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Tribo - Os Hakkens

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Mensagem  LeoPrata Ter 11 Set 2012 - 17:35

Hakkens

Quem são ?

A primeira vista alguns Garou Gaijin (Cliath) veêm os Hakkens apenas como meros Senhores das Sombras com estilo Samurai. Senhores das Sombras honrados? Inadvertidamente muitos riem de tal fato, porém, os Hakkens tem uma visão do mundo muito além do esteriótipo dos Lordes das Sombras. Aos olhos do ocidente as ambições e metas dos Hakkens são sempre incompreensíveis, enquanto suas ações são guiadas perfeitamente pelo Bushido, o caminho do Guerreiro. Todos os Hakken são leais ao caminho do samurai no sentido mais tradicional e este caminho guia todos seus intentos e propósitos, isto torna os Hakken um grupo único que possui apenas laços tênues com os Senhores das Sombras. Na verdade a maioria dos Hakkens não gostam de seus "primos" do ocidente e acham seus métodos brutais e de mau gosto, entretanto preferem não falar sobre isso abertamente. A politíca com os ocidentais também não é debatida e qualquer problema dessa ordem é resolvido internamente pelos Hakkens, estes também veêm poucas vantagens em tratar problemas com os Senhores das Sombras.

A Quarta Idade e o dilema Lupino

Durante as Guerras da Fúria os Hakkens fizeram um pacto solene com as Cortes dos Hengeyokai, Metamorfos e Parentes (Hominídeos e Lupinos): As Terras de Tsuki-Yomi (Luna) seriam protegidas. As Terras do Sol Nascentes estiveram por muito tempo isoladas e enfraquecidas e os Hakkens acreditavam que todos os seres, Garous e humanos, deveriam trabalhar em conjunto para preservar a ilha. Por isso, os Hakkens começaram a estreitar os laços com os humanos, formando alianças com grandes líderes, lutando em seus exécitos e servindo a seus governantes. O número de Parentes humanos inchou e a sociedade dos Hakken gradualmente começou a afastar-se da estrutura tribal dos Garous, neste momento eles começaram a imitar o caminho dos Feudos Japoneses. Com isso o lado do lobo foi gradualmente sendo esquecido pelos Hakkens, seu elo tornou-se cada vez mais fraco a cada ano, até finalmente seu rebanho se tornar ínfimo, sendo os poucos lupinos restritos apenas ao extremo Norte da ilha. Muitos perceberam que a perda da herança lupina iria lhes causar problemas, porém, os Hakkens não souberam como agir.

Uma solução em pauta foi a seguinte: o Hakkens deveriam vencer sua resistência a mudanças e trazer sangue lupino novo a tribo.Enquanto alguns com raízes já profundamente humanas repeliam a idéia de ter lupinos, outros ficaram intrigados. A beleza e os mistérios naturais e sobrenaturais do Japão poderiam trazer novos lupinos de terras Siberianas e do Pacífico para se juntar as fileiras dos Hakkens e conduzir novamente sua linhagem lupina. Entretanto até hoje a questão é debatida e por enquanto os Hakkens deixam este assunto de lado. Misturar seu sangue com lupinos pertencentes ao rebanho de tribos estrangeiras é visto como sinal de fraqueza, afinal os ocidentais desconhecem completamente as demandas da família e seus desígnios de honra e dever. Contudo, mais cedo ou mais tarde os Hakkens deverão confrontar o problema: estão perdendo o lobo e sem esta ligação com sangue lupino perderam também sua herança primitiva.

O Caminho do Guerreiro

Para os Hakkens o caminho do guerreiro tem diversos dogmas (embora muitos não admitam, mais poucos conseguem entender seus conceitos plenamente), alguns acreditam que foram os Garou que ensinaram aos humanos esses dogmas, outros crêem que foram desenvolvidos por humanos e Garous de forma conjunta. Seja qual for a verdade todos os Garou hominídeos Hakkens seguem o princípio do Bushido a risca, esses costumes foram adotados durante a Quarta Idade e se tornaram uma forma de vida para tribo. Os poucos Hakkens lupinos não costumam levar tão a sério os costumes do Bushido e isto causa alguns atritos internos.

Os Dogmas

• A benevolência e altruísmo - O Hakken de duas espadas, katana e wakasashi (chamados por todos de Oai-Sho), são um símbolo de autoridade e hierarquia. O Hakken, usando uma espada (mesmo uma lâmina finamente trabalhada como uma katana) é um sinal de misericórdia; apesar que sacar uma arma é um sinal de que o Hakken pretende derramar sangue, a Dai-Sho (espadas samurais) são muito menos letais do que presas e garras. Estas ainda são a armas principais no arsenal de um Hakken. É usando a Dai-Sho que o Hakken lembra que o guerreiro deve conhecer o seu poder e mostrar misericórdia, conforme apropriado e como resultado, o Hakken nunca deve ligar espíritos em suas lâminas. O poder é uma grande responsabilidade e usá-lo de forma justa é uma coisa sábia. O verdadeiro guerreiro não se afasta daqueles que estão com fome ou precisam de sua ajuda e nem deve atacar sem provocação.

• Franqueza - Este é um conceito complicado que compreensivelmente, deixa muitos gaijins coçando suas cabeças em confusão. A idéia por trás deste conceito parece ser simples, serena e franca, no entanto, muitas vezes se torna difícil de penetrar as camadas da alma de um guerreiro. Na verdade, a maioria dos políticos Hakkens compreendem melhor este dogma. Um típico deslize com "alguém de fora" nunca iria ser percebido, mesmo que esta pessoa tenha sido brutalmente insultada graças ao uso de estratégias regidas pela simplicidade. Nesse ponto realmente é visto o grau de parentesco dos Hakkens com os Senhores das Sombra.

• Sabedoria - O espelho é o símbolo da sabedoria, este princípio começa com o auto conhecimento. Um Hakken deve conhecer seus pontos fortes e limitações. Moreo Uras um famoso Hakken uma vez disse: "Os outros são apenas espelhos de um eu. Como pode voce temer ou odiar algo sem que isso ao menos reflita algo que você ama ou odeia em você mesmo? " Juntos benevolência, simplicidade e sabedoria completam o Shintoku, as virtudes divinas.

• Lealdade - Fidelidade e constância são jurados a um Senhor Feudal e isso é extremamente importante para um Hakken. Confrontados com uma escolha de morte ou traição ao Senhor Feudal, muitos Hakken de bom grado preferem a morte. Renegar a lealdade é perder sua própria identidade e honra de forma irremediável. No entanto, ao contrário dos samurai humanos, os Hakken são muito menos propensos a cometer suicídio ritual quando cometem infrações menores, neste caso um teste rigoroso é enfrentado pelo transgressor, afim de que gerações futuras não cometam os mesmos deslizes.

• A manutenção da qualidade em todas as coisas - Da aparência pessoal à educação em reuniões sociais, os Hakken se esforçam para a perfeição. Vingança, a arte da guerra ou amor, não importa qual a tarefa, uma Hakken procura praticá-la para atingir o nível mais elevado de distinção.

• Obediência eterna - Um Hakken conhece o seu Senhor e não faz exigências que sejam injustas e/ou que não estejam em acordo com a vontade da Mãe Esmeralda (Gaia). Para o Hakken, o Senhor Feudal é escolhido e imbuído pela Mãe Esmeralda com toda a sabedoria necessária para defender as suas responsabilidades. Portanto, o guerreiro vai seguir ditames do seu Senhor Feudal e dar o máximo de suas habilidades. Se um Hakken sente que não pode cumprir as ordens de seu Senhor Feudal, ele pode optar por se tornar um Ronin. Normalmente, isto não é feito porque os Hakkens temem uma perda de honra pessoal, além disso a obediência é esperada como parte de sua lealdade ao seu clã. Os Hakkens que escolhem o caminho do Ronin, não desejam contribuir para a perda de honra de seu clã, porém, o fazem porque veêm que o Senhor Feudal perdeu sua capacidade de ser um líder justo e forte. Apesar das noções românticas de Ronins nos filmes, este não é um caminho de fácil escolha, sendo que trás para todo o clã graves repercussões sociais.

• Aceitação de punição por falha - Os Hakkens não oferecem desculpas esfarrapadas para erros, pois eles assumem total responsabilidade por seus atos. Muitas vezes, isso significa que eles também têm que aceitar algumas punições terríveis para suas ações. Por outro lado, um Senhor Feudal que impõe disciplina também deve ser justo e sábio no seu castigo. Em outras palavras, o castigo deve se ajustar ao crime, este é o ideal.

• A aceitação de um destino apenas para injustiças feitas a outros - Este é o Karma; se um Hakken faz alguém sofrem injustamente, o infrator sabe que ele vai um dia ter que recompensar o justo. Por outro lado, um ato de injustiça pode ser necessariamente devido a um comando dado pelo Senhor Feudal. O Hakken deve pesar sua lealdade e obediência contra o seu Karma e isso não é fácil. Entretanto se isto envolver novamente um assunto pessoal, o sofrimento ou a perda do Hakken vai recair junto com a vontade de seu Soberano e se espalhar por todo clã.


Organização

Os Hakkens dividem-se em clãs bastante semelhantes aos campos tribais, mas são centrados em torno das hereditariedades e alianças familiares. O conceito de pertencer a um grupo é extremamente importante para um Hakken e a lealdade a seus companheiros de matilha se reflete diretamente nos laços familiares do Hakken.

Normalmente, todos os membros de um clã são parentes de sangue, apesar que um Senhor Feudal pode conceder o estatuto de clã a qualquer indivíduo que ele escolher. Os Hakkens acreditam que o clã é da seguinte forma: O Senhor Feudal é o coração e a mente, os guerreiros são as mãos e pés, as pessoas são o corpo e os anciões o sentido.

Todos estão interligados, e apenas o bem-estar de todos os membros do clã garante qualidade global. Como prêmio o Hakken tem seus laços mais apurados que seus primos do Ocidente, embora os Senhores das Sombras cobrem a lealdade e a presteza de seus "súditos" de forma ávida. Muitos Hakkens utilizam símbolos familiares durante batalhas e cerimônias. Hakkens lupinos são a exceção, e preferem formar grupos da forma tradicional.

Em vez de realizar guerras de clãs maciças, os Hakkens resolvem disputas interclãs em combate ritual único. Às vezes este combate é na forma de arte ou competições de sabedoria. Os Hakkens deliciam-se com complexas maquinações políticas e estas podem levar até anos para serem planejadas. Atualmente com os avanços da tecnologia muitas Hakkens aderiram a vida nas cidades. Porém, acima de tudo eles preservam sua cultura e assim como todos os Garou possuem e protegem seus locais sagrados com fervor.

A grande maioria dos Hakkens vivem no Japão, mas uma pequena quantidade tem migrado para costa Oeste dos EUA e outras partes do Sudeste da Ásia. Existem alguns conflitos recentes entre os Hakkens e os Andarilhos do Asfalto devido a interesses políticos e econômicos em Tóquio e Hong-Kong. Devido a isso alguns Hakkens acabam sendo atormentados por membros da Yakuza ligados aos Andarilhos. Em Hokkaido também residem alguns poucos Uktenas, porém, estes são muitos poucos para serem vistos como ameaça para os Hakkens.

Nas Cortes Bestiais, os Hakkens servem como soldados da mais alta ordem. Eles são freqüentemente encontrados como generais e seus juramentos de lealdade para Corte mantém distinção máxima de seu juramento de lealdade para com seu clã.


Totem da Tribo: Naru-kami, Lorde do Trovão

Força de Vontade Inicial: 3

Antecedentes: Não existem restrições.


Vantagem tribal: Aparência Refinada

Hakken começam o jogo com 1 Ponto adicional em Aparencia ou 2 na forma que o jogador quiser nas seguintes Habilidades: Etiqueta, Performance, Política. Esses pontos não podem ser perdidos de nenhuma maneira e esse Atributo e essas Habilidades citados podem ser aumentadas naturalmente até o nível 6 em vez de 5.


Fraqueza tribal:Adaga da Falha: -1 de Renome por falha
O mesmo dos Senhores das Sombras


Traços, Raças e Formas

Os Hakkens são iguais aos outros Garous no que diz respeito ao augúrio e raça. Entretanto, os lupinos são extremamente raros e o lobo está aos pouco desaparecendo entre eles. Apenas alguns poucos são encontrados no extremo norte do Japão. Os Hakkens também mantém sua linhagem pura como fazem os Presas de Prata, porém, algumas vezes esses laços de linhagem são quebrados por paixões não aceitas pelo clã. Para um Gaijin é importante manter a honra e os deveres com a família, isto é a base para a sobrevivência dos costumes da tribo.

Hakkens não tem restrições de antecedentes e Aliados, parentes e vidas passadas são escolhas comuns. Muitas famílias nobres ostentam fetiches poderosos abençoados por aliados ancestrais, tais fetiches variam de armaduras à arcos antigos. O Renome e o Rank são medidos de forma igual aos Garou do Ocidente e o Ritual de passagem dos Hakkens é chamado Ashigaru.

Dons e Rituais

Os Hakkens começam com 3 Dons: Tribo, augúrio e raça. Por seguirem o Caminho da Virtude Esmeralda e trilharem as Cortes Bestiais o jogador começa com um Dom Hakken, um Dom das Cortes Bestiais e um dom de raça. Todos os dons de senhores das sombras também podem ser utilizados sem restrições (são os Dons da tribo).

Rituais

Os Hakkens possuem os mesmos rituais que seus primos Ocidentais, sendo que seus rituais fúnebres são muito mais elaborados. A única exceção é o Ritual do Seppuku.

A maioria dos ocidentais acha que este ritual é apenas o suicídio em protesto a uma política contrária de um Senhor Feudal ou porque o Hakken falhou em seu dever. O rito, no entanto, também restaura a honra perdida do celebrante e clã, permitindo que Hakken possa reparar seu erro diante de seu Senhor Feudal, mostrando que o valor de sua vida terminou no momento que perdeu sua orientação. O ganho do Hakken é de cinco pontos de Honra e dois pontos de Sabedoria postumamente por participar do Rito de Seppuku. Todos os participantes do seu clã recebem as mesmas bonificações. Se o Senhor Feudal ainda for vivo, é habitual para o Hakken obter permissão antes de começar este rito.

Adicionais

Bushido - O bushidô era o código de honra não-escrito que orientava a vida e os atos da classe dos bushi (samurais). Literalmente significa "o caminho do guerreiro". Sua essência era passada oralmente de pai para filho, através das gerações. Por causa disso, não é possível definirmos uma data precisa em que ele foi criado. Pode-se apenas dizer que ele evoluiu de maneira mais acentuada após a conquista do poder pela classe dos samurais, no final do século XII. O bushidô consistia um dos mais importantes aspectos da vida do samurai. Apesar de não ser escrito, ele tinha força de lei na conduta dos guerreiros. Os seus aspectos serão apresentados de forma resumida a seguir.

O maior princípio do bushidô é a busca de uma morte com dignidade. Em caso de opção entre a vida e a morte, escolher a morte. Entretanto, a morte não podia ser inútil, sem causa ou razão. O verdadeiro samurai devia estar decidido e preparado para morrer sem hesitar, em qualquer situação e a qualquer momento. O samurai acreditava que, dessa forma, ele e o bushidô se fundiriam numa coisa só. Assim ele poderia cumprir sem risco de falhas a sua missão na vida.

A preservação da honra era a preocupação máxima do samurai. Isso incluía a sua honra pessoal, a honra de seus ancestrais e a honra de seu senhor. Havia uma máxima entre os samurais: a vida de alguém é limitada, entretanto o seu nome e a sua honra podem durar para sempre. Por causa disso, a reputação do samurai era fonte de preocupação constante. Morrer e ser lembrado como um exemplo para futuras gerações, essa era a questão.

Uma vez que o samurai tenha ferido a sua honra com um ato indigno, ou quando comete uma falha imperdoável, tem por obrigação praticar o seppuku (suicídio ritual), como forma de recuperá-la. O samurai deve sempre carregar consigo o seu par de espadas (Dai-shô). A espada era o símbolo mais forte do samurai. Devia ser para ele a sua "alma", um espelho de sua personalidade.

O samurai não deve nunca abandonar a sua coragem, que é inseparável de sua condição. Antes morrer, do que ser taxado de covarde. O samurai devia, em um campo de batalha, avançar e lutar sozinho contra um exército de inimigos, se a situação assim o exigir. Outro aspecto importante do bushidô é que o samurai sempre deve agir com justiça. Ele deve ter sempre compaixão e benevolência com o mais fraco e o vencido. Entretanto, o samurai tinha o direito de executar qualquer pessoa hierarquicamente inferior que não o tratasse com o devido respeito.

A mentira e a falsidade eram consideradas sinal de fraqueza de caráter pelos samurais. Assim, o samurai devia prezar pela sua palavra como forma de manter a honra. A cortesia, a polidez, a educação e as normas de etiqueta eram qualidades muito cultivadas pelos samurais virtuosos, e faziam parte do ideal de homem perfeito que eles buscavam. A alfabetização era fundamental, assim como os estudos gerais. Havia pouca distinção entre as artes marciais e as finas artes; as duas eram de igual importância.

Também era muito comum entre os samurais a noção de gratidão. Gratidão que se deve aos pais e as pessoas que de alguma forma o ajudaram. Essa gratidão é chamada Giri, palavra de vários significados, mas que no geral significa o dever que temos para os que nos deram algo. Daí se explica os grandes estipêndios dados aos samurais pelos daimyô (Senhores Feudais), como forma de pagamento pelos seus serviços. Também era normal entre os samurais tratarem com muita consideração os seus criados.

Ao exercer uma função no feudo, o samurai deve entender plenamente a importância de seu cargo. E precisa dedicar cada dia de sua vida ao serviço de seu amo. A lealdade e o dever eram de suprema importância na relação do samurai com o seu superior, seja ele um daimyô (senhor feudal), o Imperador ou o próprio Xogun (ditador). Ao dedicar-se de corpo e alma ao serviço, o samurai não precisaria mais se preocupar com qualquer possibilidade de erro. A noção de lealdade chega a tal extremo que se torna comum um samurai praticar o seppuku a fim de acompanhar o seu senhor na morte. Essa prática se chama junshi, e parte do princípio de que um samurai não deve servir a dois senhores em sua vida.

A obra mais importante em que constam registros sobre o bushidô é o Hagakure (ao pé da letra, "oculto nas folhas"). Data do começo do século XVIII. Foi escrito por Tashiro Tsuramoto, discípulo do famoso mestre Yamamoto Tsunetomo, apesar de suas ordens expressas de não escrever os seus ensinamentos. Nesta obra, de 11 volumes, foram escritos todos os fundamentos do bushidô, pela primeira vez. Entretanto, não se pode considerar o bushidô como um código de honra escrito por causa desta obra, pois quando o Hagakure foi escrito, a classe dos samurais já seguia o bushidô há centenas de anos. Ainda hoje o Hagakure é a principal referência sobre o assunto.

Segundo José Yamashiro, em seu livro "História dos Samurais", são três as principais fontes formadoras do bushidô: Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. Entretanto, é importante diferenciar o Budismo do Zen-Budismo:

Budismo - Fornece a calma e confiança no destino, submissão pacífica ao inevitável, desapego à vida e destemor da morte. É curioso notar que certos samurais sentiam-se culpados pelo fato de realizarem diversos atos altamente condenáveis pelo budismo, como matar pessoas. Criou-se então entre os samurais a crença de que eles teriam como forma de pagamento pelos seus atos a eterna condição de guerreiros em suas sucessivas reencarnações.

Xintoísmo - Certos princípios morais do Xintoísmo tiveram imensa influência sobre os samurais, e sobre o povo japonês em geral. Entre elas: lealdade total ao soberano, reverência à memória dos ancestrais, piedade filial e patriotismo.

Confucionismo - Principal fonte de ensinamentos éticos. As cinco relações enunciadas por Confúcio (entre senhor e servo, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e entre amigos) eram seguidas em sua essência.

Zen - Através da meditação Zen, o samurai tinha por objetivo ficar em completa harmonia com o Absoluto, encontrar o seu verdadeiro "eu"; aprendiam a lidar melhor com as suas emoções, e aceitar a vida e as suas reviravoltas com mais naturalidade. Os samurais não procuravam apenas ser ótimos guerreiros, mas também tinham por objetivo serem exemplos de homens perfeitos. É nessa procura que eles encontram o Zen, como forma de alcançar a iluminação. Muitos samurais ao atingirem a velhice retiravam-se do mundo apenas para dedicar-se ao Zen, como forma de completar o sentido de suas vidas.

Ainda hoje o bushidô exerce forte influência sobre o povo japonês; os seus valores e padrões comportamentais são em sua essência um retrato do Japão atual. Muitas atitudes dos japoneses que são incompreensíveis aos nossos olhos encontram significado no velho e tradicional bushidô. Alguns estudiosos citam, por exemplo, a dedicação e lealdade com que os trabalhadores e operários japoneses exercem as suas funções, como ideais samurais.


O Código dos Samurais

Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais.
Eu não tenho casa, faço do mundo minha casa.
Eu não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino.
Eu não tenho pretensões, faço da minha disciplina minha pretensão.
Eu não tenho poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos.
Eu não tenho vida ou morte, faço das duas uma, tenho vida e morte.
Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão.
Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos.
Eu não tenho língua, faço da prontidão minha língua.
Eu não tenho leis, faço da auto-defesa minha lei.
Eu não tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia.
Eu não tenho projetos, faço do apego às oportunidades meus projetos.
Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu princípio.
Eu não tenho táticas, faço da escassez e da abundância minha tática.
Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos.
Eu não tenho amigos, faço da minha mente minha única amiga.
Eu não tenho inimigos, faço do descuido meu inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura.
Eu não tenho espada, faço da perseverança minha espada.
Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo.
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