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O Chamado - Espírito-da-Fúria

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Mensagem  Natalie Sáb 16 Fev 2013 - 11:43

O CHAMADO

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Espírito-da-Fúria buscava algo raro entre os Wendigo.

Sua tribo adotiva tinha o costume de partir em longas jornadas pela neve, a procura de respostas e sinais enviados pelos Grandes Espíritos, impressionados com a bravura e sacrifício dos garous que os buscavam. Era um caminho antigo e tradicional, pleno de honra e respeito, mesmo que muitos perdessem a vida ao se provarem fracos demais para resistir aos extremos de frio nas planícies congeladas.

Mas Espírito-da-Fúria era um lupino jovem. Ele respeitava os antigos modos, mas buscava novos caminhos para alcançar os mesmos resultados. Ele não era como os Parentes humanos dos Wendigo, nativos que choravam por suas terras tomadas pelos estrangeiros há gerações atrás. Espírito-da-Fúria era um lobo, e o que via era a maldade e ganância humana maculando o solo de Gaia e matando os lobos e todos os outros animais, sem se importarem com isso. Por isso, ele buscava um novo caminho.

Espírito-da-Fúria queria invocar os Grandes Espíritos, convocá-los até ele onde quer que estivesse, para ajudá-lo a servir a Gaia e vingar os horrores cometidos pela Wyrm e pelos humanos. Nada de sair procurando, os espíritos tinham que mostrar seu poder quando ele emitisse o chamado.

Ele queria aprender o Ritual de Conjuração de Espíritos.

Foram meses de muitas perguntas a todo Wendigo que encontrava. Quem poderia ensiná-lo? Quem conhecia o rito tão bem a ponto de dominá-lo e seria capaz de tomá-lo como aluno, instruindo-o numa tradição que muitos wendigos consideravam perdida?

Maka Tadewi.

O theurge ouviu o nome pela primeira vez numa assembleia da tribo. Maka Tadewi era uma theurge como ele, mas bem mais experiente. Não era uma anciã ainda, era apenas athro, pois passava tempo demais nas reservas indígenas com os Parentes humanos. Mas sua amizade com os Grandes Espíritos da Avó era lendária: os irmãos de tribo diziam que ela era sempre acompanhada por pequenos espíritos da neve, que convocara até avatares dos Grandes Incarnas, que corria com o próprio Wendigo em suas caçadas.

O que Espírito-da-Batalha mais gostou de ouvir foi que ela tinha grande ódio dos humanos brancos e caçava e matava todo aquele que viesse importunar os campos de seu território. A capacidade de convocar espíritos do Vento para causar grandes tempestades de neve que destruíam os lares dos wasichu era impressionante, mas tais demonstrações eram mal vistas pelos anciões da tribo, especialmente pelos do Aro Sagrado.

Espírito-da-Batalha partiu em busca dela. Os Wendigos indicaram-lhe a direção, mandando que procurasse no território de Nunavut, onde Maka Tadewi vivia próxima dos inuit e de outros povos nativos, que apenas começavam a ter seus direitos reconhecidos pelos brancos. A viagem era longa, e Espírito-da-Batalha não entrava nas cidades dos homens, permanecendo nas matas e viajando através das florestas antigas daquela região.

Era outono, a estação das folhas que caem, e o mundo deslizava gradativamente para a inatividade do inverno.

As politicagens humanas não o interessavam. Ele se concentrou na paisagem selvagem, notando que elas pareciam mais intocadas naquela região, menos modificadas pela presença humana. Os animais corriam mais livres, embora nenhum se aproximasse dele. Era difícil conseguir caçar algo ali quando sua mera presença a muitos metros de distância colocava suas presas em fuga. Os predadores rugiam ou uivavam de longe, sem se aproximar dele. Mas Espírito-da-Batalha prosseguiu.

Acabou alcançando as pequenas vilas de inuits que se refugiavam ali. eles usavam as vestes de animais caçados como proteção para o frio, pois não tinham pêlos suficientes para se protegerem. Comiam com facas feitas de metal e de ossos, pois seus dentes eram fracos demais para cortar a carne crua de suas presas. Moravam em cabanas feitas de madeira e reforçadas com tundra, pois as cavernas seriam frias demais para abrigá-los.

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Mas Espírito-da-Batalha notou algo ao observá-los de longe enquanto procurava sua futura professora. Eles eram tristes. Não por sua fraqueza, pois alguns eram bem mais fortes do que a maioria dos humanos que já vira. Eram tristes pela terra, pelo que tinha sido feito dela. Eles amavam a terra de um jeito incomum, ainda viviam próximos do antigo equilíbrio natural. Mas eram poucos e estavam morrendo, enquanto os wasichu eram muitos e aumentavam cada vez mais em número.

Enquanto ele observava, alguém se aproximou por trás dele, parando a alguns metros de distância. Veio contra o vento, de modo que ele só a percebeu quando ouviu a voz falando com ele:

- Você não uivou. Sua presença espanta os animais. Carrega uma arma dos Wendigos. Por que veio de tão longe para perturbar esta terra?

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Natalie
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Mensagem  DarkWerewolf Dom 17 Fev 2013 - 11:00

Para Waban, o mundo dos espíritos era quase como seu lar. Mas há muito tempo, ele estava tendo dificuldades para lidar com certos tipos de espíritos... além de muitas vezes, nenhum espírito confiável se fazia presente nas mais diversas situações em que ele gostaria que houvesse um.

Sua tribo costumava partir em grandes jornadas épicas, na tentativa de comungar com os espíritos. Mas os mesmos que faziam este tipo de jornada eram, muitas vezes, os mesmo que choravam pela perda de suas terras pelos Arautos da Wyrm. Espírito-da-Fúria gostava de seguir as tradições... mas seus instintos exploradores já o haviam cansando de mostrar que os modos dos Wendigo não estavam em plena harmonia com sua mentalidade lupina, mesmo espiritualmente. Em certas situações, os Grandes Espíritos não deveriam ter o luxo de ser buscados... não quando a Grande Mãe esta morrendo, e a presença deles se faz tão necessária.


Conjuração.

Foi com estas palavras em mente que o lupino Wendigo partiu após sua tribo lhe contar sobre uma Theurge Athro conhecida por esta capacidade. Maka Tadewi era seu nome... era um nome humano comum dado pelas tribos humanas que os Wendigo tornavam seus Parentes. Waban gostaria de saber seu nome Garou, mas decidiu não perguntar, não diante das histórias incriveis sobre o que ela fez, defendendo suas terras dos tolos macacos de pele branca que ameaçavam suas terras, e também chamando até mesmo o Totem de sua tribo para lutar ao seu lado. Já não tinha dúvidas que ela seria a professora ideal.

A jornada fora dificil. Como sempre, quando a fome apertava, Waban não tinha como caçar direito, pois as presas fugiam antes que ele pudesse fazer qualquer movimento contra elas. O uivo de outro lobos mostrava que ele não era bem vindo. Waban os ignorou, sabendo que nenhum daqueles predadores lhe era uma ameaça real... apenas a fome realmente o incomodou durante sua jornada até a terra dos Nunavut. As folhagens mortas indicavam que era Outono. Para Waban, era um bom sinal, pois logo viria a estação dos Wendigo.

Ao chegar ao lugar, ele notou os humanos que viviam lá. Se eram Parentes ou não, isso não era importante para Waban. Apenas o respeito que eles tinha pela natureza fora o bastante para que ele se sentisse confortável entre eles, mesmo que os mesmo demonstrassem tristeza por tudo que estava acontecendo com suas terras. Distraido, Waban esqueceu de fazer aquilo que ele nunca deixava de fazer quando chegava em um território Garou, um uivo de apresentação... e logo alguém lhe cobrou por isso.

Ele se virou para o autor da voz e abaixando a cabeça em claro sinal de submissão, ele diz, em língua Garou:


Perdoe-me por isso... eu não esquecer disso, normalmente, mas a sabedoria e tristeza de vosso povo me distraiu. Sou Espírito-da-Fúria, Theurge dos Wendigo, filho dos lobos. E estou aqui pois busco falar com Maka Tadewi-rhya. Mas se minha presença se faz incômoda para vossa terra, me retirarei.

Ele diz isso, já dando alguns passos para trás... e movendo as orelhas e o focinho em sinal de relutância. Sua mente humana diz para ser respeitoso, e é isso que ele faz. Mas o coração lupino o pertuba para demonstrar dominância.
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Mensagem  Natalie Qui 21 Fev 2013 - 13:31

A posição de Waban era ruim.

Ele queria recuar diante da mulher, mas estava acuada entre ela e o acampamento dos inuits. Se andasse para trás, seria visto pelos nativos. Se fosse à frente, estaria indo contra suas intenções, e aproximaria-se mais da mulher em vez de afastar-se dela.

Mesmo baixando a cabeça, ele conseguia enxergar a fêmea, vestida apenas com pedaços da pelagem de algum gamo, que serviam mais para cobrir suas partes íntimas do que para proteger do frio. O porte dela era altivo e orgulhoso, e ela o encarava sem medo. Seus gestos não repetiam as ameaças de suas palavras, e ela estava mais próxima de sentar para conversar do que apara atacar.

Waban saiu meio de lado, procurando uma rota de fuga para onde ele pudesse seguir e se retirar. A mulher o olhou por alguns segundos calada, e antes que ele se afastasse completamente, fez uma pergunta simples em voz calma.

- Você ao menos sabe o porquê de estar aqui, fazendo o que faz?
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