o ombro da filhote.
-- Não fale assim dela... se ela conhece esse dom deve ser muito sábia...e quanto esse lance dela aparecer lhe oferendo dons... bem vai se acostumando... pois é isso que fazemos, aprendemos e ensinamos... você tem sorte que alguém quer lhe ensinar algo tãoo útil. Nadira passava a mãos nos cabelos de Sapphire fazendo um carinho maternal. -- Talvez eu te ensine algo depois...

- O Tyler é lindo. Ele é instrutor de trekking e montanhismo. Pena que é um gato. Em todo lugar que vamos é isso, só bastet; já não posso conhecer garotos como antes e em todos os lugares que Serena me leva, só tem bastet. Acho que com você acontece o mesmo, não? Eu vi que você estava olhando o Caetano. Que mau gosto, ele é chato. Ei, você vai contar sobre os lobos no sarau?

Nadira sorria com a resposta da jovem, ela não sentira nada quando vira Tyler porém algo dentro dela se inquietou quando vira Caetano, talvez de alguma forma sentira que ele já tivesse alguém para lhe esquentar os lençóis, a felina sentia mal por desejar amores impossíveis. Quando ouvira sobre o sarau a felina apenas sorria dando-lhe uma resposta ambígua.

-- Imaginei que gostava dele quando os vi conversando, desculpe ter interrompido..agora quanto ao lance de serem gatos... bem não problema em gostar de um.. apenas não engravide, nós bastet ficamos férteis apenas uma vez por ano, então... você pode aproveitar sem culpa... e o Caetano não é chato... ele é de tirar o fôlego...
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Qua 4 maio 2016 - 10:56

Nadira colocava o braço sobre o ombro da filhote.
-- Não fale assim dela... se ela conhece esse dom deve ser muito sábia...e quanto esse lance dela aparecer lhe oferendo dons... bem vai se acostumando... pois é isso que fazemos, aprendemos e ensinamos... você tem sorte que alguém quer lhe ensinar algo tãoo útil. Nadira passava a mãos nos cabelos de Sapphire fazendo um carinho maternal. -- Talvez eu te ensine algo depois…


Sapphire baixou os olhos e ficou escutando calada, com a expressão meio carrancuda que os adolescentes fazem quando, no fundo, concordam com os adultos mas não querem dar o braço a torcer. Nadira sentiu que tinha a confiança da menina e que esta levava em conta suas palavras. Também viu que sua carinha se iluminou quando ela disse que poderia ensinar-lhe algo depois.


-- …agora quanto ao lance de serem gatos… bem não problema em gostar de um.. apenas não engravide, nós bastet ficamos férteis apenas uma vez por ano, então… você pode aproveitar sem culpa...


Sapphire encarou-a com os olhos muito abertos e as pupilas dilatadas, como os gatinhos quando despertam para suas travessuras, ao crepúsculo.  De algum modo isso alertou os instintos de Serena, pois ela aproximou-se com um ar sério e protetor. Dava a impressão que ia agarrar Sapphire pela nuca com a boca e levá-la para longe.

- Ããinnn, está bem, está bem.. eu vou aprender a tal Consciência… - disse-lhe Sapphire, afetando entregar-se após uma longa batalha.- Mas depois você me deixa livre o resto do sarau, está bem?

Serena assentiu e sorriu satisfeita

***

Serena avisou que iam dar uma volta e as três saltaram de novo no lago, cruzaram a caverna e regressaram à mata.

A experiente bagheera começou a explicar-lhes que, além das atividades sobrenaturais dos metamorfos e do mundo espiritual, havia também a mágica, o dom - ou arte - de certas criaturas para alterar a realidade, sobrepujando as leis da física e da lógica, através de conhecimentos próprios. Isso era feito por magos, feiticeiros e outros seres sobrenaturais, inclusive algumas tribos de bastet. Mas Serena disse que não havia tempo para entrar em detalhes, nem era necessário a princípio, ela preferia mostrar-lhes como reconhecer os efeitos da magia e, mais tarde, elas se aprofundariam no tema, se desejassem.

Disse-lhes que as matas brasileiras eram pródigas em feiticeiros e encantamentos e foi mostrando algumas de suas marcas no local.

Depois caminharam na forma felina, seguindo seus próprios rastros, em direção à Iporanga. De volta à hominideo, passaram pela quilombo onde viviam os parentes balam e finalmente andaram um pouco pela cidade.

Iporanga:

Discretamente, Serena apontava-lhes indícios ocultos do sobrenatural e do mágico: um provável metamorfo, um velha e inocente senhora carregando itens para um feitiço, um símbolo mágico gravado em um muro, escondido pelos grafites, etc. Não era algo fácil, as tentativas de usar gnose não foram frutíferas, tampouco o uso da razão. Tratava-se de um sutil despertar para a magia no mundo e Nadira podia sentir-se orgulhosa, pois aprendia uma habilidade própria dos gatos.

Ao fim, parecia que haviam pegado o jeito.

A tarde começava a cair e ninguém queria perder o sarau. Voltaram à mata e estavam quase chegando à caverna quando Serena lhes propôs o último teste. Apontou uma árvore e disse:

- Vejam, aqui há um ser encantado. Encontrem-no e digam-me com o que se parece.

desafio:
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Qui 5 maio 2016 - 7:50

Nadira sentiu que tinha a confiança da menina e que esta levava em conta suas palavras. Também viu que sua carinha se iluminou quando ela disse que poderia ensinar-lhe algo depois.

Nadira sentia uma sensação gostosa e maternal, por alguma razão senti-se bem ter a atenção e admiração daquela filhote. Não era uma relação de mestre e aprendiz curiosa, mas sim quase uma relação de mãe e filha, provavelmente Nadira iria re-avaliar sua condição de solteira e talvez até embarcaria na maternidade. Seja o que fosse Nadira sentia-se bem ao lado de Sapphire.

-- Ããinnn, está bem, está bem.. eu vou aprender a tal Consciência… - disse-lhe Sapphire, afetando entregar-se após uma longa batalha.- Mas depois você me deixa livre o resto do sarau, está bem?
Serena assentiu e sorriu satisfeita

" Acho que falei bobeira... bem deixa para lá.. já estava na hora dela saber dessas coisas" -- Eu juro, agora divirta-se criança e aproveite seu Sarau.

* * *
Nadira sentia-se satisfeita em ter novamente um mestre para lhe guiar, para a felina era como se voltasse a ser filhote ao lado do seu finado irmão bem mais esperto e forte, porém agora os papéis estavam trocados...ela era a esperta e forte e Sapphire a doce gatinha que via tudo como diversão. A aula de Serena foi um belo e gostoso momento nostálgico para a bastet. Com sua atenção totalmente voltada para Serena, Nadira tentava absorver tudo que ela dizia como uma aluna aplicada. Ela tentava identificar os indícios do sobrenatural que se ocultavam não com algum truque sobrenatural, mas sim com os sutis artifícios mortais. Nadira não sentia muita dificuldade, pois seu olho era treinado para identificar atividades suspeitas e perigos iminentes.. só que agora ela devia identificar possíveis ameaças sobrenaturais.

A tarde começava a cair e ninguém queria perder o sarau. Voltaram à mata e estavam quase chegando à caverna quando Serena lhes propôs o último teste. Apontou uma árvore e disse:
- Vejam, aqui há um ser encantado. Encontrem-no e digam-me com o que se parece.

Nadira olhava intrigada para a árvore, quando notava algumas formas que não se encaixavam como um bico e um olho semi-cerrado. A felina colocava a mão no queixo como se tenta-se se lembrar de algo e rapidamente arriscava um palpite.

-- Uma ave... não lembro o nome direito... seria um.. Urutau? Se for... temos sorte pois ela é bem rara...
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Ter 10 maio 2016 - 16:18

-- Uma ave...


- Um pássaro!

Nadira e Sapphire responderam ao mesmo tempo.  Serena fez que sim com a cabeça e Sapphire deu um pulinho de contente, estendendo a mão a Nadira para um high five.


- não lembro o nome direito… seria um.. Urutau? Se for... temos sorte pois ela é bem rara...


- Isso mesmo! - exclamou Serena - Urutau, pássaro-fantasma na língua tupi, ou “Mãe da Lua”. Você conhece bem a fauna brasileira. Mas no nosso caso não é apenas uma ave e sim uma pessoa encantada. Alguns feiticeiros conseguem isso. Sei do caso de uma indiazinha boliviana cujo pai matou seu pretendente por ciúmes. Quando ela ameaçou contar à tribo, ele usou seu conhecimento mágico e a transformou num urutau. No Peru soube de uma criança que foi transformada para salvá-la de uma peste que dizimava a aldeia. Há várias histórias de pessoas que sofreram o encantamento.  Uma coisa que todas têm em comum é que o feitiço nunca aprisiona a voz da vítima. Seja qual for seu lúgubre lamento, ele ainda pode ser ouvido à noite.

Enquanto Serena dava a explicação, Nadira e Sapphire aproximaram-se do tronco onde estava o pássaro e perceberam, chocadas, que nada havia ali de fato, só um galho com sua forma.

Elas não o haviam visto com os olhos, concluíram, mas com sua nova percepção sobrenatural.

Sapphire passava sua mão pela grossa casca da árvore quando deu um gritinho e saltou para tras. A ave ressurgiu do tronco e agora era possível distingui-la pela suavidade das plumas e o calor de seu corpo. Talvez fosse uma criança encantada a brincar com elas… o que dava pena e calafrios.

- Agora prestem atenção em seus olhos. – disse Serena, indicando o urutau recém aparecido. – Parece que só têm uma frestinha aberta mas não é isso. Na verdade o pássaro está de olhos completamente fechados mas vê por uma fenda em sua pálpebra.

Mãe da Lua:

- É assim que vocês devem proceder para reconhecer mágica de um modo eficaz.
- prosseguiu Serena- Abandonar a visão habitual do mundo – e por “habitual”eu incluo até mesmo os jamaks, para quem os têm. Cerrar os olhos com frequência para a realidade conhecida, a fim de permitir que o ilógico e o mágico se infiltrem pelos vãos da consciência e sejam percebidos. Mas sem forçar, com a mesma naturalidade do pássaro.

Nadira olhou para o lado e viu que Sapphire expremia os olhinhos. Teve vontade de rir. Mas a menina era inteligente e tinha entendido o que Serena quis dizer. Nadira mesmo não podia garantir que não tivesse apertado inconscientemente as pálpebras durante a explicação.

***

Regressaram ao território de Caetano.

- Ahhh, aí estão elas!– disse Tyler ao vê-las – Agora só falta o Silas.

Nadira correu os olhos ao redor. Delfina já havia partido e Chioma se instalara ao lado de Caetano com uma expressão de quem preferia que Nadira tivesse se perdido na floresta.

Tyler estava apoiado no tronco frondoso de uma árvore e a seu lado havia uma bastet desconhecida.

Inaê:

- Nadira, está é Inaê. – disse Tyler – Pumonca como eu, brasileira como você. E famosa por ter sido pega tentando bisbilhotar um ritual garou.

Todos riram.

- Ahiiii, vão começar. – queixou-se a moça, meio rindo. Mostrou-se simpática e saudou Nadira com entusiasmo quando soube que era khan.

Após cumprimentar Nadira, Inaê voltou a seu lugar ao lado de Tyler, que a abraçou, puxando-a para si. Os bastets costumam ser muito informais em seus saraus mas ainda assim a proximidade entre os dois chamava a atenção. Deveriam ser amigos íntimos ou algo mais. Nadira viu a felicidade de Sapphire desmoronar. Esquecendo toda a rebeldia, a pequena deitou-se no chão, aninhando a cabeça no colo de Serena para consolar-se. Esta, como boa mãe felina, manteve o ar altivo e atento a seu redor enquanto acariciava ternamente os cabelos da filhote.

Pouco depois chegou Silas.

Silas:

Era um balam brasileiro, inequivocamente indígena e quase tão calado e taciturno quanto Caetano. Mas que tampouco escapou das brincadeiras.

- Auuuullll. – começaram a uivar os pumonca.

- Aí vem o amigo dos garous. - diste Tyler.

- Te deixaram sair de boa, Silas? – provocou Inaê – Ou teve que deixar a janta pronta?

Em um movimento rápido que Nadira mal notou, Silas saltou sobre o pescoço de Inaê, apartando-a de Tyler e dominando-a.

- Se você não fosse uma reles mulher pumonca, eu te desafiava. – rosnou baixo. Depois olhou de forma igualmente intimidante para Tyler.

Sapphire sobressaltou-se mas os demais contemporizaram e, aos poucos, o ambiente se acalmou sem que houvesse uma luta. Nadira ainda conjecturava sobre a conveniência ou não de colaborar com garous, quando alguém perguntou quem iniciaria as narrativas e a voz profunda e cheia de autoridade de Caetano soou:

- A khan. Estou cansado das histórias de vocês. Quero ouvir o que ela tem para nos contar.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Qua 11 maio 2016 - 22:23

- Um pássaro!

Nadira e Sapphire responderam ao mesmo tempo. Serena fez que sim com a cabeça e Sapphire deu um pulinho de contente, estendendo a mão a Nadira para um high five.

Nadira achava graça do jeito infantil de Sapphire e entrava na 'brincadeira' fazendo batendo levemente sua mão com a dela.

Isos ai garota! Conseguimos!

***
Nadira, está é Inaê. – disse Tyler – Pumonca como eu, brasileira como você. E famosa por ter sido pega tentando bisbilhotar um ritual garou.

Todos riram.

- Ahiiii, vão começar. – queixou-se a moça, meio rindo. Mostrou-se simpática e saudou Nadira com entusiasmo quando soube que era khan.

Nadira sorria para Inaê, porém sua atenção era roubada por Caetano, ela notara que a parenta preferida dele não estava mais ali... porém Chioma estava ali ao seu lado posando de rainha.

" Parece que não fui a única a bisbilhotar os garou.... mas acho que tive mais sucesso do que ela..."

Oi Inaê, é um nome incomum... como se eu pudesse me gabar do meu....

Auuuullll. – começaram a uivar os pumonca.

- Aí vem o amigo dos garous. - diste Tyler.

- Te deixaram sair de boa, Silas? – provocou Inaê – Ou teve que deixar a janta pronta?

Em um movimento rápido que Nadira mal notou, Silas saltou sobre o pescoço de Inaê, apartando-a de Tyler e dominando-a.

- Se você não fosse uma reles mulher pumonca, eu te desafiava. – rosnou baixo. Depois olhou de forma igualmente intimidante para Tyler.

Nadira se espantava ao ver aquele índio sendo recebido por uivos como se fosse algum lobo. Por um momento a felina pensou em entrar na brincadeira porém ao vê-lo saltar sobre Inaê e Tyler, a jovem se assustara devido a aquela demostração de agressividade tão descabida ainda mais em um sarau. Nadira o olhava com ar de reprovação, sua língua coçava para botar aquele índio no lugar dele, porém Nadira contia sua fúria... se entregar a raiva era coisa de lobos e ela sabia que os gatos são melhores do que isso.

Sapphire sobressaltou-se mas os demais contemporizaram e, aos poucos, o ambiente se acalmou sem que houvesse uma luta. Nadira ainda conjecturava sobre a conveniência ou não de colaborar com garous, quando alguém perguntou quem iniciaria as narrativas e a voz profunda e cheia de autoridade de Caetano soou:

- A khan. Estou cansado das histórias de vocês. Quero ouvir o que ela tem para nos contar

Nadira era pega de surpresa, não esperava ser a primeira a contar algo ainda mais sem receber nada em troca.... quando se lembrava da lições de Serena e a promessa que fizera para Sapphire. A Khan olhava para Sapphire e Serena e dava uns passos à frente olhando para o índio Silas e logo em seguida para Caetano... o seu Deus de ébano.

-- Não esperava ser a primeira... e única Khan nessa sarau.
Nadira olhava para Silas, sabendo que a voz estaria com ela o bastet agitado não ousaria fazer nada. A felina desfilava elegantemente e poderosamente com a graça típica dos felinos enquanto falava.
-- Silas não é? Você é um gato e não um lobo para soltar e babar nos outros... já tem lobos suficientes para fazerem isso...e estabelecer dominância? Com certeza anda demais com os lobos... Pois bem... eu também estive com os garou em tempo recentes.
Nadira concentrava seu olhar em Caetano como s falesse unicamente com ele.
-- Não uma tribo qualquer que dividiria seus segredos por meros boatos sobre a corruptora... estive com a misteriosa tribo dos Uktenas, lobos sábios que sabem guardar bem os seus segredos.
-- Porém diferente da corajosa Inaê que bisbilhotou eles, eu fui convidada pelo líder daquela tribo. Participei das suas festas e compartilhei de sua comidas e histórias. Porém os Uktenas estavam em perigo e precisam de toda e qualquer ajuda. Eu e alguns garou saímos para caçar, tive o privilégio e observar alguns dos seus dons, inclusive os que Lana escondeu de nós gatos.
-- A caçada fora longa e perigosa, eu era a única guerreira realmente ali.. incrível pensar que estive protegendo e sendo protegido por lobos... era como Lana queria que fosse...
Nadira se perdia um pouco em sua narrativa, porém retornava ao assunto com um sorriso em seu rosto.
-- A criatura era uma aberração da Weaver, com um corpo blindado praticamente intransponível... porém graças ao nosso trabalho de equipe... a aberração fora vencida. E retornamos para a tribo onde nossas feridas foram tratadas...e claro alguns segredinhos deles.
Nadira não iria mostrar de graça o dom que aprendera com os Uktenas para aquele bando de gatos, exceto para Sapphire e Serena caso se interessassem.
-- Esse é o meu relato das coisas que passei no Canadá com os isolados Uktenas. Não é muito mas espero que tenham gostado.
A felina não tirava os olhos de Caetano e ao fim de sua historia ela deixava escapar um sorrisinho para o felino, parecia que estava disposta a competir com Chioma para ficar ao lado deles
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Qui 12 maio 2016 - 11:12

-- Silas não é? Você é um gato e não um lobo para soltar e babar nos outros... já tem lobos suficientes para fazerem isso...e estabelecer dominância? Com certeza anda demais com os lobos…

Antes que ela pudesse terminar a frase, Silas havia dado um salto em direção a ela e rosnava em seu rosto:

- Então eu desafio você, maldita naa! Que lutar?
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Qui 12 maio 2016 - 13:46

Antes que ela pudesse terminar a frase, Silas havia dado um salto em direção a ela e rosnava em seu rosto:

- Então eu desafio você, maldita naa! Que lutar?

-- É mais fácil me matar com o seu hálito nojento...
Nadira olhava furiosa para Silas, diferente de seu agressor a felina conseguia se manter calma mesmo naquela situação.
-- Não me atente Silas... se quer tanto um duelo... pois bem...duelaremos como bastets e não como os lobos idiotas, aquele que relevar o segredo mais bem guardado é o vencedor... agora se não tem nada de interessante a nos contar...tire o seu focinho da minha cara.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Qui 12 maio 2016 - 16:36

-HAHAHHAHHA!!!

Nadira ouviu um estrondo de gargalhadas. As mais ostensivas eram de Silas.

- Isso é para gato pequeno, dona. – disse ele - Os balam preferem é lutar.

- Balam e Simba. – meteu-se Chioma - Acho que ela é quem só conhece lobo.

- Cada tribo tem suas preferência, - ponderou Serena. Em seguida explicou a Nadira que os desafios eram comuns em saraus para resolverem as divergências surgidas, não tendo relação com dominância. E cada tribo tinha suas regras.

- Mas eu acho justa a proposta. – disse, por fim – Se você desafia, ela escolhe as “armas”.

- Ahhhh isso sim que é de lobo! – replicou Silas – Você sabe bem que para os bastet as regra que vale é as da tribo que hospeda o sarau. Este território é de balam. E os balam luta!

- Nem sempre. – interrompeu Caetano – Isso não é lei. Também podemos disputar de outro jeito. E o anfitrião aqui sou eu, Silas. Então eu digo que vocês duelem com segredos, como quer a moça. Me parece mais interessante.

- Mas não tem como ganhar o desafio dela!– rosnou Silas, cheio de raiva – Se eu contar um segredo mais bem guardado que o dela eu sou trouxa,  não tô ganhando, tô perdendo!

- Chegue mate. – disse Serena - Você que se meteu nisso. Retira o desafio, então.

- Mas é que… Ahhh… Está bem. Desafio retirado. – falou Silas com mau humor.

- FIUUUUUUU!!!! – fizeram os pumonca. – Agora fecha a boca, Silas, que a gente não pode respirar com esse seu bafo… de onça. Hahhahaah.

Os risos continuaram mas Silas havia desistido de confusão. No meio daquela balbúrdia, Nadira sentiu os olhos de Caetano pousados nela. Era a primeira vez que ele a observava com interesse. A seu lado, Chioma mal escondia o despeito.

Nadira então pôde começar sua história.


Pois bem... eu também estive com os garou em tempo recentes.


E contou sua aventura entre os uktena. A pura menção à tribo garou já atraiu a atenção da audiência. Ao mesmo tempo, Caetano não desviava o olhar, avaliando o que ela dizia sem demonstrar se apreciava ou não.

Já os outros gatos gostavam cada vez mais do relato e não escondiam sua curiosidade pelo que ela pudesse ter aprendido com os uktena. Silas aprovou várias vezes com a cabeça enquanto ela falava de sua colaboração com lobos que precisavam de sua ajuda. Não parecia ter guardado rancor, ao contrário, talvez se identificasse com ela por cooperar com garous.


-- Esse é o meu relato das coisas que passei no Canadá com os isolados Uktenas. Não é muito mas espero que tenham gostado.


Os sete bastet se entreolharam. Principalmente Caetano e Serena trocaram miradas e fizeram que “sim” com a cabeça. Então Caetano levantou-se e voltou com uma cuia de madeira contendo uma bebida de frutas fermentadas que ofereceu a Nadira.

-  Bem-vinda ao grupo. – disse-lhe.

- Parabéns, Nadira. – saudou Serena - Agora você não é mais uma naa, uma forasteira, para nós. Estivemos avaliando suas atitudes e sinceridade e a consideramos de confiança. Além disso, você evitou um combate com inteligência e mostrou-se íntegra ao falar da ajuda aos lobos mesmo sabendo que alguns poderiam rir de você. Venha aos nosso taghairms sempre que desejar e será bem-vinda.

- Bebe. – ouviu Caetano dizer-lhe em voz baixa.

Ela ainda tinha a cunha nas mãos e ele não a havia soltado. Nadira pôde sentir o calor e a aspereza de sua pele quando os dedos de ambos se tocaram na entrega do recipiente.

A bebida era um fermentado de frutas de sabor delicioso e foi passando entre os participantes enquanto Caetano entoava um breve ritual.

Agora o taghairm começava de fato.

Um leve torpor envolvia Nadira e ela sentiu que suas energias espirituais estavam se carregando. Ao mesmo tempo, uma sensação de harmonia e união com aqueles gatos começava a surgir.

Mais que nunca, todos estavam relaxados como só os felinos conseguem ficar. Enlanguescidos pelo ritual, amontoavam-se carinhosamente. Nadira sabia que, terminado o sarau, todos voltariam às suas vidas solitárias mas, naquele momento, era como se fossem uma família.

Viu a sábia Serena conversando com sua filhote e o rabujento Silas aceitando um abraço de desculpas de Inaê e sentando-se entre os dois jovens pumonca, que não passavam de gatinhos brincalhões.

O ritual só fez aumentar seus sentimentos por Caetano. Nadira poderia até mesmo ter sentido algo bom por  Chioma, se não fosse o jeito irritante dela colar-se a Caetano. Aproveitando-se com astúcia do clima reinante, Chioma esfregava seu rosto no do rapaz que, sem perder a majestade, cedia levemente à carícia e semicerrava os olhos. Sensual e altivo, estava ainda mais atraente. Não se podia culpar Chioma por confundi-lo com o rei das selvas. Se as florestas tropicais tivessem um monarca, seria Caetano.

O único problema era aquela rainha.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Qui 12 maio 2016 - 19:56

- Mas não tem como ganhar o desafio dela!– rosnou Silas, cheio de raiva – Se eu contar um segredo mais bem guardado que o dela eu sou trouxa, não tô ganhando, tô perdendo!

- Chegue mate. – disse Serena - Você que se meteu nisso. Retira o desafio, então.

Nadira não conseguia esconder o seu sorriso de vitória, ao ouvir que Silas retirava o desafio. Foi quando a felina sentia os olhos de Caetano sobre si e não conseguia deixar de retribuí-los, olhando de volta e sorrindo para seu deus núbio.

- Bem-vinda ao grupo. – disse-lhe.

- Parabéns, Nadira. – saudou Serena - Agora você não é mais uma naa, uma forasteira, para nós. Estivemos avaliando suas atitudes e sinceridade e a consideramos de confiança. Além disso, você evitou um combate com inteligência e mostrou-se íntegra ao falar da ajuda aos lobos mesmo sabendo que alguns poderiam rir de você. Venha aos nosso taghairms sempre que desejar e será bem-vinda.

- Bebe. – ouviu Caetano dizer-lhe em voz baixa.

A jovem felina se via diante de Caetano pela primeira vez, seu coração pulsava como se fosse uma adolescente próxima ao seu ídolo. Nadira tocava lentamente as mãos de Caetano imaginando-as sobre o seu corpo, a jovem lentamente bebia o conteúdo da cuia sempre a mirar Caetano com o seu olhar profundo e penetrante.

Um leve torpor envolvia Nadira e ela sentiu que suas energias espirituais estavam se carregando. Ao mesmo tempo, uma sensação de harmonia e união com aqueles gatos começava a surgir.

Mais que nunca, todos estavam relaxados como só os felinos conseguem ficar. Enlanguescidos pelo ritual, amontoavam-se carinhosamente. Nadira sabia que, terminado o sarau, todos voltariam às suas vidas solitárias mas, naquele momento, era como se fossem uma família.

Viu a sábia Serena conversando com sua filhote e o rabujento Silas aceitando um abraço de desculpas de Inaê e sentando-se entre os dois jovens pumonca, que não passavam de gatinhos brincalhões.

O ritual só fez aumentar seus sentimentos por Caetano. Nadira poderia até mesmo ter sentido algo bom por Chioma, se não fosse o jeito irritante dela colar-se a Caetano. Aproveitando-se com astúcia do clima reinante, Chioma esfregava seu rosto no do rapaz que, sem perder a majestade, cedia levemente à carícia e semicerrava os olhos. Sensual e altivo, estava ainda mais atraente. Não se podia culpar Chioma por confundi-lo com o rei das selvas. Se as florestas tropicais tivessem um monarca, seria Caetano.

O único problema era aquela rainha.

O torpor daquela bebida tomava conta do corpo da bastet, uma mistura de relaxamento e alegria que parecia derrubar a todos deixando-os amontoados e trocando carícias singelas como se fossem parentes e amantes de longa data. Um aroma de amizade e companheirismo tomava conta do lugar, e assim como os demais bastets, Nadira também fora 'vítima' desse mesmo efeito. A felina assim como Chioma, se acomodava ao lado de Caetano sem se importar em dividi-lo com a 'rainha' dele, Nadira encostava sua cabeça no peito de Caetano somente para sentir um pouco do carinho e calor de Caetano.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Sex 13 maio 2016 - 18:59

A felina assim como Chioma, se acomodava ao lado de Caetano sem se importar em dividi-lo com a 'rainha' dele, Nadira encostava sua cabeça no peito de Caetano somente para sentir um pouco do carinho e calor de Caetano.



Foi como se um encanto se quebrasse.

Caetano levantou-se da forma mais branda que seu porte permitia. Depois, sem dizer nada, foi buscar um pedaço de carne assada e sentou-se perto delas, mas sem contato físico. Ao que parecia, três para ele era uma multidão, ainda que de belas mulheres. Já não restava nenhuma dúvida de que era pryo noite.

Enquanto ele se afastava, Chioma deu a Nadira o olhar mais raivoso que ela já recebera na vida – os de bandidos e servos da wyrm incluídos. E rosnou entre os dentes:

- Você me paga, descarada!

***

- Assim que agora todo mundo aqui é amigo de garou. – começou Inaê – E é a mim, que ajo como bastet e vou espiá-los, que desprezam.

- Não é por ter espiado. – respondeu Silas – É por ter sido burra de deixar te pegarem.

- Você, Silas! – replicou Inaê – Você estava entre os que me perseguiram. Você podia ter me deixado escapar!

- Não podia. Eu era só um. E eu convenci os garou a não te matar, que você dava informação para eles. Uns segredinhos dos pumonca e te deixaram ir. Depois eu fui junto com o líder deles para falar com os Bom Bhat* para não te matar que eles não ia revidar.

Serena explicou a Nadira que os bastet mais velhos não queriam que os garous poupassem a vida de Inaê, temendo que, mais tarde, pedissem reciprocidade se algum garou espiasse um sarau.

- Você se superestimou, Inaê. – disse ela – Dimensionar o risco faz parte de ser esperta.

Inaê chacoalhou a cabeça negativamente e disse:

- Vocês não entendem… aquilo já foi nosso território. Primeiro o colonizador, depois os imigrantes e então chegou às mãos dos garous, mas era nosso. E o Silas ainda ajuda…

- Eles é honrado comigo, eu sou de volta. – disse o balam. E contou sua história:

- Quando nasceu o meia-raça**, era muito grande e rasgou a mãe toda, a índia morreu. Aí eu achei os dois, ela morta, ele morrendo. Aí eu levei para aldeia mas as parente mulher não queria ele, dizia que ia morder, que ia matar os filho delas. Tinha é ciúme porque eu fui com gata. No meio do mato não tem vaca, não tem leite. Eu ia matar o filhote para não morrer devagar, de fome. Aí tinha as garou, as fúria negra. Elas fica rondando as índia, põe idéia na cabeça delas, que nóis é mau porque rouba mulher, porque às vezes bate. Mas a fúria disse que ia ajudar. Que não ficava com ele porque era macho mas sabia onde iam cuidar dele. E os garou da seita cuida bem dele. Então eu ajudo. Eles castiga os dele que dorme com outro garou, mas a mim não castigaram, porque é assunto dos gatos, disseram. Eles deixa eu ser gato.

- Mas onde está sua lealdade, Silas? – murmurou Serena.

- Onde meu filho come. - respondeu ele - Enquanto eles cuidar do filhote eu fico lá para ajudar e não dever nada depois.

- E você, Caetano? – perguntou Tyler – Por que os ajuda.

- Ele não ajudou os garou! – interrompeu Chioma – Ele ajudou a corax Aretha. Ela é nossa amiga, ela cresceu com a gente.

- Bobagem. – disse Caetano – Eu também cresci com a fome e não é minha amiga, mato ela todo dia. Só a floresta é minha amiga. Eu fui é ver o que estava acontecendo. Alguem tentou matar Aretha e estava sumindo com seus contatos. Ela é um metamorfo e se alguém está atacando metamorfo, a gente tem que saber o que é, se garou, outro metamorfo, etc. No fim era uma corax enlouquecida. Além disso, o garou que veio com ela, o tal Klauss, foi respeitoso. Mas eu avisei que se ela trouxer outro garou tão perto do meu território de novo, eu mato os dois.

- E pediu algum segredo em troca? – perguntou Inaê.

- Claro. – respondeu Caetano – Aretha me contou que o líder Julián mandou o Klauss Krugger de guarda-costas para testar se ele se dava bem com os bastet porque quer mais garous favoráveis aos metamorfos na seita. Isso porque vai chegar um punhado de presas de prata europeus e aí vocês já sabem para onde é que vai o respeito conosco.

- Fiuuuuuu. – fez Serena. –É verdade, Silas?

O balam assentiu.

- Está vendo!!! – exaltou-se Inaê – Ele está dentro da seita garou e não nos passa informações! Se não fosse pela corax, nenhum gato saberia!

- Eu sou gato, eu sabia. – disse Silas -  Eu guardo esses segredos. Ainda não chegou ninguém mas se os presas de prata começarem a ameaçar…

Caetano riu e, apesar da gravidade do momento, Nadira não pôde deixar de admirar seu dentes alvos e perfeitos, com caninos um pouco salientes. –   Silas, a primeira cabeça que vão cortar é a sua! Os líderes tolerantes caem. E se esses presas de prata alcançam o poder, você acha que vão deixar o bastet “inflitrado” ir embora miando?

Silas não respondeu.

- Temos que dar uma espiadinha no território garou – continuou Inaê - e tem que ser enquanto o Silas ainda está lá para nos dar cobertura. Se esses presas de prata ascendem e Silas é expulso, ou pior, vamos nos sentir uns idiotas por não termos aprendido nada sobre o território deles mesmo com um gato lá dentro por tanto tempo. Seremos piada para os gatos do resto do mundo!

Silas olhou para o chão, irredutível. Nadira escutava.

- Acho que tenho uma solução conciliadora. – disse Serena – Nós vamos dar uma espiadinha. Abrir um buraquinho no muro dos nossos vizinhos garou e bisbilhotar ao menos a estrutura de seu território e algum segredo, por precaução. Mas à sua revelia, Silas. Você já sabe que nós o faremos, tem essa vantagem. Se captura o invasor, pode entregá-lo aos garous. Mas se o invasor for mais esperto, então você não o terá visto e, portanto, não terá traído seus benfeitores.

- Eu já capturei Inaê… - sorriu Silas, parecendo ter gostado do trato.

- Mas quem será o invasor? Você, Serena? É a mais inteligente de nós. – disse Tyler.

- Eu não. Será uma tarefa arriscada e este ano minha responsabilidade maior é com Sapphire. Inaê também não pode porque já conhecem a cara dela.

- Eu, então. – disse Tyler.

- Não, melhor não ser outro pumonca. Isso pode desatar uma perseguição à sua tribo. Sei que já tiveram outros incidentes com eles antes.

Olhou a redor.

- Eu não vou me meter nisso. – avisou Caetano – Prefiro me articular de outro jeito. Não quero me queimar com Julián, nem lançar suspeitas sobre Aretha, se algo dá errado. Ele sabe que eu e Chioma crescemos com ela. Nenhum de nós vai.

Em vez de se sentir tolhida, a leoa pareceu feliz com a ordem. Nadira notou uma expressão de desprezo no rosto de Serena. Mas, em seguida, este se iluminou:

- Nadira! – disse – Ela é perfeita. Ninguém a conhece ou nos associa a ela e sua esperteza ficou mais que provada. Você aceitaria, Nadira? Eu te ensinaria o dom “Olhar Espiritual” para você ver a umbra de lá. E talvez mais alguns truques, depois. Então, aceita?

A noite de lua cheia ia alta. Nadira sentiu catorze olhos fosforescentes grudados nela. Era uma boa oportunidade mas também uma missão arriscada. O que faria a tigresa?


* "anciões"
** métis
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Sáb 14 maio 2016 - 10:27

Caetano levantou-se da forma mais branda que seu porte permitia. Depois, sem dizer nada, foi buscar um pedaço de carne assada e sentou-se perto delas, mas sem contato físico. Ao que parecia, três para ele era uma multidão, ainda que de belas mulheres. Já não restava nenhuma dúvida de que era pryo noite.

Enquanto ele se afastava, Chioma deu a Nadira o olhar mais raivoso que ela já recebera na vida – os de bandidos e servos da wyrm incluídos. E rosnou entre os dentes:

- Você me paga, descarada!

A rejeição de Caetano fora um verdadeiro balde de água fria naquela gata, mesmo sobre o torpor daquela bebida a frieza de Caetano era como uma faca em seu coração por um momento Nadira temeu estar apaixonada por ele... uma paixão que não teria um desfecho bom. O olhar de Chioma fazia a gata gelar por dentro, o gelo de Caetano diante de suas investidas e o jeito de como Chioma lhe tratava como um empecilho a ser removido a machucavam profundamente. Nadira podia se sentir acolhida por aqueles gatos, mas nem de longe se sentia tão amada como gostaria, a felina ficava ao lado de Caetano respeitando seu espaço. Nadira o fitava levemente enquanto o observava comer, como se ele realmente fosse o seu rei das selvas. Em sua pose altiva como uma 'segunda dama' sem importância, a felina apensa ouvia a conversa acalorada dos gatos porém Nadira estava perdida em seus pensamentos temerosa por acreditar estar presa numa prisão que ela mesma criara. Ao ouvir a voz de Caetano a atenção da felina retornava e um leve sorriso saía de seus lábios.

- Eu não vou me meter nisso. – avisou Caetano – Prefiro me articular de outro jeito. Não quero me queimar com Julián, nem lançar suspeitas sobre Aretha, se algo dá errado. Ele sabe que eu e Chioma crescemos com ela. Nenhum de nós vai.

Em vez de se sentir tolhida, a leoa pareceu feliz com a ordem. Nadira notou uma expressão de desprezo no rosto de Serena. Mas, em seguida, este se iluminou:
- Nadira! – disse – Ela é perfeita. Ninguém a conhece ou nos associa a ela e sua esperteza ficou mais que provada. Você aceitaria, Nadira? Eu te ensinaria o dom “Olhar Espiritual” para você ver a umbra de lá. E talvez mais alguns truques, depois. Então, aceita?

" Então ele não vai... se eu for.. e conseguir algo... talvez Caetano... possa... me ver diferente..."

-- Eu aceito! Já estive com os garou antes... e se conseguia a confiança de umas das tribos mais isoladas e misteriosas de Vancouver, acho que os garou daqui que já tiveram contatos com bastes não será tão difícil assim. A felina lançava rapidamente olhares para Caetano e Chioma, pois queria saber qual era a reação deles. Após olhá-los rapidamente Nadira voltava-se para Serena e lhe agradecia por lhe ensinar aquele segredo.

-- Muito obrigada Serena, seu segredo me será bastante útil e o guardarei comigo, não importe o que os lobos façam comigo, esse segredo jamais provará línguas indignas.
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Sáb 14 maio 2016 - 18:00

-- Eu aceito! Já estive com os garou antes... e se conseguia a confiança de umas das tribos mais isoladas e misteriosas de Vancouver, acho que os garou daqui que já tiveram contatos com bastes não será tão difícil assim. A felina lançava rapidamente olhares para Caetano e Chioma, pois queria saber qual era a reação deles.


- Vê se não vai fazer nenhuma besteira.
– disse Chioma secamente.

Caetano não se manifestou, dava mostras de considerar a questão encerrada e parecia já estar começando a aborrecer-se com tantos gatos em seu território.

Os outros foram mais receptivos, agradecendo e parabenizando Nadira de um modo caloroso mas sem subserviência, como fazem os gatos.

A madrugada chegava, o efeito da carga de gnose ia passando e, igual a Caetano, todos eles começavam a desejar solidão. Nadira acomodou-se em um canto, sentindo um frio que não vinha de fora mas de dentro da alma. Dali observou Caetano desaparecer na mata. O consolo era que ele não levou Chioma.

***

No dia seguinte Serena ensinou-lhe o dom. Nadira não teve dificuldade em aprendê-lo. Como já sentia manifestações mágicas, tudo o que tinha a fazer era aguçar a percepção para a magia do mundo ao mesmo tempo em que entrava em contato com seu lado espiritual.

Tentou um pouco e, como uma epifania, a umbra do Vale do Ribeira surgiu diante dela como uma floresta de sonhos. A vegetação era um emaranhado de grandes folhas lustrosas, flores e gavinhas de trepadeiras, que filtravam uma luz suave, cor de ouro velho. Sobre a mata brilhavam estruturas translúcidas que Nadira não saberia dizer se eram gotas de água ou cristais espalhados nas plantas e pelo chão. Ao longe ela acreditou divisar mais estruturas cristalinas, de diversos tipos e cores, do tamanho de homens.

Fizeram um novo teste em Iporanga, cuja película era um pouco mais densa, como explicou Serena. Ali Nadira viu a mesma luz entre prateada e dourada, banhando tudo. A igrejinha do centro e algumas casas antigas apareciam levemente esboçadas. Já o rio Ribeira de Iguape era uma presença forte e imponente, com suas águas brilhando majestosas como um mar de prata.

- Dá vontade de tocar, não? – murmurou Serena -  Eu me lembro com era frustrante. Agora eu sei Andar entre Mundos e posso penetrar na umbra como fazem os garous. Nadira… ainda falta muito para você ser respeitada o bastante para que alguém lhe ensine esse dom. Mas eu não duvido que o dia chegará. Há muito tempo eu não via uma gata tão promissora. Quando chegar o momento, procure um professor entre os bagheera. É mais fácil para nós e costumamos aprender Andar Entre Mundos bem antes dos demais gatos. Há boas chances de encontrar um mestre conosco.

Então piscou o olho e disse:

- Mas se eu estiver por perto, faça negócio comigo!

Regressaram ao território de Caetano para despedirem-se dos bastet. Nadira já não os via como família mas tampouco eram estranhos como antes. Agora ela conhecia aqueles sete gatos.

Um a um, eles foram partindo. Caetano se havia retirado para a mata na noite anterior. Chioma despediu-se como se fizesse um favor a seus súditos e saltou para o lago, glamourosa. Silas apertou a mão de Nadira com o respeito de um futuro rival. Serena disse a ela:

- Nadira, eu vou te procurar quando chegue o melhor momento para bisbilhotar os garous. Sei que você tem sua vida e afazeres, mas fique a postos, ok?

Sapphire e os pumonca abraçaram-na com a doce espontaneidade dos jovens.

E agora ali estava ela, sozinha de novo. Ao seu redor, a mata vazia e diante, o lago em que mergulharia para começar a viagem de volta ao Rio. Vários pensamentos cruzavam sua mente. Nadira fazia um balanço das duas aventuras: logros e frustrações.

Então ela sentiu uma presença atrás de si. Não se virou porque já sabia quem era. Sentiu um braço musculoso enlaçar-lhe a cintura com força e um queixo pousando em seu ombro direito. Depois os lábios grossos de Caetano foram subindo por seu pescoço até alcançar a orelha, onde ele sussurrou: “A festa ainda não acabou”.


FIM
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Cetza Dom 15 maio 2016 - 9:03

- Dá vontade de tocar, não? – murmurou Serena - Eu me lembro com era frustrante. Agora eu sei Andar entre Mundos e posso penetrar na umbra como fazem os garous. Nadira… ainda falta muito para você ser respeitada o bastante para que alguém lhe ensine esse dom. Mas eu não duvido que o dia chegará. Há muito tempo eu não via uma gata tão promissora. Quando chegar o momento, procure um professor entre os bagheera. É mais fácil para nós e costumamos aprender Andar Entre Mundos bem antes dos demais gatos. Há boas chances de encontrar um mestre conosco.

Então piscou o olho e disse:

- Mas se eu estiver por perto, faça negócio comigo!

Nadira ficava maravilhada com as belezas e segredos ocultos da Umbra, mesmo sendo incapaz de efetivamente estar nela... porém a capacidade de vislumbra-la como os garou podiam lhe fascinava. A felina num gesto simples e último da camaradagem abraçava Serena num tom de despedida e agradecimento.

-- Muito obrigada por seus ensinamentos Serena e sim.. com certeza você está no top da minha minha lista... Pode me dar uma licença, vou me despedir da Sapphire..

A felina abraçava a menina com força e lhe falava aos ouvidos um segredo...

- Vou sentir sua falta... se Lana for legal comigo um dia terei uma fila tão linda e esperta como você... e...quando quiser conhecer algum segredo dos lobos... me procure na delegacia da polícia civil no centro do Rio de Janeiro... que eu adoraria compartilha-los com você...

Nadira se despedia da menina, sem deixar que ela lhe respondesse... os gatos eram assim... era o gato quem devia ir atrás de conhecimento quando ele achasse que estava pronto, Nadira deixaria Sapphire livre para decidir quando a procuraria. A felina ficava olhando as duas voltarem para as suas retidões enquanto observava o lago, talvez usando seu novo dom para contemplar a natureza mágica daquele lugar quando sentia uma presença conhecida... e agradável atrás de si...
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Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro Empty Re: Nadira Kaif - Sete Gatos e Um Buraco no Muro

Mensagem  Lua Seg 16 maio 2016 - 9:03

RESUMO:

Após a missão com os uktena, Nadira regressa ao Brasil de avião. Durante o vôo, uma bagheera que viaja com sua pupila a aborda, convidando-a para um sarau no Vale do Ribeira, São Paulo. Nadira aceita.
As três, mais um pumonca, chegam a uma vila abandonada em uma antiga área de mineração. Ali são recebidas pelo anfitrião do sarau, o balam Caetano.Este os guia até seu território. Lá, Nadira conhece a simba Chioma, que a trata com arrogância mas Nadira resiste à provocação e evita uma briga.
Serena, a bagheera, está com problemas com sua pupila e filha rebelde, Sapphire. Ela pede a Nadira que convença a menina a aprender o talento Consciência. Em troca, também ensinaria a ela. Nadira tem êxito e ambas aprendem o talento. O teste final é reconhecer uma pessoa encantada na forma de um pássaro chamado urutau.
Nadira se sente atraída por Caetano e Serena fala sobre as proibições e riscos resultantes de envolver-se com outro bastet, deixando entrever que os gatos têm uma dupla moral a respeito.
Ao regressar ao sarau, Nadira conhece o resto do grupo: Silas (balam) e Inaê (pumonca). Uma desavença ocorre entre os dois últimos e quando Nadira defende Inaê, Silas a desafia a um duelo.
Para evitar uma luta, Nadira propõe que a disputa seja contar o segredo melhor guardado. Silas protesta mas o anfitrião aprova o pedido. Silas aponta que é um truque: se ele contar o segredo mais bem guardado, ganha o desafio mas vai ter revelado um segredo melhor do que o que aprendeu com ela. Sem saída, retira o desafio. Os gatos ficam impressionados com a esperteza de Nadira.
Então ela  é instada a contar a primeira história e fala sobre a missão entre os uktena.
Os gatos revelam que estiveram analisando suas atitudes e sinceridade e que decidiram aceitá-la no grupo. Ela é recebida entre eles e o sarau efetivamente começa.
À raiz da desavença entre Silas e Inaê, o assunto é a colaboração com garous. Inaê acusa Silas de ser mais leal com os garous do que com os gatos, pois ele ajuda a guardar um caern, tendo impedido uma tentativa dela de espioná-los. Silas revela estar pagando uma dívida de gratidão com os lobisomens.
Surge a informação sobre a chegada de presas de prata ao caern ajudado por Silas, o que pode por fim à tolerância entre garous e bastet. Isso leva Serena a fazer uma proposta: que um gato espie o caern enquanto Silas ainda o defende, mas sem a ajuda dele. Se o espião for descoberto por Silas, ele pode entregá-lo aos garou, mas se Silas não o descobrir, o gato terá obtido informações e Silas tampouco terá traído seus benfeitores. Ele aceita.
Por diferentes motivos, nenhum dos gatos pode ser o espião, então a proposta è feita à Nadira. Em troca, Serena promete ensinar-lhe o dom Olhar Espiritual, que permite ver através da película.
Nadira aceita e aprende o dom, ficando com o compromisso de bisbilhotar o caern. Serena avisa que a buscará no momento adequado.
Após todos partirem, Nadira é abordada por Caetano, que mostra também sentir-se atraído por ela e propõe que a festa continue para ambos…

RECOMPENSAS

Pode comprar o talento "Consciência" (3 xp)
Consciência:

Aprendeu o dom Olhar Espiritual (nível 1)
Olhar Espiritual:

RENOME

Ferocidade (≡ glória): contou uma boa história em uma assembléia = 1
Astúcia (≡ sabedoria): não caiu na provocação de Chioma (1), deu um bom conselho a Sapphire (2), livrou-se do desafio de Silas com esperteza (3)  = 6

Obs.: quando efetivamente cumprir suas promessas com Sapphire e Serena deve ganhar o renome correspondente.
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